Mercado de trabalho no Brasil atinge redução histórica de desemprego
Pernambuco se destacou no NE e teve terceiro melhor índice do País

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,6% no trimestre encerrado em julho, o menor nível desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgados nesta segunda-feira (29), confirmam o aquecimento do mercado de trabalho.
O número de desocupados atingiu 6,11 milhões de pessoas, um patamar que não era visto desde o final de 2013. A queda é significativa em relação aos períodos anteriores: a taxa era de 6,6% no trimestre imediatamente anterior e de 6,9% no mesmo período de 2024. Em números absolutos, isso representa 1 milhão de pessoas a menos buscando trabalho em relação ao trimestre anterior e 1,2 milhão a menos na comparação anual.
OCUPAÇÃO E RENDA
A população ocupada também registrou um marco, alcançando 102,4 milhões de pessoas. Dentro desse grupo, o número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou a 39,1 milhões, o mais alto já registrado na série. Setores como administração pública, saúde, educação e serviços sociais (+522 mil vagas), bem como serviços ligados à informação, comunicação, finanças e administração (+260 mil), foram os principais impulsionadores do aumento de vagas.
Outro indicador de melhoria foi a queda da taxa composta de subutilização da força de trabalho — que inclui desempregados, subocupados e desalentados — para 14,1%, também o menor patamar da série histórica.
Refletindo o avanço na ocupação, a massa de rendimentos, que soma os salários de todos os trabalhadores, foi estimada em R$ 352,3 bilhões, um novo recorde. Esse valor representa uma alta de 6,4% em relação ao mesmo período de 2024. O rendimento médio real habitual também apresentou crescimento, chegando a R$ 3.484, um aumento de 3,8% em um ano.
INFORMALIDADE PERSISTE
Apesar dos resultados positivos, a informalidade permanece como um desafio. O país ainda contabiliza 38,8 milhões de trabalhadores informais, o que representa 37,8% da população ocupada. O trabalho por conta própria também alcançou o maior nível da série, com 25,9 milhões de pessoas.
Para o economista e professor da Wyden, Filipe Braga, os dados divulgados reforçam a resiliência do mercado de trabalho, mesmo em um contexto de juros elevados.
“Esse resultado é muito bom para a economia, pois mostra que o mercado de trabalho está aquecido, apesar da taxa de juros bastante elevada. Normalmente, juros altos desestimulam o investimento produtivo, mas vemos um movimento de geração de empregos acima do esperado”, afirma Braga.
O especialista também ressalta o aumento da formalização e da renda. “O recorde no número de ocupados e na massa de rendimentos consolida um momento histórico para o mercado de trabalho brasileiro. Isso reflete não apenas uma recuperação econômica, mas também um ambiente de maior poder de compra. Ainda assim, a informalidade segue sendo um grande desafio”, analisou.
Segundo Braga, os números do IBGE indicam um ciclo positivo, mas é fundamental a adoção de estratégias que garantam sua continuidade. “É essencial que as políticas públicas ajudem a manter os empregos gerados, mesmo em momentos de maior adversidade econômica, para que esse cenário seja sustentável”, conclui.
PERNAMBUCO
Pernambuco fechou o mês de agosto de 2025 com um resultado expressivo na geração de empregos formais. Segundo os dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o estado registrou saldo positivo de 12.692 vagas com carteira assinada, garantindo a liderança no Nordeste e a terceira maior geração de empregos do Brasil.
O bom desempenho foi impulsionado por setores estratégicos da economia estadual. A Indústria respondeu por 3.335 novas vagas, seguida pelos Serviços, que criaram 3.143 empregos. A Construção Civil também teve participação decisiva, somando 2.644 postos, reflexo do ritmo acelerado de obras e investimentos em infraestrutura. A Agropecuária gerou 2.277 vagas, enquanto o Comércio registrou 1.294 novos empregos.
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