Os desafios de Matheus Souto Maior na presidência do Sport
Rafael Araújo
Rafael Araújo é formado em jornalismo pela Uninassau Recife. Atua como repórter e colunista de esportes no portal Tribuna Online. É também produtor do Jogo Aberto Pernambuco da Tv Tribuna PE / Band.
O Sport já tem um novo presidente! Matheus Souto Maior foi eleito na noite da última segunda-feira (15), na eleição suplementar realizada na Ilha do Retiro. Ele conquistou 795 votos do associado rubro-negro (equivalente a 47,24%) e obteve uma vitória acirrada diante do segundo colocado, Severino Otávio “Branquinho”, que alcançou 737 votos. Paulo Bivar teve apenas 183. Profissional da área de tecnologia, Souto Maior terá Kadico Pereira como vice.
Passada a euforia do triunfo no pleito, o momento requer arregaçar as mangas e começar a trabalhar com total urgência. Matheus ainda não divulgou toda a equipe que irá compor sua gestão, principalmente no futebol — o carro-chefe do clube e um dos setores que mais preocupa o torcedor e, consequentemente, o novo gestor rubro-negro.
Se na gestão de Yuri Romão o discurso era de que ele recebeu o clube em situação delicada pelo antecessor, exigindo luta para recuperar a credibilidade no mercado, podemos dizer que, após 2025, Souto Maior terá o mesmo desafio: fazer o Leão da Ilha voltar a ser respeitado dentro e fora de campo.
Em 2026, com a queda vergonhosa para a Série B, o Sport terá uma receita menor, que deve girar na casa dos R$ 50 milhões — na atual temporada, o valor foi de pouco mais de R$ 180 milhões. Só no futebol, segundo informações de bastidores, o clube investiu (ou destruiu) R$ 64 milhões. Um custo alto para um elenco que conseguiu se tornar o pior da história, batendo recordes de vexames e afastando o torcedor. Diante disso, Matheus Souto Maior terá que liderar um seleto grupo de gestores que desenvolvam um trabalho capaz de gerar receita urgente, formar um time competitivo com menos verba e entregar resultados tanto no campo quanto no relacionamento com a torcida e mercado.
O Sport entrará na próxima temporada com dívidas para pagar e contratos longos de jogadores que, com todo respeito, não servem ao clube. O novo presidente não terá vida fácil, mas o cenário seria árduo para qualquer um que herdasse a cadeira deixada pela gestão Romão. Reitero meu grande respeito à pessoa e ao profissional Yuri, mas não há como elogiar o legado deixado por ele no futebol do Sport.
Acredito que a venda de ativos, como Zé Lucas e até mesmo o zagueiro Marcelo Ajul, são pontos que o novo presidente deveria resolver logo nos primeiros dias de trabalho. É necessário gerar caixa; negociar esses dois atletas por um valor superior a R$ 65 milhões seria um alento a curto prazo aos cofres da Ilha.
No futebol, a situação também requer urgência, mas também não há margem para errar na escolha do comandante. O ano de 2025 mostrou isso, e acredito que todos aprenderam. É preciso escolher um nome que caiba no orçamento reduzido, entenda a grandeza do clube e tenha experiência em acessos. Torcedor do Sport não gosta de "grife", gosta de conquistas, e é nessa linha que a nova direção de futebol deve seguir.
Um nome que se encaixaria? Léo Condé. Defendi o nome dele durante minha participação no programa Jogo Aberto, da TV Tribuna/Band, e reafirmo aqui na coluna. Apesar do rebaixamento pelo Ceará, Condé realizou trabalhos sólidos nas últimas duas temporadas no Vitória (sendo, inclusive, campeão da Série B de 2023) e no próprio Vozão, quando conquistou o acesso em 2024. Ele só precisará compreender que, no Sport, a base deve ser sempre utilizada.
Por fim, creio que, diante de tantos problemas, Matheus Souto Maior tem a possibilidade de fazer um trabalho que renda frutos durante esse mandato "tampão" de apenas um ano. É fazer o básico: conquistar receitas, realizar acordos, montar um time que queira jogar de verdade pelo Sport e conquiste resultados, além de fechar a torneira de custos desnecessários. Ele também precisar ter atenção a mudanças importantes em departamentos estratégicos, como comunicação e marketing, imprimindo seu estilo de trabalho. Ter a imprensa cada vez mais por perto, no dia dia do clube, e manter bom relacionamento com esses profissionais é essencial para aproximar o torcedor e deixar ele bem informado.
Se Souto Maior aceitou o desafio, agora terá que trazer resultados. Aos demais, é importante lembrar que o palanque precisa ser desarmado; o momento é de apoio e de cobranças feitas com responsabilidade ao novo presidente. O que se nota, neste momento, é que o torcedor do Sport, apesar do terrível 2025, nutre grandes expectativas e esperança em dias melhores na Ilha do Retiro.
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Na coluna Tribuna da Bola você encontrará muita informação e sempre com o olhar crítico do jornalista e cronista esportivo Rafael Araújo. O futebol é muito mais que bola na rede ou dois times em campo. Tem paixão, histórias marcantes, negociações milionárias e até mesmo política nos bastidores. E por ser tão amplo, o Tribuna da Bola não poderia ser diferente. Falamos de tudo que envolve esse esporte absurdamente apaixonante.