Pernambuco cresce menos que o Brasil e mantém 2º lugar do Nordeste no PIB de 2023
Estado tem alta de 2,4%, abaixo da média nacional e regional, e segue com PIB per capita em 55% da média do país
O Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco alcançou R$ 270,5 bilhões em 2023, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (14) pelo IBGE.
O montante mantém o estado como o segundo maior da economia nordestina, atrás da Bahia, mas o crescimento registrado no ano — 2,4% — ficou abaixo da média brasileira (3,2%) e também do desempenho médio do Nordeste (2,9%).
Crescimento abaixo da média nacional
A expansão da economia pernambucana mostrou ritmo mais lento do que o observado em estados vizinhos. Maranhão (3,6%) e Alagoas (3,5%) foram destaques regionais com altas superiores, embora o IBGE ressalte que diferenças de base de comparação influenciem esses percentuais.
Mesmo assim, os números reforçam um cenário de avanços moderados em Pernambuco ao longo de 2023.
Em valores correntes, o estado respondeu por aproximadamente 2,5% do PIB brasileiro, proporção praticamente estável nas duas últimas décadas.
Entre 2002 e 2023, a participação de Pernambuco oscilou de 2,4% para 2,5%, mas, apesar da ligeira melhora, o estado perdeu posição no ranking nacional, passando do 10º para o 11º lugar.
Ranking do PIB per capita – 2023 (IBGE)
Valores em R$
Brasil
53.866,67
Grandes regiões
- Centro-Oeste — 71.200,72
- Sudeste — 68.357,91
- Sul — 61.274,54
- Norte — 36.678,53
- Nordeste — 27.681,97
Unidades da Federação
- Distrito Federal — 129.790,44
- São Paulo — 77.566,27
- Mato Grosso — 74.260,01
- Rio de Janeiro — 73.052,55
- Santa Catarina — 66.635,32
- Mato Grosso do Sul — 66.884,75
- Rio Grande do Sul — 66.732,90
- Paraná — 58.724,68
- Espírito Santo — 49.032,73
- Rondônia — 48.634,38
- Goiás — 47.721,96
- Minas Gerais — 44.296,44
- Tocantins — 42.534,91
- Amazonas — 41.271,50
- Roraima — 40.129,07
- Amapá — 38.187,09
- Acre — 31.076,60
- Pará — 30.371,94
- Rio Grande do Norte — 30.804,91
- Bahia — 28.239,14
- Pernambuco — 29.877,28
- Alagoas — 26.596,77
- Sergipe — 27.815,20
- Ceará — 27.946,69
- Piauí — 25.391,16
- Paraíba — 24.243,87
- Maranhão — 22.020,63
Oscilações marcam a série histórica
A análise de longo prazo mostra que a economia pernambucana alternou ciclos fortes de expansão e anos de retração significativa. Em 2010, período marcado pela instalação de grandes empreendimentos e forte investimento industrial, o PIB estadual avançou 7,2%, um dos melhores resultados da série. Já nas crises de 2015 e 2020, o estado viu quedas expressivas de -4,2% e -4,1%, respectivamente.
No acumulado de 2002 a 2023, Pernambuco registrou crescimento real de 54,8%, com média anual de 2,1% — taxa ligeiramente inferior à média do Brasil, de 2,2%.
Serviços impulsionam o resultado
De acordo com o IBGE, o desempenho de 2023 foi puxado principalmente pelas atividades imobiliárias e pelo setor de serviços, que seguem como motores estruturais da economia estadual.
A indústria, embora com menor contribuição geral, teve avanço relevante em segmentos específicos, como a indústria de transformação, impulsionada pelo refino de petróleo. A agropecuária teve participação mais modesta no resultado final.
PIB PER CAPITA continua distante do nacional
Outro indicador divulgado pelo IBGE reforça as desigualdades regionais: o PIB per capita de Pernambuco correspondeu, em 2023, a 55% da média brasileira.
Em 2002, esse percentual era de 52%. A evolução lenta ao longo de duas décadas revela dificuldades contínuas para elevar a renda média da população.
O instituto destacou que desafios estruturais persistem, como produtividade baixa, concentração setorial e desigualdades internas — dimensões que dialogam com a redução recente do Índice de Gini no estado, mostrada em outro release divulgado em outubro.
Mudanças no Sistema de Contas
O IBGE informou ainda que o Sistema de Contas Regionais, responsável por compilar e atualizar os dados do PIB estadual, passa por um processo de revisão metodológica e adotará 2021 como novo ano-base. Até a conclusão da atualização, as estimativas seguem referenciadas ao ano-base 2010.
A divulgação completa da nova série será integrada ao Sistema de Contas Nacionais quando finalizada.
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