Recife cria comitê para monitorar intoxicações por metanol e orientar população
Grupo reúne médicos especialistas e instituições de saúde e pesquisa para otimizar assistência e fortalecer ações de vigilância

A Prefeitura do Recife instituiu o Comitê Técnico para Resposta às Intoxicações por Metanol, por meio de portaria assinada pela secretária de Saúde do município, Luciana Albuquerque. O grupo é composto por representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-PE), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Cremepe, médicos especialistas em toxicologia, oftalmologia, neurologia e epidemiologia, além dos diversos setores da Sesau. Na manhã da segunda-feira, houve a primeira reunião do comitê, que definiu protocolos de notificação, investigação e diagnóstico dos casos.
“Reunimos especialistas de diversas áreas do conhecimento para que possamos discutir os casos notificados, reunir informações sobre o histórico clínico e aprimorar os fluxos de atendimento. Nosso objetivo é dar celeridade às investigações e prevenir possíveis novos casos”, explicou a secretária Luciana Albuquerque.
Entre as suas funções, o comitê tem como atribuições propor, coordenar e acompanhar estratégias de prevenção, detecção e resposta rápida a casos, óbitos e surtos de intoxicação por metanol; assessorar tecnicamente na elaboração de protocolos e fluxos assistenciais; e articular ações intersetoriais entre órgãos de saúde, instituições de ensino e demais parceiros estratégicos.
Além disso, o comitê será responsável por recomendar medidas de comunicação de risco e orientação à população, avaliar, periodicamente, a situação epidemiológica e propor ajustes às políticas públicas de enfrentamento.
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ESTATÍSTICAS - Atualmente, o Recife contabiliza sete notificações de intoxicação por metanol, sem registro de óbito. Desde o início do monitoramento, 53 estabelecimentos (entre bares, restaurantes, casas de festa e distribuidoras) foram fiscalizados, sendo sete deles a partir de denúncias feitas à Vigilância Sanitária. Em alguns locais, foram feitas apreensões cautelares por imprecisões de informação em rótulos e de bebidas sem registro no Ministério da Agricultura.
“Estamos orientando a população a atentar para alguns pontos importantes na hora de comprar a bebida alcoólica: procurar locais confiáveis, que possam comprovar a procedência do produto; ver se a embalagem está devidamente lacrada e os rótulos ou logomarcas estão idênticos aos originais; verificar se não há alteração na coloração ou na consistência, como partículas na bebida e ainda se os preços estão compatíveis com os de mercado. Se tiver muito barato, deve-se suspeitar”, explica.
CANAL DE DENÚNCIAS - A Prefeitura do Recife abriu um canal para a população denunciar casos suspeitos ou estabelecimentos com indícios de irregularidades. Acessando o Conecta Recife (site ou app), o usuário pode clicar no ícone de destaque da plataforma, onde está escrito “Faça aqui sua denúncia”.
Importante que o cidadão informe com precisão o local exato e data do consumo da bebida, além do tipo e da marca do produto. Uma equipe da Vigilância Sanitária e do Procon irá até o estabelecimento fazer uma inspeção. Em se tratando de pessoas com sintomas, é importante que seja informado seu contato, para que a investigação epidemiológica seja feita.
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