MISS UNIVERSO 2025: Estreia histórica da Miss Palestina e tensão com Miss Israel
A primeira participação da Palestina no concurso é marcada por ativismo, apoio global e um olhar hostil da Miss Israel
O Miss Universo 2025, sediado em Bangkok, na Tailândia, transformou-se em um palco de acontecimentos históricos e de controvérsias globais — e o evento ainda nem começou. Os bastidores da competição estão sendo marcados não apenas pela beleza, mas também por um forte ativismo feminino e por tensões geopolíticas. (Veja vídeo abaixo)
Estreia histórica e tensão com Israel
O grande destaque desta edição é a estreia da Palestina no concurso — a primeira vez que o país participa do Miss Universo. A nação é representada por Nadeen Ayoub (@nadeen.m.ayoub), que já havia sido coroada Miss Palestina em 2022. A modelo e ativista leva ao palco uma mensagem de “resiliência, esperança e o batimento cardíaco de uma pátria”.
“É uma honra anunciar que, pela primeira vez, a Palestina estará representada no Miss Universo. Entro no palco do Miss Universo não apenas com um título - mas com uma verdade. À medida que a Palestina suporta o coração partido - especialmente em Gaza - eu carrego a voz de um povo que se recusa a ser silenciado. Represento todas as mulheres e crianças palestinas cuja força o mundo precisa ver. Somos mais do que o nosso sofrimento - somos resiliência, esperança e o batimento cardíaco de uma pátria que vive através de nós.”
Ela prometeu falar da dor da Palestina e acrescentou: “A coroa mais bonita não é usada em nossas cabeças, mas carregada em nossos corações - a coroa de dar, de criar luz para os outros, e de moldar um mundo onde todos nós prosperamos, sonhamos e inovamos juntos.”
Fato histórico
Embora Nadeen já tenha sido coroada Miss Palestina em 2022 e participado de outros concursos, é a primeira vez na história que a Palestina envia uma representante ao Miss Universo.
Incidente viral
Um vídeo divulgado pela Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) chocou os internautas ao registrar o momento em que a Miss Palestina e a Miss Israel ficaram lado a lado. A representante israelense lançou um olhar intenso e visivelmente hostil à estreante palestina — um episódio que viralizou nas redes, apelidado pelos internautas de “olhar da inveja”. O vídeo se tornou símbolo da relação delicada entre os dois países.
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A polêmica que antecedeu o clima tenso
A tensão política entre as participantes ocorre logo após um escândalo que abalou a credibilidade da organização do concurso: a polêmica envolvendo a Miss México, Fátima Bosch.
Durante uma transmissão ao vivo, o diretor do Miss Universo na Ásia e Oceania, Nawat Itsaragrisil, humilhou a candidata por não ter promovido conteúdos patrocinados. Ele chegou a chamá-la de “burra” e ameaçou desqualificá-la. Em um ato histórico de solidariedade feminina, Fátima Bosch abandonou o evento e foi seguida por diversas outras concorrentes — incluindo a Miss Universo 2024 — em protesto contra a falta de respeito e em defesa dos direitos das mulheres.
O episódio teve grande repercussão e levou ao afastamento do diretor, que mais tarde pediu desculpas publicamente, em lágrimas.
Veja todos os detalhes deste caso: Humilhação de Miss México afasta diretor e transforma final em palco de protesto
Mais que um concurso
O Miss Universo 2025 promete ser menos sobre coroas e mais sobre empoderamento feminino — uma plataforma para que candidatas levantem vozes que o mundo precisa ouvir, seja em defesa da dignidade das mulheres, seja diante de conflitos globais.
O evento, que reúne dezenas de participantes, culminará na grande final do Miss Universo 2025, marcada para a próxima sexta-feira, 21 de novembro, na Impact Arena, em Pak Kret, na Tailândia. A noite definirá quem será a sucessora da atual Miss Universo, Victoria Kjær Theilvig, da Dinamarca. Nenhuma emissora brasileira confirmou a transmissão ainda.
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