Ópera clássica da comédia italiana ganha versão gratuita no Recife
Apresentações de “La Serva Padrona” serão no Teatro Hermilo Borba Filho

Uma das óperas cômicas mais conhecidas da dramaturgia italiana, “La Serva Padrona” ganha uma versão com elementos nordestinos em quatro sessões gratuitas no Teatro Hermilo Borba Filho, de 8 a 11 de outubro, às 19h30. Com história ágil e engraçada, o espetáculo atrai tanto fãs de ópera quanto quem não tem hábito de assistir, por ser leve e mais curta.
Mistura de idiomas e elementos regionais
Numa mistura de textos (recitativos) em português e músicas (árias) em italiano, a peça ganha ares regionais com expressões do dia a dia e alguns elementos de figurino, como tecidos de algodão cru, peixeira, cesto de palha, tapioca e o chapéu de vaqueiro do personagem Vespone, fiel escudeiro de Serpina.
Enredo da ópera bufa
O enredo da ópera bufa escrita por Giovanni Battista Pergolesi lembra uma farsa da Commedia Dell’arte italiana, com apenas três personagens: Uberto, o patrão; Serpina, a serva; e Vespone, outro criado. Para não realizar certos serviços domésticos, Serpina delega ordens a Vespone, que nunca é ouvido diretamente.
Cansado de não ser obedecido, Uberto busca uma esposa para não depender mais de Serpina. A peça mostra as astúcias de Serpina para assumir esse posto. Para despertar ciúmes no patrão, ela convence Vespone a se passar por seu noivo, o misterioso Capitão Trovão, e exige um dote para o casamento. Diante da recusa, exige que o próprio Uberto a despose.
Os nomes refletem características de cada um:
Uberto remete a "fogoso", embora já não tenha vigor da juventude.
Serpina é a "pequena serpente", ardilosa em seus desejos.
Vespone é a "grande vespa", rápido e serelepe, divertindo a plateia.
Elenco e direção
Os papéis de Serpina (soprano) e Uberto (baixo bufo) serão vividos por cantores que se revezam, sob direção geral de Luiz Kleber Queiroz e direção musical de Maria Aida Barroso. Todos são integrantes do Departamento de Música da UFPE, entre professores, alunos e ex-alunos.
- 8 e 10 de outubro: Osvaldo Pacheco e Karla Karolla
- 9 e 11 de outubro: Anderson Rodrigues e Gleyce Vieira
Vespone: Marcondes Lima, em todas as sessões
Os atores-cantores são acompanhados por um sexteto de câmara: Singrid Souza (violino 1), Júlia Paulino (violino 2), Letícia Santos (viola), Gabriel David (violoncelo), Rebeca Furtado (contrabaixo) e Maria Aida Barroso (cravo).
História e estrutura da obra
Os personagens engraçados e a música leve fizeram de La Serva Padrona um modelo de ópera bufa do século XVIII. Com apenas 50 minutos de duração, a obra foi composta em 1733 para ser apresentada nos intervalos da ópera séria Il Prigionier Superbo, mas acabou se tornando um sucesso mundial.
A ópera é dividida em recitativos (textos falados que conduzem a história) e árias e duetos (partes melódicas em que personagens expressam pensamentos e sentimentos).
Adaptação recifense e direção de produção
Na montagem recifense, sob direção de produção de Matheus Soares (25 Produções), os recitativos são traduzidos para o português e incorporam expressões locais para aproximar o público. Árias e recitativos mantêm o idioma original, estratégia comum em montagens de ópera.
A proposta é uma grande brincadeira no palco, com movimentações sublinhadas pela música de Pergolesi. A direção de arte, assinada por Marcondes Lima, combina elementos da Commedia Dell’arte com o sertão, ambientando o enredo em uma casa do interior com itens artesanais e típicos da região.
Serviço
Ópera: La Serva Padrona, de G. B. Pergolesi
Quando: 8, 9, 10 e 11 de outubro, às 19h30
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Cais do Apolo, 142, Bairro do Recife)
Acesso: Gratuito, com retirada de ingressos uma hora antes
Informações: www.instagram.com/25producoes
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