Inflação acelera na RMR puxada pela energia elétrica e alimentação
a inflação no Recife, uma das 16 capitais pesquisas, está mais alta do que cidades como São Paulo e Porto Alegre e Salvador
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A inflação na Região Metropolitana do Recife (RMR) subiu para 0,56% em maio, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento representa uma alta de 0,34 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior, quando a inflação havia sido de 0,22%.
Um dos principais responsáveis pela elevação foi o grupo Habitação, com alta de 3,36% e impacto de 0,45 p.p. no índice geral. Mas a energia elétrica pesou mais, com um aumento de 7,16% na energia elétrica residencial, revertendo a retração de -1,7% registrada em abril.
De acordo com o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves, o reajuste em algumas áreas pesquisadas, a elevação nas alíquotas de PIS/Cofins e a cobrança da bandeira tarifária amarela — que acrescentou R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos — contribuíram para a alta.
“Além do reajuste em algumas áreas pesquisadas e aumento nas alíquotas de PINS/COFINS, esteve vigente no mês de maio a bandeira tarifária amarela, com cobrança adicional de R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 KWh consumido”, disse o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.
ALIMENTOS TAMBÉM IMPACTAM A INFLAÇÃO
No grupo Alimentação e bebidas, os preços também subiram de 0,64% em abril para 0,81% em maio. Itens como cebola (17,93%), batata-inglesa (13,44%) e tomate (8,98%) exerceram forte pressão de alta. Segundo Gonçalves, a batata-inglesa foi afetada pela sazonalidade da safra, que não conseguiu atender à demanda local. Já o preço da cebola sofreu influência da importação do produto da Argentina.
Por outro lado, alguns alimentos apresentaram queda nos preços, como melão (-13,25%), cenoura (-6,68%) e melancia (-6,46%).
INFLAÇÃO ACUMULADA E RANKING
No acumulado do ano, a inflação da RMR chega a 2,68%. Nos últimos 12 meses, o índice atinge 4,33%. Em âmbito nacional, Brasília registrou a maior variação (0,82%), pressionada pela alta de energia elétrica (9,43%) e gasolina (2,60%). Já Rio Branco apresentou a menor variação (0,00%), influenciada pela queda no preço do ovo de galinha (-9,09%) e do arroz (-6,26%).
Para se ter uma ideia, no entanto, a inflação no Recife, uma das 16 capitais pesquisas, está mais alta do que cidades como São Paulo e Porto Alegre e Salvador.
INPC TAMBÉM APONTA ALTA
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a variação para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, apresentou aumento de 0,70% em maio. No ano, o acumulado chega a 2,77%, e nos últimos 12 meses, a 4,03%, acima dos 3,78% registrados no período anterior.
Os produtos alimentícios no INPC também tiveram alta significativa, acelerando de 0,24% em abril para 0,70% em maio. Já os não alimentícios passaram de 0,17% para 0,48% no mesmo período.
PRÓXIMA DIVULGAÇÃO
O IBGE informou que o próximo resultado do IPCA, referente ao mês de junho, será divulgado em 10 de julho.
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