FESTIG completa 15 anos com programação gratuita e homenagem a Albanita Almeida
Festival de Igarassu celebra trajetória da idealizadora, reúne 15 espetáculos e ocupa escolas e equipamentos culturais da cidade
Completar 15 anos, no imaginário brasileiro, costuma marcar uma estreia simbólica na vida adulta. No Festival de Teatro de Igarassu – FESTIG, porém, a data apenas reforça a maturidade já conquistada. Há uma década e meia, o evento se tornou uma das principais iniciativas culturais do município, dedicado a fortalecer e difundir as artes cênicas, estimulando novas produções e formando plateias.
Criado para reunir grupos locais e ampliar o alcance do teatro na Região Metropolitana Norte, o FESTIG acumula reconhecimento crescente no cenário cultural pernambucano. Em 2025, celebra seus 15 anos homenageando Albanita Almeida, uma de suas idealizadoras, e oferece ao público 15 espetáculos gratuitos entre os dias 25 e 30 de novembro. As apresentações ocorrerão no Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo e na EREM Santos Cosme e Damião.
Programação 2025: diversidade de linguagens
A edição de 2025 reúne espetáculos que vão da comicidade ao teatro de bonecos, incluindo circo, leitura dramatizada e montagens multilinguísticas que dialogam com música, capoeira, cultura popular latino-americana e referências ao imaginário nordestino.
Voltado para toda a família, o festival recebe artistas de Pernambuco e de outros estados, como São Paulo e Rio Grande do Sul. Participam grupos como Cia Brincantes de Circo e Instituto Mandacaru (PE), além de Mosaico Cultural (SP) e Rococó Produções (RS).
O encerramento será no dia 30, às 19h, no Centro de Artes Chefe Narciso Félix de Araújo, com o espetáculo O Médico à Força, do Grupo Teatral Ariano Suassuna, sob direção da homenageada Albanita Almeida.
Um festival que ocupa a cidade
Desde sua primeira edição, o FESTIG ampliou a programação e passou a ocupar escolas, praças, museus e equipamentos culturais, democratizando o acesso ao teatro. Ao longo dos anos, contribuiu para formar novas plateias e envolver profissionais das artes cênicas de Pernambuco e de outros estados, oferecendo oficinas, leituras dramatizadas e apresentações que alcançaram Igarassu e municípios vizinhos.
O festival sempre prezou pelo alto nível técnico e artístico de suas ações. Toda a programação é gratuita, e o evento conquistou boa adesão do público, reconhecimento da classe artística e repercussão positiva da crítica especializada. São mais de 250 apresentações realizadas ao longo de sua trajetória, com participação de grupos de diversos estados, entre eles PB, MA, SC, SP, RJ, CE, MG e RS.
Alcance internacional e intercâmbio cultural
A projeção do FESTIG ultrapassou as fronteiras nacionais. Companhias do Chile, Argentina, Itália, França e Moçambique já integraram sua programação, ampliando o intercâmbio cultural. Esse movimento permitiu, inclusive, que dois grupos pernambucanos – o Grupo Teatral Ariano Suassuna e a Companhia Popular de Teatro de Camaragibe – representassem o Brasil no Festival de Teatro Itinerante de Chiloé Profundo (FITICH), no Chile, em 2013 e 2015, realizando apresentações e ministrando oficinas em parceria com a Companhia Chilena CAPA NEGRA.
“Com esse histórico de impacto e expansão, a realização do FESTIG – 15ª Edição reafirma a importância do evento para Pernambuco, especialmente para a Região Metropolitana Norte. O Festival segue impulsionando o potencial teatral local, assegurando o acesso às artes cênicas como um bem cultural essencial e contribuindo para reduzir a carência cultural da região”, afirma Albanita Almeida, idealizadora e homenageada desta edição.
A homenageada: Albanita Almeida
A 15ª edição do FESTIG celebra a trajetória de Albanita Almeida, artista que dedicou décadas à promoção do teatro e ao fortalecimento da identidade cultural de Igarassu. Atriz, diretora, professora e produtora cultural, ela é referência na cena da Região Metropolitana Norte e na formação de novas gerações de artistas.
Albanita é idealizadora do FESTIG, diretora do Grupo Teatral Ariano Suassuna e presidente do Ponto de Cultura Espaço Cultural Grupo Ariano Suassuna. Também fundou o bloco carnavalesco Boi Mião e integra o Bloco Lírico Verde Linho como flabelista, mantendo viva a memória afetiva e as tradições populares da cidade. No campo literário, é integrante da Academia Igarassuense de Cultura e Letras.
Ao longo de sua trajetória, esteve à frente de montagens, oficinas, leituras dramatizadas e ações formativas que ocuparam escolas, praças e espaços públicos, sempre com o compromisso de levar o teatro de forma gratuita e acessível à população.
Veja programação completa abaixo
25/11/2025
19h
SE NÃO FOSSE MÁGICA
Direção: ALEXSANDRO SILVA
Autor: ALEXSANDRO SILVA
Nome do grupo: CIA BRINCANTES DE CIRCO/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
Ela. Ele. Dois universos distintos e algo que os liga. Quando dois mundos opostos se encontram que poesia nasce desse encontro? “Se Não Fosse Mágica” é um espetáculo de mágica cômica que narra o despertar de uma paixão entre uma artista de rua e um contador. Pequenos quadros de cena contam, com movimentos, o dia a dia das personagens e o inusitado encontro, os encantos e a magia do florescer de um amor. "Se Não Fosse Mágica" tem produção executiva de Jerlâne Silva, encenação e dramaturgia de Alexsandro Silva, direção circense de Bóris Trindade Júnior e direção de movimento de Jhanaina Gomes.
A Menina Onça
26/11/2025
10h
Direção:Nando Rossa
Autor:Rafa Cambará
Nome do grupo: Mosaico Cultural/ SP
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
O espetáculo é inspirado num relato verídico de uma menina que, ainda muito jovem, perde sua família e precisa trabalhar no campo. Na representação são utilizados várias linguagens: teatro, bonecos, música, capoeira e cultura popular latinoamericana. A produção e criação são sustentadas pela longa experiência de uma companhia espanhola e pelo ímpeto de uma companhia brasileira. O terreno comum é constituído pela música ao vivo e teatro de bonecos entendidos de forma ampla em todas as suas modalidades.
Lampião e Maria Bonita
26/11/2025
15h
Direção:Nando Rossa
Autor:Rafa Cambará
Nome do grupo: Mosaico Cultural/ SP
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
Uma história de amor e guerra à prova do tempo! Espetáculo inspirado no mamulengo, no cordel, na xilogravura, na musicalidade e nas brincadeiras do imaginário nordestino. A narrativa mostra um recorte da história do cangaço. Um divertido teatro de bonecos com aventuras, batalhas, milagres e muita coragem. Mulheres valentes, homens guerreiros, milagres, assombrações, injustiças e outras doidices bem brasileiras! Classificação Livre"
O Marido Domado
26/11/2025
19h
Direção: Hemerson Moura
Autor: Baseado na Obra de Ariano Suassuna
Nome do grupo: HM Produções/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
Inspirada na obra de Ariano Suassuna, a peça mergulha na vibrante tradição do teatro de mamulengo para abordar, com inteligência e irreverência, a violência doméstica. Em cena, os atores Hemerson Moura e Nelma Barros dão vida aos mamulengueiros Cheiroso e Cheirosa, conduzindo o público por uma narrativa repleta de humor popular, crítica social e poesia.
Era uma Vez: Contos, Lendas e Cantigas
27/11/2025
10h
Direção: Guilherme Ferrêra
Autor: Guilherme Ferrêra
Nome do grupo: Rococó Produções/RS
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araujo
A partir de dramaturgia inédita, Era Uma Vez: Contos, Lendas e Cantigas revisita as Lendas de Nossa Senhora Aparecida e do Negrinho do Pastoreio, abrindo espaços onde, de forma atraente e delicada, pode-se trabalhar a transversalidade dos elementos das Culturas Afrodescendente e Gaúcha, além de uma reflexão sobre o bullying e as diferenças, trabalho infantil e os aspectos que auxiliam na formação da identidade. É entremeado por cantigas extraídas do Cancioneiro Popular Gaúcho e outras especialmente compostas para o espetáculo, executadas ao vivo acompanhadas por violão e percussão. Vale-se de recursos cênicos simples e poucos objetos, abrindo espaço para que o espectador imagine, envolvendo-se, criando imagens e estimulando o lúdico em uma atmosfera de interação.
Menina Margarida
27/11/2025
15h
Direção:Jadenilson Gomes
Autor: Izaltino Caetano
Nome do grupo: Instituto Mandacaru/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
A Menina Margarida possui o dom de falar com os animais, causando inveja na bruxa má, que a rapta com o objetivo de roubar o seu dom. Os seus amigos, o Leão, o Macaco e o Papagaio percebem que algo de ruim aconteceu com a menina e iniciam uma busca incansável por ela, que a encontram presa em uma gruta. A Bruxa é capturada e levada para o tribunal para que possa ser julgada e assim pagar pelos seus erros. Porém, durante o julgamento, a Bruxa percebe que também consegue entender o que os animais falam e que o dom de Margarida é fruto do seu amor e da sua sensibilidade.
Esquecidos por Deus
27/11/2025
19h
Textos - Cícero Belmar
Encenação e Dramaturgia - José Manoel Sobrinho
Grupo LAPA- Laboratório Pernambucano do Atuante/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
ESQUECIDOS POR DEUS é um monólogo baseado na obra "O Livro das Personagens Esquecidas", do Imortal, Cícero Belmar, com Direção de José Manoel Sobrinho e atuação visceral do ator Murilo Freire, marco de fundação do LAPA – Laboratório Pernambucano do Atuante, coletivo teatral radicado em Goiana-PE. O espetáculo trata de questões fundamentais de nossos tempos, como memória, identidade e tradição; apagamentos, esquecimentos, cancelamentos... a relação disso tudo com crenças e valores. Uma atuação de tirar o fôlego e rupturas narrativas, que permitem diferentes interpretações do espetáculo. Um bandido que se crê Deus. Lembranças de infância. Da irmã, do pai, da mãe… Um capanga grotesco arranca risos. Um casal é feito refém. “Será que fomos esquecidos por Deus?” Mas… “De que Deus você está falando?”
Sem Nome - O Desempregado
28/11/2025
10h
Direção: Paula de Tássia
Autor: Flávio Santana e Paula de Tássia
Nome do grupo: Coletivo 3º Ato/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
Com a perda do pai na pandemia e a ausência da plateia que preferiu se divertir diante das telas do que debaixo da lona, Sem Nome/Geleia se esforça para manter o circo funcionando, mas decide procurar emprego fora da lona, passando atrapalhadamente por muitas funções até achar seu verdadeiro destino.
OS PROTETORES DOS OCEANOS
28/11/2025
15h
Direção:André Falcão e Antero Assis
Autor: André Falcão
Nome do grupo: QRISO/PE
Local: Centro de Artes Chefe Narciso Félix de Araújo
Os Protetores dos Oceanos é um espetáculo que narra a história de uma comunidade marinha devastada pela poluição humana. A aventura começa quando a camaronesa Camaronita fica presa em uma garrafa plástica, correndo risco de vida. Seus amigos, então, embarcam em uma jornada cheia de perigos e desafios para salvá-la. Com música e poesia, o espetáculo convida o público a refletir sobre a importância da preservação dos mares e do meio ambiente."
Meu Nordeste Nevou ( Leitura Dramatizada)
28/11/2025
18h
Direção: Mari D’Almeida
Autor: Mari D’Almeida
Nome do grupo: Aplausos Merecidos Produções/PE
Local: Ponto de Cultura Espaço Cultural Grupo Ariano Suassuna
Tributo a Luiz Gonzaga- Cantigas do Sol
28/11/2025
19h
Direção: Didah Pereira
Autor:Didah Pereira
Nome do Grupo: Cantigas do Sol Produções SBS Engenho de Arte/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
O espetáculo “Tributo a Luiz Gonzaga” é um musical telúrico e metateatral que narra a saga do cantor Luiz Gonzaga em busca de fama e reconhecimento. Ao deixar sua terra natal, ele abandona afetos, valores e amores, retornando depois, movido pela saudade, para reencontrar seu grande amor — mas é surpreendido por um desfecho inesperado. A peça exala o cheiro da terra seca e molhada, despertando sentidos e emoções. Revela as contradições do povo brasileiro e a riqueza poética do cancioneiro popular. Valoriza a Cultura Popular, muitas vezes marginalizada, mas cheia de força e ancestralidade. Simboliza a resistência do povo nordestino, representado por Gonzaga. Exalta a arte como instrumento de transformação e de afirmação cultural. Cumpre, assim, a missão de reverenciar Luiz Gonzaga e a força do Nordeste.
AULA ESPETÁCULO A LENDA VIVA MÁGICO ALAKAZAM /PE
29/11/2025
10h
Nome do grupo: Centro Picadeiro Mágico/PE
Local: EREM Santos Cosme e Damião
A Fuzarca
29/11/2025
15h
Direção:Alexsandro Silva
Autor: Alexsandro Silva
Nome do grupo: Grupo Teatral Risadinha/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
A Fuzarca cruza os caminhos de três Personagens que vivem na rua. Espiga vítima de uma enchente que levou tudo, casa, documentos, família, e se reinventa recrutando pessoas para pedir esmolas pra ele. Gegê, alcóolatra que foi obrigado pela esposa pra escolher entre ela e a bebida, pois o mesmo decide a solidão do mundo. Trupico já nasceu na rua, sem referência de pai, mãe, nunca viu uma cama macia pra dormir, achando mesmo que casa, quartos era história da carochinha. Esses Personagens se entrelaçam e passam a viver por situações cômicas, tristes e que nos faz refletir que as ruas estão cheias dessas pessoas invisíveis para aqueles que não se encontra á margem da sociedade, os ditos cidadãos comuns.
De La Mancha: O Cavaleiro Trapalhão
29/11/2025
19h
Direção: Guilherme Ferrêra
Autor: Guilherme Ferrêra
Nome do grupo: Rococó Produções/ RS
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
Inspirado na saga de Dom Quixote, o espetáculo apresenta as aventuras do cavaleiro sonhador de La Mancha e seu fiel escudeiro Sancho Pança com muito humor, manipulação de bonecos, teatro de sombras, dança e uma atmosfera cênica que mistura o épico ao lúdico. A trilha sonora original de Pedro Borghetti, embalada por ritmos flamencos como sevilhanas e bulerías, dá o tom da viagem ao coração da Espanha.
O Médico à Força
30/11/2025
19h
Direção: Albanita Almeida
Autor: Adaptação da obra de Molière
Nome do grupo: Grupo Teatral Ariano Suassuna/PE
Local: Centro de Artes Mestre Narciso Félix de Araújo
Nesta comédia clássica de Molière, Sganarello , um lenhador preguiçoso e beberrão ,é confundido com um grande médico depois que sua esposa arma uma farsa para se vingar de suas trapalhadas. Sem entender nada de medicina, ele se vê obrigado a curar uma jovem que decidiu fingir-se muda para evitar um casamento arranjado. Entre enganos, pancadas e muita ironia, a peça revela o ridículo das aparências e satiriza a falsa ciência e os costumes da época.
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