“Revinda” ocupa Olinda com arte, memória e resistência preta

Revinda nasceu como uma performance solo de Rebeca Gondim, intitulada “Terezinha”, homenagem a Tereza Maria de Jesus, mãe que perdeu o filho de 10 anos assassinado pela polícia no Complexo do Alemão (RJ) |  Foto: Rebeca Gondin/divulgação

O espetáculo itinerante Revinda chega a Olinda neste sábado (18), para uma apresentação gratuita e ao ar livre, às 17h30, na Praça Laura Nigro, no Sítio Histórico. A montagem mistura dança, música, artes visuais, poesia e Libras, em uma celebração das vozes e corpos pretos e periféricos, tema central do projeto.

Cena compartilhada com artistas olindenses

Com Rebeca Gondim como mestra de cerimônia, o elenco de Revinda divide o palco com artistas da cidade, em uma noite de expressões, dores e alegrias coletivas. Participam da apresentação Paloma Granjeiro, Mayara Ferreira, Neris Rodrigues e a dupla Mestre Wilson e Mestra Francis, do grupo de frevo Brincantes das Ladeiras.

Antes da performance, às 16h, haverá um aulão de frevo gratuito com o grupo anfitrião. Ao final, o público poderá participar de um bate-papo com os artistas.

Roteiro afetivo pelo interior de Pernambuco

A nova temporada de Revinda foi contemplada pelo Funcultura PE e percorre, além de Olinda, outras quatro cidades em novembro: Camaragibe (1º), Caruaru (8), Triunfo (21) e Arcoverde (23).

O itinerário segue critérios afetivos e artísticos, conectando o espetáculo a coletivos e criadores locais que têm na arte um instrumento de resistência e direitos humanos.

Em cada cidade, Revinda recebe convidados especiais: Poeta de Malunguinho, em Camaragibe; Bgirl Caracol e Marcela Felipa, em Caruaru; Jéssica Caitano, em Triunfo; e Gabi Beneditta, em Arcoverde.

Corpo, política e ancestralidade

Além de Rebeca Gondim e Maria Agrelli, o elenco fixo traz DJ Phino e Léo Bulhões na trilha sonora, Bárbara Regina na percussão, Joselma Santos na Corporeolibras e João Guilherme de Paula na criação de luz.

A ficha técnica conta ainda com Filipe Gondim e Milla Serejo (comunicação visual) e Júnior Melo (produção).

Da performance “Terezinha” ao movimento coletivo

Revinda nasceu como uma performance solo de Rebeca Gondim, intitulada “Terezinha”, homenagem a Tereza Maria de Jesus, mãe que perdeu o filho de 10 anos assassinado pela polícia no Complexo do Alemão (RJ).

Hoje, transformado em espetáculo de 50 minutos, o projeto percorre territórios com música ao vivo e criação colaborativa, reunindo artistas e comunidades por onde passa.

Raízes no frevo e na cultura popular

Passista, pesquisadora e professora de dança, Rebeca Gondim é integrante da Coletiva, do Coletivo Encruzilhada e do Coletivo Saída de Emergência. Formada pela UFPE e especialista pela UFBA, ela afirma que o frevo foi sua primeira linguagem de mundo.

“Eu sou cria do frevo. Minha alfabetização de mundo foi a partir dos princípios e dos ensinamentos do frevo, que abriu um leque para a cultura popular na minha vida”, diz a artista.

A escolha da Praça Laura Nigro como palco não é coincidência. É ali que Mestre Wilson e Mestra Francis ministram aulas gratuitas de frevo todos os sábados, tradição que será mantida antes da apresentação.

Serviço

Espetáculo Revinda em Olinda

📍 Local: Praça Laura Nigro (Rua de São Bento, s/n – Sítio Histórico de Olinda)

📅 Data: Sábado, 18 de outubro

⏰ Horário: Aulão de frevo às 16h | Espetáculo às 17h30

🎭 Acessibilidade: Libras

👥 Classificação: Livre

📱 Mais informações: @rebecagondim__