Pernambuco registra 72 casos de febre oropouche e faz alerta a gestantes
O Ministério da Saúde investiga a possível relação da doença com abortos e casos de microcefalia em bebês
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Pernambuco confirmou 72 casos de febre oropouche em 13 municípios, transmitida por muriçocas ou maruins.
O Ministério da Saúde investiga a possível relação da doença com abortos e casos de microcefalia em bebês, após uma mulher grávida transmitir o vírus ao feto, que faleceu com 30 semanas de gestação.
Embora ainda não se saiba se a morte fetal foi causada pela febre, a Secretaria Estadual de Saúde mantém um alerta sobre a situação.
Dores de cabeça, dores no corpo e febre são sintomas da doença
A febre oropouche, uma arbovirose emergente, tem afetado principalmente indivíduos com baixa imunidade e apresenta sintomas semelhantes aos de outras arboviroses, como febre e dores pelo corpo, além de uma dor de cabeça intensa que pode persistir.
“Oropouche é caracterizada por uma dor de cabeça forte, que pode durar vários dias. Após um período de dois a sete dias, a dor pode parecer desaparecer, mas retorna cerca de uma semana depois”, explica Eduardo Bezerra, diretor de vigilância ambiental da Secretaria de Saúde.
Não há tratamento específico para a febre oropouche, e especialistas recomendam que, em áreas com alta incidência de mosquitos, o uso de repelentes e roupas que cubram a maior parte do corpo sejam adotados.
A íntegra da matéria da TV Tribuna PE, feita por Luciana Queiroz e Onildo Xavier, pode ser acompanhada aqui.
Prevenção é indicada especialmente ao amanhecer e no final da tarde
Um dos casos confirmados no estado envolve um feto de 30 semanas, cuja mãe, de 28 anos, reside na cidade de Rio Formoso. A Secretaria Estadual de Saúde ainda não confirmou se a morte fetal está diretamente ligada à febre oropouche, mas o Ministério da Saúde tem solicitado maior vigilância por parte de estados e municípios devido à possibilidade de transmissão vertical do vírus, que ocorre de gestante para feto.
O Ministério também ressalta a importância de cuidados adicionais para gestantes, não apenas em relação à febre oropouche, mas também com outras arboviroses como dengue, chikungunya e zika, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
“A presença confirmada do oropouche no feto falecido gerou um maior alerta do Ministério, que recomenda revisitar medidas de prevenção, como o uso de roupas longas e proteção especial durante os períodos de maior atividade dos mosquitos, como o amanhecer e o anoitecer”, sugere Eduardo Bezerra, que também destaca a existência de repelentes específicos para gestantes, crianças e idosos, distintos dos utilizados por outros grupos.
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