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Cidades

Presentes de Natal podem conter até 72% de impostos. Veja alguns exemplos

Advogado tributarista Ivo Lima destaca que reforma tributária não deve trazer mudanças nos preços desses itens


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Imagem ilustrativa da imagem Presentes de Natal podem conter até 72% de impostos. Veja alguns exemplos
Elevada carga tributária está presente principalmente nos itens importados |  Foto: Imagem gerada por IA

Com a chegada do Natal, os consumidores brasileiros se preparam para celebrar a data com a tradicional ceia e a troca de presentes. Pouca gente atenta para o fao de que  a festividade vem acompanhada de uma carga tributária significativa em diversos itens, impactando no bolso. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), a tributação nos produtos pode chegar a até 72,18% do seu valor, como é o caso dos videogames, um dos itens mais desejados pelas crianças.

Os altos percentuais de impostos se estendem por diversos itens. O vinho importado, por exemplo, apresenta 59,73% do seu preço final composto por impostos. Os enfeites natalinos possuem 48,02% de taxas, o panetone conta com 34,63% de tributos e até a árvore de Natal entra na lista, com 39,23% do seu valor em impostos. O telefone importado, outro item popular na lista de presentes, tem 68,76% do seu preço destinado à arrecadação pública.

MOTIVOS

O advogado Ivo Lima, especialista em tributos do escritório Ivo Barboza & Advogados Associados, explica os motivos da alta carga tributária brasileira. “Isso acontece porque o nosso modelo de tributação prioriza os tributos sobre o consumo, como o ICMS, o IPI e o Pis/Cofins. Embora sejam em grande parte não cumulativos, esses tributos geram resíduos ao longo da cadeia produtiva, o que na prática eleva os preços finais”, explica o especialista. “Esse problema não é exclusivo das festas de final de ano, mas chama mais atenção nesta época do ano, quando o consumo aumenta. É reflexo de um modelo que tributa o consumo, em vez de focar mais na renda, e que acaba pesando de forma desproporcional no bolso das famílias de média e baixa renda”, acrescenta.

No caso dos produtos importados, como vinhos e champanhes, os custos aumentam com as taxas de importação. “É importante ficar atento às regras de importação, já que produtos comprados de lojas estrangeiras podem sofrer incidência de tributos na chegada ao Brasil. Apesar das medidas recentes do Governo para simplificar e regulamentar essas operações, é essencial verificar se o preço final do produto, com os tributos incluídos, ainda compensa a compra”, alerta o especialista.

REFORMA

A reforma tributária em discussão no país, que busca simplificar o sistema e reduzir a cumulatividade de impostos, não deve ter impacto nos presentes e produtos natalinos. Isso porque a proposta mantém a neutralidade na arrecadação, o que significa que a carga tributária total deve ser mantida. “A meu ver, não se espera que os preços mudem com a reforma tributária. O modelo ainda continuará priorizando o consumo, então os impactos no Natal não serão expressivos”, afirma Ivo Lima.

Como não dá para fugir dos tributos, que estão embutidos nos preços finais, cabe ao consumidor buscar alternativas para minimizar os gastos, como a compra de produtos nacionais, a busca por promoções e a compra de itens fora da sazonalidade.

Quanto de imposto você paga nos itens do Natal?

Perfume importado: 78,99%

Videogame: 72,18%

Perfume nacional: 69,13%

Telefone importado: 68,76%

Vinho importado: 59,73%

Enfeites natalinos: 48,02%

Vinho nacional: 44,73%

Brinquedos: 39,70%

Árvore de Natal: 39,23%

Panetone: 34,63%

Peru/ Chester/Pernil: 29,32%

Fonte: IBPT

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