Cultura Marítima Pesqueira em Pernambuco é tema de exposição na Fundaj
Mostra é realizada na sala Waldemar Valente, no Campus Gilberto Freyre, em Casa Forte
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A pesca artesanal constitui fator estruturante na formação das comunidades marítimas, cujo modo de vida e cultura se expandem para além das atividades que ocorrem no âmbito estrito do trabalho no mar. A prática se desenvolve por meio de uma gama de relações sociais e de conhecimentos construídos, acumulados e transmitidos ao longo de gerações.
Pensando nisso, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) recebe, na sala Waldemar Valente, no Campus Gilberto Freyre, em Casa Forte, a exposição fotográfica "A cultura marítima pesqueira em Pernambuco", que traz imagens de comunidades pesqueiras registradas por fotógrafos profissionais e amadores do estado durante todo o século XX.
A mostra é uma articulação do Centro de Estudos em Dinâmicas Sociais e Territoriais (Cedist) da Diretoria de Pesquisas Sociais (Dipes), e do Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da Coordenação do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade (Cehibra) e do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), equipamentos da Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca).
A coordenadora do Cedist, Edneida Cavalcanti, enfatiza que as imagens possuem uma importância como registro e também como método e estratégia de pesquisa. Segundo ela, é um rico material de trabalho na temática socioambiental. "Isso tanto como reflexão, a partir de uma imagem existente, como caminho metodológico e educativo, inclusive com produção a partir de grupos dos quais a gente trabalha, como educadores e comunidades. Além disso, a gente tem um potencial incrível de pesquisa no rico acervo que a Fundaj possui", justifica.
A mostra "A cultura marítima pesqueira em Pernambuco" é um convite ao público para que venha a conhecer sobre a produção fotográfica referente à pesca artesanal em Pernambuco, no decorrer do século passado, como também constitui um chamamento para que se reflita sobre o modo com que grupos e comunidades portadores de culturas específicas têm sido historicamente representados pelos segmentos sociais dominantes. “O desafio que se nos apresenta hoje é o de como superar formas de representação de comunidades específicas que ignoram sua autodeterminação e as subalternizam, colocando-as no lugar do Outro estranho e submisso”, afirma a pesquisadora.
JANGADA
A exposição contará com uma jangada composta de uma coleção de itens que fazem parte da conjuntura da peça. Em bom estado de conservação, a jangada foi adquirida pela Fundaj em 1979 e integra o acervo do Museu do Homem do Nordeste. A peça fez parte da exposição de longa duração do Muhne até 2002, quando o museu foi fechado para reforma. Desde então, passou por restauração no Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte Antônio Montenegro (Laborarte) e estava sob a guarda da reserva técnica do museu.
Serviço:
Exposição "A cultura marítima pesqueira em Pernambuco"
Sala Waldemar Valente
Campus Gilberto Freyre
Avenida 17 de Agosto, 2187, Casa Forte
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