A saída de Daniel Paulista só confirma que 2025 já acabou para o Sport
A demissão de Daniel Paulista escancara, mais uma vez, a fraca gestão de futebol do Sport na atual temporada. O ano de 2025 acabou para o Leão e tem tudo para ser lembrado como um dos piores da história recente do Clube, senão o pior. Todos sabiam que a missão de salvar o Sport da queda para a Série B era pouco provável de acontecer.
A chegada de Daniel serviu, ao menos, como motivação para a torcida e para dar uma melhorada, mesmo que mínima, ao elenco. Foi com ele que o Leão conquistou os únicos triunfos no Brasileirão. Apesar disso, o que Daniel Paulista entregou em resultados foi pouco: duas vitórias, oito derrotas e oito empates, com um aproveitamento de 25,9%.
A escolha por Daniel Paulista não foi o problema. Qualquer treinador que assumisse o time nas condições em que ele topou trabalhar dificilmente teria sucesso. O maior problema do futebol do Sport, ao meu ver, está ligado à gestão inconsequente. O presidente Yuri Romão disse, após o Sport subir de divisão no ano passado, que o objetivo era se manter na primeira divisão e, quem sabe, conseguir uma vaga em uma competição internacional. O que o Clube alcançou, no entanto, foi a pior participação da história na era dos pontos corridos do Brasileirão, mesmo tendo uma receita robusta comparada a anos anteriores.
Parece redundante, pois já foi abordada a administração do Sport aqui no Tribuna da Bola, mas, na verdade, não é. O fato é que é impossível não responsabilizar as tomadas de decisões da diretoria. A Direção de futebol, seja ela remunerada ou não, tem o dever de agir com cautela, responsabilidade e razão.
A partir do momento em que uma administração faz tantas contratações e investimentos sem nenhum critério aparente, isso revela o quanto ela foi prejudicial à instituição. Não estou aqui opinando sobre pessoas, até pelo respeito que tenho a muitos profissionais que trabalham no Sport. Estou analisando resultados, decisões tomadas e o cenário em que o Clube se encontra.
Ainda sobre Daniel, as declarações que ele proferiu após a derrota para o Internacional, quando disse que muitos erros acontecem, não poderiam ter sido vistas como algo ruim. A diretoria não deveria jamais se sentir ofendida, mas, ao contrário, deveriam ter a humildade de vir a público, reconhecer os erros e dar satisfação ao seu torcedor.
Agora, o Sport já deixou evidente que vai pensar em 2026. César Lucena será o treinador interino até a chegada do novo técnico. Dificilmente alguém assumirá sem a confirmação de que vai fazer parte dos planos do time para a próxima temporada.
A saída de Daniel Paulista é a primeira de uma grande reformulação que deve vir por aí. E, para ser sincero, pouco vai adiantar se as mudanças se restringirem apenas ao plantel deficitário que o Sport tem. Seria necessário que todos aqueles que nada somaram com o clube neste ano tivessem a nobreza de dar vaga a alguém que chegue para fazer diferente e que tenha condições de tirar o Leão da Ilha do poço em que foi inserido.
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