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Entretenimento

Mulheres negras pioneiras do frevo ganham reconhecimento em pesquisa inédita

“Relicárias” terá uma apresentação artística no domingo (26), às 15h, no Paço do Frevo


Imagem ilustrativa da imagem Mulheres negras pioneiras do frevo ganham reconhecimento em pesquisa inédita
Investigação resgata do anonimato as pioneiras que, mesmo marginalizadas e reprimidas, ousaram dançar frevo nas ruas do Recife no início do século XX |  Foto: Filipe Gondim

Em um marco para a história da cultura pernambucana, uma pesquisa inédita desvenda a participação de mulheres negras na gênese do frevo, ritmo musical emblemático de Pernambuco.

Intitulada "Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo", a investigação resgata do anonimato as pioneiras que, mesmo marginalizadas e reprimidas, ousaram dançar frevo nas ruas do Recife no início do século XX.

Para celebrar essa importante conquista, a pesquisa "Relicárias" será apresentada ao público no formato de uma apresentação artística no domingo (26), às 15h, no Paço do Frevo. A entrada é gratuita, com distribuição de senhas e acessibilidade em LIBRAS.

Sepultadas nas páginas policiais de jornais da época, as histórias dessas mulheres, antes invisibilizadas pela narrativa oficial, ganham agora nome, corpo e voz.

A pesquisa, que desafia a visão tradicional do frevo como um ritmo exclusivamente masculino, demonstra que a capoeira, a vivência como trabalhadoras e a própria condição de marginalizadas no contexto social da época foram elementos fundamentais para a construção da identidade do frevo.

Em um momento de valorização da diversidade e da representatividade, a descoberta das "Relicárias" do frevo serve como um lembrete da importância de se revisitar a história e reconhecer o papel fundamental que grupos minoritários muitas vezes tiveram em nossa cultura.

Um convite para a reflexão e a ressignificação da história

A iniciativa convida a comunidade a se conectar com essa história pouco conhecida e a refletir sobre o papel das mulheres na construção da cultura pernambucana. Afinal, o frevo, como bem nos ensinam as "Relicárias", é muito mais do que passos e coreografias: é resistência, identidade e a força transformadora da arte.

À frente da pesquisa estão as dançarinas e pesquisadoras Rebeca Gondim, Marcela Felipe, Ailce Moreira, Bell Puã e Vanessa Marinho.

Nos últimos dois anos, elas se debruçaram em textos e imagens sobre o Frevo, dedicadas a dar vida a mulheres como Olindina Olívia da Conceição e Maria da Hora Tavares, a Maria Facão, presas supostamente por cometer delitos como jogar capoeira, embriaguez e por “ouvir música em frente a uma festa privada”.

A partir desses vestígios encontrados nos jornais da época, as pesquisadoras buscaram recriar de forma poética as biografias das personagens da vida real, recheando com dados históricos, elementos visuais da dança, como figurino e o território onde viveram as personagens, a gestualidade e os passos executados na época, e apresentá-las em carne e osso.

“Além de Olindina e Maria Facão, o público vai conhecer Ana Maria Luiza Tavares da Conceição, a Neidinha, uma terceira personagem que é uma junção de várias outras mulheres que apareceram na pesquisa, trabalhadoras da rua, como as quitandeiras, sem ter sequer seus nomes citados”, destaca Rebeca Gondim.

Segundo ela, uma das partes mais difíceis da pesquisa foi levantar a forma de dançar das antepassadas. “Trabalhamos a imaginação tendo como base os movimentos da capoeira e as experiências corporais de cada uma”, conta.

SERVIÇO: Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo

Local: Paço do Frevo (Praça do Arsenal – Bairro do Recife)

Data: Domingo, 26 de maio

Hora: 15h

Acessibilidade: LIBRAS

Entrada gratuita com distribuição de senha (veja mais detalhes abaixo)

Imagem ilustrativa da imagem Mulheres negras pioneiras do frevo ganham reconhecimento em pesquisa inédita
Uma das partes mais difíceis da pesquisa foi levantar a forma de dançar das antepassadas |  Foto: Filipe Gondim

ESTUDO – A pesquisa foi realizada em três etapas, nas quais a equipe aprofundou os conhecimentos em laboratórios de criação conduzidos por artistas e pesquisadores convidades.

A historiadora Vanessa Marinho foi a responsável pela condução da pesquisa historiográfica; a poeta e escritora Bell Puã conduziu um laboratório de poesia e performance (escrita, corpo e voz); o fotógrafo e artista visual Filipe Gondim e a dançarina e figurinista Maria Agrelli conduziram a oficina para levantamento dos elementos visuais da dança, entre fotografias e figurinos.

O grupo também realizou entrevistas com dançarinas de frevo contemporâneas, como Zenaide Bezerra, Lucélia Albuquerque, Geciland Monteiro (Landinha), Valéria Vicente, Dadinha Gomes, Renach Reiva, Francis Souza, Marinez Barbosa e Joelma Evaristo.

Relicárias: vasculhando e (re)contando histórias de mulheres negras na dança do frevo foi contemplado com o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura | FUNCULTURA PE.

Além da mostra pública dos resultados da pesquisa, o projeto deixa como legado um podcast, produzido por Janaína Oliveira, do @negraslinhas, com uma áudio-conversa sobre o processo da pesquisa e as histórias das mulheres pesquisadas, além de fotocolagens das personagens pesquisadas. Esse material será lançado em 31 de maio no perfil do Instagram @relicariasdofrevo.

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