Policiais Civis realizam nova paralisação de advertência nesta quinta-feira
Manifestação gera congestionamento no Centro da cidade e faz uma série de cobranças governo de Raquel Lyra
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O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) realizou, nesta quarta-feira (10), um protesto no Centro do Recife por melhores salários e condições de trabalho e mais efetivo. “Estamos pedindo socorro”, disse o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros.
Após serem recebidos por representantes do Governo, no final da tarde, Áureo Cisneiros afirmou que a gestão estadual se comprometeu em apresentar uma resposta nesta quinta-feira (11). Porém, diante da falta de uma proposta concreta, as mobilizações serão mantidas.
"Ainda nesta quinta-feira (11) iniciaremos, às 7h, mais uma paralisação de advertência e intensificaremos os protestos nas agendas públicas do governo. Estaremos em Taquaritinga do Norte, no lançamento do Pernambuco é meu país. Deslocaremos policiais civis, aqui da Região Metropolitana e das cidades próximas a Taquaritinga", destacou.
Caminhada no Centro do Recife
Durante o final da manhã e até meados da tarde, um protesto organizado pelo Sinpol congestionou o trânsito, mas foi programado depois de uma série de reuniões sem sucesso entre representantes da categoria e o Governo do Estado.
A manifestação começou por volta das 11h, na sede do sindicato, localizado no bairro de Santo Amaro. Os organizadores e outros policiais passaram pela Avenida Cruz do Cabuga, pelo cruzamento da Rua do Príncipe, pela Avenida Conde da Boa Vista e Rua da Aurora, onde tem a sede da Polícia Civil. Depois, os manifestantes seguiram até o Palácio do Campo das Princesas.
Neste ano, a categoria realizou paralisação de 24 horas, já organizou também operação padrão, mas ainda não houve uma conversa considerada benéfica para os policiais, de acordo o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros. A CTTU está dando suporte ao protesto.
O passado com memória
Segundo Áureo, em termos proporcionais, em relação a 2022, Pernambuco teve o maior índice de mortes violentas do Nordeste. Os dados são do Monitor da Violência de 2023 e mostraram um resultado pior do que o apresentado por alguns grandes estados, como São Paulo.
Em 2023, Pernambuco teve a segunda maior taxa de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) por 100 mil habitantes do Brasil, ficando atrás apenas do Amapá. Foi o pior resultado do Nordeste.
Embora a Secretaria de Defesa Social tenha anunciado nova redução dos números da violência, na última segunda-feira, para ele, a população não sente melhorias na prática.
Em levantamento feito pelo Ministério da Justiça de janeiro a abril, dados apontam a piora dos indicadores no Nordeste que provocam uma alteração na geopolítica do crime: pela primeira vez desde 2020, o Rio não aparece entre os três estados mais violentos do Brasil. O “top 3” agora é formado pela Bahia, por Pernambuco e pelo Ceará.
“É preciso investir na Polícia Civil, que investiga os crimes e os homicídios. É a Civil que sai desbaratando as organizações criminosas, que hoje atuam fortemente em Pernambuco. A gente está pedindo socorro. Semana passada, caiu o teto da Delegacia da Mulher em Olinda. A Delegacia do Cabo está ameaçando desabar, a de Vitória do Santo Antão, a da Macaxeira está com rachadura depois da chuva e mofo. Falta de efetivo. Tem delegacia que não funciona à noite, nem no final de semana ou feriado. Isso é um absurdo``. declarou.
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