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Economia

Grupo João Santos celebra o maior acordo tributário da história do Brasil

Acerto homologado com a Procuradoria Geral Fazenda Nacional, regulariza dívidas e assegura o pagamento do FGTS de 20 mil trabalhadores


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Imagem ilustrativa da imagem Grupo João Santos celebra o maior acordo tributário da história do Brasil
Alexandre de Andrade Freire, Procurador Regional da Fazenda Nacional; Paulo Narcélio e Guilherme Rocha, Diretores Executivos do Grupo João Santos |  Foto: Wesley D´Almeida/Rede Tribuna

Diretores do Grupo João Santos (proprietário do Cimento Nassau e da Rede Tribuna) participaram, nesta quarta-feira (30), na sede da Procuradoria Regional da Fazenda Nacional (PGFN), no Recife, da assinatura da transação tributária que vai permitir a regularização de dívidas nos valores aproximados de R$ 11 bilhões. 

A negociação envolveu 41 empresas do Grupo, que atua nos mais diversos setores econômicos, como agronegócio, comunicações, indústria de cimento, serviços de táxi aéreo e logística. 

O acordo prevê também a regularização de dívidas de FGTS de 17 empresas do Grupo, que atuam em oito Estados. A medida vai beneficiar diretamente mais de 20 mil trabalhadores, que estavam sem perspectivas de recebimento desse direito. Do total de R$ 11 bilhões negociados pelo Grupo João Santos com a PGFN, R$ 270 milhões são referentes a créditos de FGTS. 

A transação efetivada com a PGFN é mais um importante passo do processo de reestruturação conduzido pela atual administração do Grupo. Anteriormente, o Grupo já tinha recorrido ao instrumento da Recuperação Judicial para reestruturar um passivo de cerca de R$ 13 bilhões.

"A celebração desse acordo, o maior já realizado pela PGFN, é um divisor de águas na história do Grupo João Santos na medida em que recupera nossa credibilidade e ratifica a seriedade do trabalho que estamos realizando para reestruturar financeira e operacionalmente o Grupo. A quitação dos débitos com a Fazenda Nacional, assim como a quitação do FGTS dos colaboradores, abre novas perspectivas para o Grupo.”, diz Paulo Narcélio Amaral, Diretor Executivo do Grupo João Santos.

O Grupo já teve faturamento de cerca de R$ 3 bilhões e empregava mais de 10 mil funcionários. Hoje tem faturamento de cerca de R$ 750 milhões e 2,9 mil funcionários. Com o acordo, a empresa espera restabelecer os números anteriores, com crescimento da atividade econômica e do recolhimento de tributos correntes, também decorrente da retomada das atividades operacionais do Grupo.

“Estamos felizes com a celebração do acordo com a PGFN. O equacionamento da dívida com a Fazenda Nacional é, sem dúvida, importante etapa do intenso trabalho que estamos realizando para reestruturar o Grupo João Santos. Um trabalho que, desde o começo, tem contado com o irrestrito apoio dos acionistas. Agora, vamos dar foco nas questões operacionais do Grupo.", diz Guilherme Rocha, Diretor Executivo do Grupo João Santos.

Termos do Acordo

Após meses de negociação e definições sobre o grau de recuperabilidade da dívida, a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e a empresa chegaram ao seguinte acordo:

●Pagamento de entrada, no prazo de 60 dias, prorrogáveis por mais 45 dias, de R$ 230 milhões em dinheiro, sob pena de indeferimento (o acordo será desfeito), priorizando-se pagamento do FGTS;

●Descontos sobre juros, multas e encargos, reduzindo a dívida ativa com a União, em termos aproximados, de R$ 10,7 bilhões para R$ 4 bilhões;

●Previsão de pagamento do saldo remanescente em até 36 meses, podendo ser estendido a até 120 meses. Na hipótese de extensão do prazo, haverá uma limitação progressiva ao uso de créditos de prejuízo fiscal e base de cálculo negativa (PF/BCN);

●Descontos sobre juros, multas e encargos, reduzindo a dívida ativa com o FGTS de aproximadamente R$ 270 milhões para R$ 180 milhões. Neste caso, os descontos não atingem parcelas devidas aos trabalhadores, nem se admite pagamento com créditos de PF/BCN;

●Renúncia pela empresa a todas as discussões administrativas e judiciais envolvendo dívidas negociadas, inclusive a relativa ao reconhecimento do Grupo Econômico, com corresponsabilização mútua de todas as 41 empresas, podendo encerrar mais de 2 mil processos judiciais;

●Autorização para alienação de ativos, como imóveis, fábricas, usinas e jazidas minerais, previamente elencados e avaliados, a fim de dar cumprimento ao plano de pagamento, com autorização de venda dos bens dados em garantia à União pela plataforma COMPREI, caso não liquidada a transação no prazo de 36 meses.

As condições de pagamento foram estabelecidas de modo que o Grupo possa também voltar a investir em sua operação, o que vai criar as condições para pagamento dos compromissos assumidos. 

De acordo com o procurador Alexandre de Andrade Freire, procurador da Fazenda Nacional na 5ª Região (PRFN5) e um dos condutores da negociação, inicialmente havia a ideia de alienação de ativos. “Passamos a pensar na possibilidade de trazer uma gestora de fundos ou instituição financeira para viabilizar os pagamentos porque o faturamento do grupo são seria suficiente, diz Alexandre Freire.   

“A importância desse acordo ultrapassa a cifra bilionária do débito transacionado. Após mais de um ano de negociação entre a Procuradoria da Fazenda Nacional e representantes do Grupo, ganha destaque a perspectiva de soerguimento das empresas, diz Bruno Dias Alves da Silva – Procurador da Fazenda Nacional, membro da Equipe NEGOCIA-5 responsável pela condução da negociação.

ASSISTA À MATÉRIA NO JORNAL DA TRIBUNA 2ª EDIÇÃO:

 

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