CNBB divulga Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil
Documento detalha números referentes a quatro Estados do Nordeste
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Dados do Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil divulgados nesta quarta-feira pelo Conselho Indigenista Missionário - Cimi, mostram que 177 indígenas morreram entre 2019 e 2022. Essas informações são referentes ao território da CNBB Nordeste 2, que compreende os estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte.
Segundo o documento, a maior parte das vítimas são crianças de 0 a 4 anos. Ao todo, 97 meninos e meninas nessa faixa etária morreram de doenças evitáveis, isto é, “que poderiam ter sido controladas por meio de ações de atenção à saúde, imunização, diagnóstico e tratamento adequado”.
No mesmo período, 40 indígenas foram assassinados, 25 morreram por falta de assistência médica e 15 cometeram suicídio.
Durante a cerimônia de lançamento do relatório do Cimi, o secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, disse que o momento era muito importante e que o acesso às informações do documento dava segurança e interpela a todos para uma ação concreta.
Para a produção do documento foram sistematizados dados obtidos através de informações dos regionais do Cimi, de comunidades indígenas e de veículos de comunicação, além de fontes públicas oriundas da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e de Secretarias Estaduais de Saúde.
O levantamento reúne dados sobre violações contra os direitos territoriais indígenas, como conflitos, invasões e danos aos territórios; violências contra a pessoa, como assassinatos e ameaças; e violações por omissão do poder público, como falta de assistência nas áreas da saúde e educação, mortalidade na infância e suicídios.
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