Série de encontros discute caminhos para o desenvolvimento sustentável do Estado
Revista Algomais e Rede Gestão realizam encontros para debater o planejamento de longo prazo da economia pernambucana
Escute essa reportagem
A Revista Algomais se une à Rede Gestão (grupo composto por 30 empresas da iniciativa privada pernambucana) no projeto Pernambuco em Perspectiva – Estratégia de Longo Prazo para debater o panorama da realidade do Estado e vislumbrar os caminhos para seu desenvolvimento. O objetivo é, por meio do debate, contribuir para que Pernambuco se torne um Estado próspero, com mais justiça social e sustentabilidade ambiental a partir de uma visão de planejamento de longo prazo.
Os debates serão realizados por meio de uma série de encontros (workshops Pernambuco em Perspectiva - Estratégia de Longo Prazo), reunindo especialistas de diferentes áreas para propor caminhos ao futuro do Estado. Essas discussões terão como premissa seis pilares fundamentais para o desenvolvimento de Pernambuco: educação de alta qualidade; sustentabilidade ambiental e climática; gestão pública eficaz; ciência, tecnologia e inovação; empreendedorismo dinâmico e infraestrutura adequada.
A edição mais recente do workshop aconteceu no dia 4 de junho, no auditório do Empresarial RioMar 5, com a palestra do ex-senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque. Diante de um público de mais de 200 participantes, ele foi enfático ao defender a federalização da educação básica no País. Atualmente, essa parcela da formação educacional brasileira fica sob a responsabilidade dos municípios, que são entre os entes federativos os que têm menor orçamento.
O próximo encontro será no dia 23 de julho, às 19h, no mesmo auditório e terá como palestrante o ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Armando Monteiro Neto que apresentará o tema A inserção competitiva de Pernambuco na nova política industrial do País.
A urgência do Planejamento de Longo Prazo
Nas últimas décadas, o Brasil não priorizou o planejamento de longo prazo para o desenvolvimento dos Estados. A importância de se planejar o futuro econômico é perceptível ao se analisar a história recente de Pernambuco. Na metade do século passado, surgiram instituições especializadas em pensar o futuro da economia pernambucana, como o Codepe, a Fidem e a Sudene. Merece destaque também o trabalho de especialistas como o padre Joseph Lebret. O Complexo Portuário e Industrial de Suape é um exemplo do resultado desse esforço.
"Toda as grandes obras de infraestrutura de Pernambuco foram pensadas ou planejadas na década de 50. O Complexo Industrial Portuário de Suape, estaleiro, refinaria, Transnordestina...mas o tempos eram outros, a economia era outra. O que se pensa para o futuro de Pernambuco dentro de um planejamento tecnológico e sustentável?", provoca o sociólogo Ricardo de Almeida, consultor em estratégia empresarial e um dos coordenadores do projeto Pernambuco em Perspectiva.
Para Ricardo de Almeida, a vontade política de gestores públicos comprometidos com o desenvolvimento conta muito neste desafio, mas o envolvimento da sociedade também é fundamental. "Não tem nenhum governo que seja maior do que a sociedade", resume Ricardo de Almeida, propondo o engajamento dos empresários e gestores, públicos e privados nesta jornada.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
No momento atual, quando desafios como os impactos das mudanças climáticas e da transformação digital afetam profundamente a sociedade em todo mundo, é urgente e imprescindível se pensar no planejamento de Pernambuco para transformar essas perspectivas em oportunidades. É o caso, por exemplo, do desenvolvimento da produção de energias renováveis e a capacitação dos profissionais para atuar num mercado onde predominam as altas tecnologias.
Ao propor um debate sobre o futuro de Pernambuco, a Algomais e a Rede Gestão visam contribuir na busca de caminhos para desenvolver o Estado a partir da seguinte visão de futuro: Em 2037, quando Recife será a primeira capital do País a completar 500 anos, Pernambuco será um Estado mais próspero e com mais qualidade de vida e justiça social, por meio de um empreendedorismo privado reforçado e dinâmico e de uma gestão pública mais eficaz. Essa realidade terá sustentada por ciência, tecnologia e inovação de ponta (em estreita articulação com as universidades públicas e privadas locais) e por uma educação de alta qualidade em todos os níveis, com uma infraestrutura adequada às exigências do desenvolvimento.
Esse futuro almejado também será sustentável do ponto de vista ambiental e climático (não só se adequando às exigências das mudanças do clima, mas tirando o máximo proveito da maior exposição ao sol no semiárido e do excesso de ventos no litoral na geração de energia limpa e mais barata para o desenvolvimento).
Comentários