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Esporte Pernambuco

Escudo do 1º título pernambucano do Santa Cruz encontrado em acervo da Fundaj

Objeto, que fez parte da bandeira que esteve presente nas comemorações em 1931, guardado em uma caixa de disco, foi encontrado na coleção Jota Soares


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Imagem ilustrativa da imagem Escudo do 1º título pernambucano do Santa Cruz encontrado em acervo da Fundaj
Escudo tricolor é uma relíquia e fez parte da festa da torcida no primeiro título pernambucano de futebol da Cobra Coral, em 1931 |  Foto: Divulgação/Fundaj

Um “tesouro” para quem é aficionado pela história do futebol de Pernambuco, mais precisamente do Santa Cruz, foi reencontrado por técnicos da equipe da Coordenação de Documentação e Pesquisas (Cdoc) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Durante uma reorganização do acervo do cineasta, ator, jornalista e radialista Jota Soares, um objeto precioso se destaca: o escudo da bandeira do Tricolor, que foi hasteada no clube e ainda fez parte da festa da torcida no primeiro título pernambucano de futebol da Cobra Coral, em 1931.

O Cdoc faz parte da Coordenação-Geral de Estudos da História Brasileira (Cehibra), que é vinculada à Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca/Fundaj).

O acervo de Jota Soares foi adquirido pela Fundaj na década de 1980. Coordenadora do Cdoc, a historiadora Sylvia Couceiro explica que o escudo havia passado despercebido porque foi acondicionado pelo colecionador dentro de uma embalagem de disco.

Imagem ilustrativa da imagem Escudo do 1º título pernambucano do Santa Cruz encontrado em acervo da Fundaj
O escudo será enviado ao acervo do Museu do Homem do Nordeste |  Foto: Divulgação/Fundaj

“Todo o acervo de Jota Soares é grande e riquíssimo, pois conta com milhares de itens como periódicos, fotografias, discos e outros documentos ligados à história do cinema e do futebol. Por ter sido acondicionado, por Jota Soares, dentro de uma caixa de disco, não poderíamos imaginar que o escudo pertencente à bandeira de 1931, do Santa Cruz, estivesse no acervo da Fundaj.”

E nessa embalagem, o próprio Jota Soares, que era torcedor do Tricolor, deixou registrado, por escrito, que recebeu a bandeira com o escudo de presente do amigo esportista Waldomiro Silva, em 1972.

Ou seja, mais de 40 anos depois do primeiro título estadual tricolor. Mas, segundo o registro do próprio Jota Soares, o tecido da bandeira acabou se deteriorando com o tempo, sobrando apenas o escudo.

É interessante que, durante essa época do primeiro título até o final da década de 1960, o escudo do Santa Cruz era confeccionado com as cores vermelha, branca e preta, respectivamente.

Só a partir da década de 1970 é que a sequência mudou para preta, branca e vermelha. Sylvia Couceiro adiantou que o escudo já foi enviado ao Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte Antônio Montenegro (Laborarte) para que seja feita a higienização e a planificação (deixar o escudo retinho, sem dobras) da peça.

“A partir daí, será enviado ao acervo do Museu do Homem do Nordeste”, completa a historiadora. Também fizeram parte desse trabalho de “descoberta” o pesquisador Rodrigo Cantarelli, a analista de C&T Elizabeth Carneiro e o técnico Walter Wagner Andrade, todos da equipe do Cehibra.

Imagem ilustrativa da imagem Escudo do 1º título pernambucano do Santa Cruz encontrado em acervo da Fundaj
O escudo coral foi encontrado dentro de uma caixa de disco |  Foto: Divulgação/Fundaj

SOBRE JOTA SOARES

Nascido em 1906, na cidade de Propiá, em Sergipe, Jota Soares foi um dos precursores do cinema pernambucano ao fazer parte do chamado “Ciclo do Recife”, movimento da Sétima Arte que agitou a capital pernambucana na década de 1920.

Sua vinda à capital pernambucana foi ocasional. Entretanto, Jota Soares logo se deparou com o entusiasmo dos cineastas da primeira produtora local, Aurora Filme. Aos 18 anos, o futuro cineasta já traçava seu perfil de interesse e paixão pela dramaturgia.

Seu ingresso ao cinema se deu a partir da produção cinematográfica do filme “Retribuição”, quando Gentil Roiz e Édson Chagas gravavam as cenas no bairro do Pina e Jota se ofereceu para ajudar na produção.

Desde então, Jota Soares começou a construir seu nome na história cinematográfica da década de 20. A partir daí, sucessivas produções foram feitas, no entanto, uma com destaque especial: “A Filha do Advogado”, que contou com sua dramatização e direção, com apenas 20 anos de idade.

Em 1988, Jota sofreu um derrame cerebral, vindo a falecer após 15 dias de internação, deixando um legado para a cultura pernambucana, no cinema, no rádio, no jornal impresso, no futebol e na dramaturgia.

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