Para quem vai participar das festas públicas de reveillon, é bom ter um cuidado extra com o aparelho celular. O ideal seria deixá-lo em casa, mas a necessidade de se comunicar, fazer um Pix, ou mesmo registrar em vídeos e fotos os melhores momentos da festa, torna esa tarefa quase impossível.

Então, evite expor o aparelho o tempo todo e procure usá-lo com atenção e cuidado. Nada de carregar o celular no bolso de trás da calça ou em mochilas e bolsas com zíper. Coloque-o sempre próximo ao corpo, em doleiras ou bolsos internos. Mas, é bom se preparar também para o furto ou roubo do aparelho, caso aconteça.

Nesse caso, o programa Celular Seguro, lançado pelo Governo Federal em 2023, pode ajudar. Com uma base de quase 4 milhões de usuários, a plataforma evoluiu de um sistema de bloqueio imediato para uma rede integrada de inteligência que hoje rastreia e restringe a circulação de aparelhos de origem ilícita.

Rastreamento e notificações via WhatsApp

Em um movimento para sufocar o comércio ilegal, o governo implementou, em abril de 2025, o envio de notificações automáticas via WhatsApp. O sistema detecta sempre que um novo chip é inserido em um aparelho que possui alerta de roubo ou furto.

Nesses casos, o usuário recebe uma mensagem oficial orientando o comparecimento a uma delegacia para regularizar a situação. A medida visa tanto desencorajar a compra de itens de procedência duvidosa quanto auxiliar as polícias civis na recuperação e devolução de bens aos verdadeiros donos.

Consulta pública de aparelhos com restrição

Outro avanço significativo ocorreu em julho de 2025 com a regulamentação do Cadastro Nacional de Celulares com Restrição. A ferramenta unifica as bases de dados do Celular Seguro, da Anatel e do Banco Nacional de Boletins de Ocorrência.

Na prática, a integração permite que qualquer cidadão consulte, por meio do número do IMEI no aplicativo (digite *#06# no teclado do celular para aparecer), se um aparelho seminovo possui registros criminais antes de fechar negócio. A consulta digital não substitui a obrigatoriedade da nota fiscal, que continua sendo a garantia legal de posse do produto.

Acesso universal e segurança no bloqueio

A plataforma também se tornou mais inclusiva: atualmente, não é necessário ter um cadastro prévio para emitir um alerta. Vítimas de crimes podem acessar o sistema via web ou por aparelhos de terceiros em até 15 dias após ocorrido o furto ou roubo. Dados do ministério revelam que, em 2025, 80% dos alertas foram realizados por pessoas que se cadastraram apenas após o crime, demonstrando o alcance da ferramenta.

Para garantir a segurança do sistema e evitar bloqueios indevidos por terceiros, o alerta de restrição só pode ser validado pelo titular da linha ou por pessoas de confiança previamente cadastradas no perfil do usuário.