Após mais uma derrota no Brasileirão, técnico português Pepa é demitido do Sport
Desgaste do treinador com a torcida só fazia aumentar a cada tropeço na competição. Até o momento, time empatou duas vezes e perdeu outras cinco
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Com um trabalho pra lá de questionável à frente do time do Sport, o técnico português Pepa foi demitido pela diretoria leonina, na noite deste sábado (3). A gota d’água foi a derrota por 2x1 para o Fluminense, no Maracanã. A demissão aconteceu ainda no vestiário, logo após mais uma queda do Leão no campeonato.
O treinador chegou à Ilha do Retiro no início de setembro do ano passado, após uma passagem desastrosa de Guto Ferreira no comando da equipe.
O objetivo era conseguir o acesso à elite do futebol brasileiro. E, mesmo aos trancos e barrancos, o português conseguiu colocar o Leão de volta à Série A, depois de três longas temporadas.
Com a conquista, veio a renovação de contrato até o final de 2025. Além disso, chegaram também alguns jogadores, como os compatriotas portugueses Gonçalo Paciência (atacante), Sérgio Oliveira (meia) e João Silva (zagueiro).
O tempo foi passando, e a torcida rubro-negra começou a ficar com uma pulga atrás da orelha por conta dos métodos de trabalho de Pepa. O treinador passou a exagerar no rodízio de atletas nas escalações.
O exagero foi tanto que o Sport perdeu os dois clássicos contra Santa Cruz e Náutico, na primeira fase do Pernambucano; e ainda foi desclassificado na primeira rodada da Copa do Brasil para o inexpressivo Operário/MT.
Caiu fora da competição nacional e, com isso, perdeu a grande oportunidade de melhorar a receita do clube neste ano, já que a Copa do Brasil é conhecida por suas excelentes premiações a cada classificação de fase.
Uma prova é que o Leão deixou de receber R$ 1,87 milhão (isso sem contar com o que poderia arrecadar ainda mais adiante, caso seguisse no campeonato). Um vexame total.
Já no Pernambucano, o Sport chegou à final contra o Retrô e venceu a primeira partida da decisão por 3x2, na Arena de Pernambuco, mesmo com tantas bobeiras dentro das quatro linhas.
Na segunda partida da final, desta vez na Ilha do Retiro, o Leão perdeu de virada por 2x1, mas conseguiu o título nas cobranças de pênalti. A torcida até comemorou, porém a desconfiança foi aumentando.
De lá pra cá, os erros de Pepa nas escalações e nas trocas durante os jogos só se acentuaram. Resultado: uma derrota para o Altos/PI, em plena Ilha do Retiro, pela Copa do Nordeste; e cinco derrotas e dois empates no Brasileiro da Série A.
LANTERNA E FALTA DE PACIÊNCIA DA TORCIDA
No Brasileirão, o Sport segura a lanterna com apenas dois pontos conquistados em sete rodadas. E a paciência da torcida se esgotou de vez. E com razão.
Basta só lembrar de alguns exemplos que irritaram o torcedor: Lucas Lima, o cérebro do time, iniciou no banco no jogo contra o Corinthians, em São Paulo; a saída precoce de Barletta, um dos melhores em campo, contra o Bragantino, na Ilha; e as escalações insistentes com Carlos Alberto e Arthur Souza, no ataque, e Matheus Alexandre, na lateral.
Esses três últimos foram comprados a “peso de ouro”, mas só dão raiva ao torcedor. Afinal, demonstram em campo que não valem nem um pouco o que realmente jogam. A impressão que dá é que a diretoria leonina comprou “gatos por lebres”.
Tudo bem que o Leão foi prejudicado pela arbitragem nas primeiras três rodadas da Série A, mas nada justifica a falta de competitividade de um time caro, muito caro (mais de R$ 10 milhões mensais de folha salarial).
Segundo informações de bastidores, só com a comissão técnica, o clube estava gastando algo em torno de R$ 600 mil por mês, sendo R$ 400 mil só para Pepa. Com a rescisão, o Sport vai pagar cerca de R$ 3,2 milhões, que incluem os oito salários restantes, além dos 13º salários.
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