Assalto de meio milhão no Ceasa termina em tiros, morte e perseguição no Recife
Os profissionais que levavam o dinheiro foram rendidos por quatro homens fortemente armados
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Um assalto no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco, conhecido como Ceasa, acabou em perseguição, tiros, morte e prisão. A Polícia Civil prendeu três homens durante a tarde no bairro do Jiquiá, no Recife, todos suspeitos de serem cúmplices do grupo formado por mais quatro homens que conseguiu roubar R$ 500 mil do estabelecimento comercial, localizado no bairro do Curado, também na capital.
O montante estava em duas caixas de papelão, sendo transportado por dois trabalhadores. Os assaltantes tomaram o dinheiro e fugiram num Kwid branco de placas clonadas.
Este é o resumo de mais uma tarde de terror na capital, de mais um dia de violência. Pela manhã, os moradores da cidade já haviam ficado perplexos com as cenas do Hospital Geral de Areias, invadido por bandidos para roubar armas de um vigilante.
As informações desta notícia ainda são extraoficiais e foram levantadas durante a tarde e início da noite pelos repórteres Marwyn Barbosa e Simone Santos. Imagens de segurança e entrevistas com testemunhas anônimas e policiais foram feitas e exibidas no Brasil Urgente, comandado por Moab Augusto.
Como tudo começou
Quatro homens que protagonizaram o assalto no Ceasa pareciam ter missões específicas. Eles abordaram dois homens vestidos de camisas amarelas que chegaram num modelo SUV com duas caixas de dinheiro.
Os profissionais do Ceasa foram rendidos pelos homens armados. Durante o crime, foram usados um revólver 38, uma pistola .40, uma espingarda calibre 12 e uma metralhadora.
Um dos suspeitos, que portava revólver 38, morreu durante a perseguição. Ele foi baleado pela polícia na Rua Coronel Fernando Machado, no bairro do Curado, no momento em que a quadrilha tentava trocar de veículo.
A vítima fatal
O homem morto chama-se Roberto Aquino da Silva, 49 anos. Ele tinha passagem pela polícia, usava colete balístico, mas não resistiu.
No local onde Roberto faleceu, foi deixado o Kwid branco com placas clonadas, usado durante o assalto ao Ceasa. Três dos quatro homens que estavam neste Kwid com Roberto conseguiram fugir num polo branco que estava na rua.
Como a fuga ocorreu perto da base do grupo criminoso já investigado, a polícia prendeu três suspeitos que não participaram diretamente do assalto.
Os três criminosos que conseguiram escapar seguiram em fuga, trocaram mais tiros com a polícia e abandonaram o Polo branco no Hospital da Mulher. O carro já estava danificado, com um pneu furado e 20 marcas de tiros
Eles roubaram um Onix de um motorista de aplicativos. No meio do caminho, a polícia ainda trocou tiros com um homem numa moto.
Os três fugitivos do polo que chegaram até o hospital usavam roupas pretas, com coletes e estavam com os rostos cobertos. Eles abordaram um motorista do Uber, que estava no local para visitar um parente.
Os criminosos informaram ser policiais e levaram o seu Onix. O polo abandonado foi totalmente periciado, incluindo coleta de material genético. Ou seja, um dos criminosos do veículo ficou ferido.
“Eu estava visitando um parente quando escutamos uns disparos, vimos que tinha um tiroteio. Nesse meio tempo foi que chegou um polo branco, anunciaram que era polícia e levaram o carro. Eu estava fora do veículo porque tinha ido comprar um lanche. Quando eu cheguei, eles chegaram dizendo ‘polícia, política, perdeu, perdeu”, contou.
Embora a testemunha tenha afirmado que eram quatro criminosos, as câmeras de segurança mostraram apenas três.
”Eles estavam tranquilos, sem carreira e sem pressa”, detalhou. Na verdade, o uber também estava calmo e detalhou até o nome das armas que os bandidos usavam, além de usar jargões conhecidos da política, como “negativo, negativo’.
A irmã, que estava com ele durante o momento em que levaram o Onix, ficou desesperada. Os comerciantes que trabalham ao redor do hospital ficaram muito temerosos. Foi uma tarde de muitos tiros entre os bairros de Jardim São Paulo e Curado.
Segundo a polícia, os suspeitos são acostumados a assaltar bancos e carros fortes. Os três homens que estavam no veículo ainda não foram localizados. O Kwid e polo foram levados para a sede de Depatri.
O assalto de meio milhão e a fuga cinematográfica aumentam a sensação de insegurança no Recife, que vive dias marcados pela violência. Enquanto os criminosos continuam foragidos, a polícia segue as buscas para capturá-los e recuperar o dinheiro roubado.
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