Cerca de 300 passageiros enfrentam 40 horas de atraso em voo da Azul para o Recife
Empresário, que está com a esposa e um bebê de 7 meses, conta que a assistência da companhia aérea tem sido desrespeitosa

O que deveria ser apenas o retorno tranquilo após dias memoráveis em terras portuguesas virou uma saga de incertezas para o empresário Pablo Passo, a esposa e o filho de sete meses. Eles estavam no voo 8003 da Azul Linhas Aéreas, em Porto (Portugal), com destino ao Recife, mas o voo acumulou mais de 40 horas de atraso, deixando passageiros sem assistência adequada e mergulhados na indignação. Cerca de 300 passageiros foram prejudicados, segundo o empresário.
Da alegria ao desgaste
A temporada em Portugal tinha sido impecável para Pablo e sua família: descanso, passeios marcantes e o primeiro contato internacional do bebê. Mas a viagem de volta trouxe angústia e desgaste.
“O voo não saiu no horário e começou a atrasar sem qualquer previsão. Passaram-se horas sem informação, sem respeito e sem suporte por parte da companhia aérea”, relatou Pablo.
“A Azul terceiriza tudo”
Relatos apontam que a falta de estrutura da empresa no aeroporto português agravou o caos. Não havia balcão de atendimento, agentes de solo ou apoio efetivo. Apenas uma funcionária, identificada como Bianca, tentou dar conta de centenas de pessoas.
“É humanamente impossível uma única profissional dar conta de quase 300 passageiros que precisavam de atenção”, desabafou Pablo.
Assistência mínima e gasto extra

No primeiro dia de espera, o que foi oferecido pela Azul se limitou a um lanche simples e a um voucher de 16 euros, aceito apenas em redes de fast food. Hospedagem, transporte e refeições ficaram por conta dos passageiros.
“A Azul simplesmente disse que cada passageiro se virasse, e depois iria ‘negociar’ as despesas. É um absurdo!”, criticou Pablo.

Expectativa frustrada mais uma vez
Na manhã seguinte, surgiu a promessa de embarque às 9h. A família acordou de madrugada, arrumou as malas e se dirigiu ao aeroporto. Mas, pouco antes do horário previsto, chegou a informação por e-mail: o voo só sairia à noite, às 21h.
Às 16h, já esgotado, Pablo desabafou:
“Estamos no aeroporto desde cedo, sem balcão para despachar bagagem, sem alimentação, sem informação, sem suporte algum. Só queremos voltar para casa.”
Apelo por respeito
O episódio reforça o debate sobre a fragilidade no atendimento prestado por companhias aéreas em voos internacionais e a necessidade de cumprimento das normas de proteção ao consumidor.
“Azul Linhas Aéreas, encerre essa linha. Vocês não têm condição de respeitar os clientes e nem a legislação que nos protege.”
A mãe
“Nós estamos aqui há quase 40 horas de voo atrasado da Azul sem nenhuma assistência, sem alimentação, sem hotel. Ontem tivemos que nos virar aqui na cidade do Porto para reservar o hotel e hoje conseguimos fazer o check-in (no aeroporto). A Azul está prometendo que o nosso retorno será no voo das 21 horas. Até então, o voo está mantido. Porém, hoje já houve alguns cancelamentos. O nosso voo seria, originariamente, hoje às 9 da manhã, depois às 15, depois às 17 e agora às 21. Então estamos esperando, fizemos o check-in. Espero que dê certo dessa vez", disse a advogada Maria Zilá Passo, esposa de Pablo.
O que diz a Azul
Em resposta, a companhia se limitou a uma nota breve, com cinco linhas:
“A Azul informa que o voo AD8003 (Porto-Recife) precisou ser cancelado por questões técnicas. Os Clientes serão reacomodados em voo extra nesta sexta-feira.
Os Clientes impactados estão recebendo assistência prevista na Resolução 400 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A Azul lamenta eventuais transtornos e ressalta que medidas como essas são necessárias para conferir a segurança de suas operações, valor primordial para a Companhia”.
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