Mamulengo Flor Mimosa promete alegria em suas apresentações
Circulação do projeto, do mamulengueiro Adiel Luna, terá 10 sessões gratuitas
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O Presépio de Mamulengo Flor Mimosa, que já percorreu diversos espaços de comunidades quilombolas, indígenas e mostras de teatro, está de volta ao Recife para trazer uma mostra do repertório criado pelo poeta, cantador e mestre de saberes populares, Adiel Luna. A programação é voltada para toda a família.
Ao todo, serão 10 apresentações gratuitas realizadas nos dias 28 e 29 de outubro, além de 2, 4 e 5 de novembro, em cinco espaços públicos da capital pernambucana, com vistas a contemplar as zonas Norte, Sul e Oeste, são eles: Parque da Macaxeira, Parque Santana, Parque da Jaqueira, Parque Caiara e Parque 13 de Maio.
Além de Pernambuco, o projeto já esteve em Alagoas, Goiás, Brasília, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Minas Gerais.
Nascido na Mata Norte do Estado e criado numa família de artistas populares, o artista, que este ano completa 23 anos de carreira, apresentará para o público os espetáculos “A Sambada de Simão nas Terras de São Saruê”; “A Pega do Boi Melado na Serra do Catolé”; “Benedito Brocoió, Barulhento e Beradêro"; e o “Mamulengo no Terreiro”.
No dia 28, na estreia, o espetáculo acontece no Parque Santana, em duas sessões distintas, das 15 às 16h e das 17 às 18h. No domingo (29), no Parque da Jaqueira; no feriado do dia 2 de novembro, no Parque Caiara. No dia 4, no Parque da Macaxeira. E no dia 5, o grupo encerra a circulação no Parque 13 de maio. Em todos os dias os horários das apresentações serão os mesmos.
Na mostra, o mamulengueiro Adiel Luna e o trio de músicos formado pelo sanfoneiro Vinicius Nogal e pelos percussionistas Nino Silva e Gal Menezes, executam a trilha sonora ao vivo, cantam e contracenam, dando vida aos bonecos. Juntos, eles somam música nordestina a elementos circenses a uma poética requintada vinda dos versos e loas tradicionais.
O Mamulengo Flor Mimosa é pensado não só para trazer o teatro de mamulengos para os seus espaços originais que são as feiras, mercados públicos e parques, como também para promover a atualização dessa rica manifestação cultural ao tempo presente.
Para isso, novos enredos foram elaborados a partir de narrativas contemporâneas e personagens que deixam de lado antigos conceitos que alicerçaram a base do mamulengo e hoje já não cabem mais nesses espaços de arte.
"No Presépio de Mamulengo Flor Mimosa, as famílias irão experienciar uma pegada mais contemporânea da magia do teatro de mamulengo. A ideia é envolver crianças, jovens e adultos num grande encontro possibilitando o acesso a elementos culturais da sua própria identidade para que elas se sintam pertencentes desses espaços”, ressaltou o mestre Adiel.
"Trazemos vários componentes da cultura popular pernambucana como as danças, os ritmos e instrumentos musicais para apresentarmos a essa infância que, muitas vezes, nem sabem o que é. Porém, os pais e avós que já tiveram algum acesso a essa manifestação certamente irão se reconectar com os seus passados", comemora o artista.
Todas as apresentações são gratuitas e abertas ao público de todas as idades. A duração média de cada uma é de 50 minutos. A iniciativa conta com o incentivo cultural do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC) da Fundação de Cultura do Recife/ Secretaria de Cultura /Prefeitura da Cidade do Recife. A produção geral é assinada por Luciane Bacelar.
Vale destacar que, em todas as apresentações haverá interprete de libras, possibilitando o acesso comunicacional para pessoas com deficiência auditiva.
SERVIÇO:
Circulação do projeto Mamulengo Flor Mimosa
QUANDO:
28/10 - Parque Santana - das 15h às 16h; e das 17h às 18h
29/10 - Parque da Jaqueira - das 15h às 16h; e das 17h às 18h
02/11 - Parque Caiara - das 15h às 16h; e das 17h às 18h
04/11 - Parque da Macaxeira - das 15h às 16h; e das 17h às 18h
05/11 - Parque 13 de maio - das 15h às 16h; e das 17h às 18h
OBS: em todos os dias serão realizadas duas apresentações gratuitas e abertas ao público de todas as idades
DURAÇÃO: 50 minutos
Sobre os espetáculos da mostra:
Em “A Sambada de Simão nas Terras de São Saruê”, em busca de encontrar o caminho para as terras de São Saruê, Simão passa por vários terreiros da tradição popular, onde desafia e é desafiado em sambas, toadas e lôas por mestres e mestras da cultura popular enriquecendo a viagem de música, cor e poesia.
“A Pega do Boi Melado na Serra do Catolé” traz as aventuras do vaqueiro e aboiador Simão para proteger Melado, seu boi de estimação, das garras do Capitão Mané Mondrongo que deseja servi-lo no churrasco para os apoiadores de sua campanha política. A narrativa adquire ainda mais emoção com a entrada de Benedito que, sem coragem de pedir a mão de sua amada Belinha, filha do Capitão, se diz vaqueiro e oferece seus serviços ao Capitão no resgate do boi.
Em “Benedito Brocoió, Barulhento e Beradêro", os Benedito e Belinha vivem uma história de amor e luta por trabalho e justiça. Enfrentando os desmandos do Capitão Mané Mondrongo, que tudo quer comprar e dominar com seu dinheiro e poder, Belinha, Benedito e o Boizinho Melado lançam mão de muita esperteza para fugir de perigos representados pela fantástica Cobra Chibana.
Os personagens dessa brincadeira convidam o público a um singelo e alegre passeio pelo imaginário popular brasileiro. Palhaço da Vitória, Janeiro, Cabo Zé Setenta, Vô Benza…Cada um entra em cena ao sabor do improviso e da interação com o público, guiados por baianos, cocos e toadas executadas por músicos brincantes ou bonecos tocadores.
Por fim, com o “Mamulengo no Terreiro” - numa sequência de passagens do mamulengo tradicional da Mata Norte pernambucana - o Flor Mimosa revisita, adapta e presta homenagens aos mestres que já fizeram a partida mas deixaram seu legado de alegria, criatividade e poesia gravados na história do teatro de boneco popular do Nordeste.
Sobre o mestre Adiel Luna:
O premiado artista é sambador de coco e possui uma relação íntima com os terreiros das tradições populares. Sua bagagem como brincante e seu diálogo com as oralidades destas manifestações culturais registra seu diferencial.
Com seu trabalho, ao longo dos 23 anos de carreira, já percorreu todas as capitais brasileiras e várias cidades do interior de vários estados do país. É um artista em constante circulação levando sua arte para todos os quatro cantos do país. Sua obra também já fez parada na Europa no festival multicultural Karneval der Kulturen (Carnaval das Culturas), em Berlim, na Espanha e França.
Tem três CD`s premiados: “Aonde as Violas Se Encontram”, “Coco Camará” e “Baionada”. É vencedor do Festival Pré-AMP (Prefeitura do Recife); 2° lugar no Prêmio Saraiva de Música e vencedor do Concurso de Composição Popular, representando o Brasil no Ibermúsicas.
Participou de dois documentários premiados. “O Coco de Improviso e a Poesia Solta no Vento” (Natália Lopes) conta sua relação com seus principais mestres do coco de roda e seu trabalho em preservar a manifestação.
A Matinada (Leo Crivellare) – exibido no Especial de Fim de Ano da TV Globo Nordeste – passeia pelas variantes do coco de improviso a partir do diálogo entre Adiel e os mestres Zé de Teté, Galo Preto, Bio Caboclo e Ciço Gomes. A iniciativa lhe rendeu a Menção Honrosa no Prêmio de Preservação do Patrimônio Cultural de Pernambuco.
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