De empregado a comandante: por que é importante fazer transição?
A importância de assumir a cabine de comando do seu negócio
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Você já imaginou ir do papel de empregado ao de gestor do seu próprio empreendimento? Essa transição é fundamental para qualquer expansão de negócios, franquias e afins. Antes de ampliar e conceder o direito de uso da sua marca, é crucial estabelecer uma sólida base interna, atuando como gestor e desempenhando o papel de dono da sua empresa.
O que fazer?
Eduardo Santinoni, sócio fundador da Y Consultoria e diretor adjunto de Expansão e Novos Formatos da Associação Brasileira de Franchising (ABF), compartilha insights valiosos sobre a transição fundamental que os empresários devem fazer para alcançar o crescimento e o sucesso em seus empreendimentos.
Muitos empreendedores começam como operadores de seus próprios negócios, desempenhando tarefas operacionais, como atender a clientes ou preparar produtos. No entanto, para expandir seus negócios, é essencial que eles assumam um papel de gestão estratégica e se tornem verdadeiros donos de suas empresas.
Santinoni faz uma analogia intrigante: compara o negócio a um avião, onde as turbinas são o marketing e as vendas, impulsionando o empreendimento, e o corpo da aeronave é onde a operação acontece. O desafio é que muitos empresários continuam ocupando posições operacionais, deixando de assumir a "cabine de comando", onde as decisões estratégicas são tomadas, a visão é desenvolvida e o futuro da marca é planejado.
A importância da transição
A transição do papel de operador para o de gestor é crucial, mas muitos empresários bem-sucedidos têm dificuldades para fazê-la. Santinoni utiliza o termo "empregado do próprio negócio" para descrever essa situação complexa, porém vital, especialmente para quem busca expandir seus empreendimentos.
“Quando você vira a chave sobre o entendimento de que o tamanho do seu negócio vai da posição que você está ocupando nele, é possível avançar. Porém, caso não ocorra esse desapego, o empreendedor se limita ao alcance do próprio braço e o avião fica estacionado”, diz Santinoni.
Ao manter-se em funções operacionais, o empresário assume riscos desnecessários, desperdiçando seu valioso tempo de piloto em tarefas delegáveis, como operar o caixa. O segredo está em criar processos, definir cargos e supervisionar as atividades, gradualmente assumindo o controle estratégico do negócio.
As etapas necessárias
Santinoni enfatiza que, após dominar a arte de delegar, o empreendedor entra na fase de compreender a amplitude da gestão e busca os mecanismos necessários para assumir a posição de piloto. Ele destaca o ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Checar e Agir) como uma ferramenta essencial, mas ressalta que a gestão deve ser baseada em indicadores-chave.
Enquanto o faturamento é importante, Santinoni alerta que nenhum negócio pode ser gerenciado com base em uma única métrica. Ele destaca indicadores como o custo da mercadoria vendida (CMV), a percepção do cliente, a conversão de vendas online e a satisfação da equipe como essenciais para uma gestão eficaz.
Sonhos
Cada marca tem objetivos únicos, e a escolha dos indicadores deve refletir esses objetivos. Santinoni enfatiza a importância de definir indicadores específicos, estabelecer metas para eles e atribuir responsabilidades claras.
Após a elaboração de planos, indicadores e ciclos de gestão eficazes, é hora de assumir a "cabine de comando" e impulsionar o avião do negócio para o sucesso. Santinoni conclui destacando que o tamanho do negócio está diretamente ligado à posição ocupada pelo empreendedor e que a transição é essencial para o crescimento. Ao abrir mão de funções operacionais, o empresário permite o desenvolvimento de uma rede saudável e funcional, alcançando os objetivos almejados. Caso contrário, o avião do negócio permanece estacionado.
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