As mudanças, curiosidades e dúvidas do novo calendário do futebol brasileiro

O calendário do futebol brasileiro está em processo de mudança geral. A partir de 2026, segundo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), times de todas as divisões do país e seus respectivos torcedores vão vivenciar importantes novidades. A Série A do Brasileirão, por exemplo, terá duração maior, com início em janeiro e término em dezembro. Considerada a competição mais rentável, a Copa do Brasil deve chegar a 128 clubes participantes nos próximos dois anos e com um fato novo: decisão em jogo único, com direito a sede para a final. A Copa do Nordeste, carinhosamente chamada de Lampions League, terá um incremento. A Copa Verde sofrerá modificação e a Copa Sul-Sudeste será lançada pela entidade máxima do nosso futebol.
BRASILEIRÃO ALONGADO
A principal mudança está, obviamente, no mais importante campeonato do país. O Brasileirão, como já habituamos a chamá-lo, terá início no dia 28 de janeiro (praticamente dois a três meses antes do habitual) e terá a última rodada em 2 de dezembro. Com isso, é possível que os jogos sigam moldes semelhantes aos grandes campeonatos europeus, onde as partidas ocorrem aos fins de semana e com intervalo maior entre os jogos.
ESQUECERAM DA PRÉ-TEMPORADA?

A preocupação que fica é com relação ao período de intertemporada, tempo que os times utilizam para a formação dos seus elencos e para dar, principalmente, condições de jogo aos atletas. Sobre isso, pelo menos para mim, não ficou claro como a CBF pretende conduzir essa etapa juntamente com os clubes. Essa fase é essencial no futebol. Participar de um campeonato estadual com tempo reduzido de preparação é bem diferente de entrar de vez em uma competição nacional, bastante disputada e em um país de dimensões territoriais grandes como o Brasil.
OLHA SEGUNDONA AÍ...
O campeonato menos impactado será a Série B. Em 2026, por exemplo, a competição seguirá os moldes atuais, com 20 clubes se enfrentando em turno e returno, em 38 rodadas. A competição deve começar no dia 21 de março e terminar em 28 de novembro.
SÉRIE "C" ESTILO CORAÇÃO DE MÃE (CABE MUITA GENTE)
A principal mudança na Terceirona será com relação à quantidade de descensos e acessos. Apenas dois times serão rebaixados para a Série D, enquanto seis times subirão da quarta divisão, elevando o total para 24 equipes em duas temporadas. Essa mesma proporção de acesso e rebaixamento se repetirá no ano seguinte para atingir as 28 equipes esperadas pela CBF na Série C de 2028.
SÉRIE D: MAIS NOVIDADES
Os 96 participantes da edição do próximo ano serão confirmados em dezembro, após a divulgação do Ranking Nacional de Clubes (RNC). A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) adota quatro critérios para definir os clubes: os rebaixados da Série C do ano anterior, os classificados via campeonatos estaduais e copas, os classificados da Série D do ano anterior e, por fim, as vagas restantes distribuídas com base no RNC.
SOBRE OS ESTADUAIS...
Agora, serão apenas 11 datas. Os jogos acontecerão entre 11 de janeiro até 8 de março, em paralelo ao começo da Série A, mas durante a semana das finais não haverá rodada do campeonato nacional.
NORDESTÃO E OS DEMAIS REGIONAIS
De quebra, a Copa do Nordeste, que tem tido maior aceitação quando comparada aos Estaduais, vai ter um aumento no número de clubes. De 16, agora a Lampions terá 20 times. Mas Pernambuco vai permanecer com dois representantes. Bahia e Ceará, que são as federações melhores colocadas no ranking nacional, terão três clubes na disputa. Completam a lista: Maranhão (2), Piauí (2), Rio Grande do Norte (2), Paraíba (2), Alagoas (2) e Sergipe (2).
A Copa Sul-Sudeste será composta por 12 clubes das duas regiões. Já a Copa Verde ganhou um novo formato: será uma espécie de final entre os vencedores da Copa Norte e Copa Centro-Oeste.
As competições regionais serão disputadas em 10 datas, entre os meses de março e junho.
COPA DO BRASIL E A IDÉIA DE FINAL EM "CAMPO NEUTRO"
De forma bem objetiva, a Copa do Brasil também mudará bastante, aumentando de 92 para 126 participantes em 2026 (e 128 em 2027). Todos os clubes da Série A têm vaga garantida e entrarão direto na quinta fase da disputa (a última antes das oitavas de final). Serão 102 vagas diretas para campeões estaduais (hoje são 80), e os campeões da Copa do Nordeste, Copa Verde, Série C e Série D entrarão na terceira fase. Apenas a quinta fase, oitavas, quartas e semifinais terão jogos de ida e volta.
Até aí tudo bem, mas o grande erro é sempre acharmos que o Brasil deve seguir os moldes da Europa. A CBF definiu que a final será em jogo único no dia 6 de dezembro, encerrando o calendário do nosso futebol. Imagine, hipoteticamente, uma final de Copa do Brasil entre um time do Acre e outro de Sergipe, mas o local sede da decisão sendo na Arena do Grêmio, em Porto Alegre? Será que esse cenário foi pensado? Creio que não, né? Uma coisa são competições em países pequenos; outra situação são os custos, dimensões e logísticas em um país como o nosso.
E O RESULTADO?
Ainda é cedo para sabermos se as mudanças terão resultados mais positivos ou negativos, mas uma coisa é importante ressaltar: pelo menos a nova gestão está tendo coragem de propor coisas novas no futebol brasileiro.
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