Motorista que dirigia ônibus onde rapaz morreu ao se pendurar falou à TV Tribuna
Profissional deu sua versão do acidente e afirmou não ter culpa no que aconteceu
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Com informações do repórter Carlos Simões, da TV Tribuna
O motorista do ônibus da linha Zumbi do Pacheco, onde aconteceu a morte do rapaz Carlos André na manhã da quinta-feira (9), falou pela primeira vez com uma equipe de reportagem depois do acidente. A entrevista exclusiva foi dada ao repórter Carlos Simões, da TV Tribuna. O motorista não quis divulgar seu nome ou imagem, ainda com medo de represálias.
A morte do rapaz se deu quando o jovem de 22 anos pegava um "bigú", ou seja, andava pendurado do lado de fora do coletivo, e teve seu corpo prensado ao esbarrar em um poste de iluminação pública que estava na beira da calçada. O rapaz morreu na hora. Manchas de sangue ficaram na porta traseira do ônibus e no poste.
O ônibus chegou a ser apedrejado por alguns moradores do bairro, que culparam o motorista pelo ocorrido. Ele se defendeu, dizendo que tinha parado para uma passageira desembarcar, olhou pelos retrovisores, e como estava tudo ok, deu saída no veículo, fechando a porta traseira do ônibus. Não havia ninguém na porta, segundo o motorista.
"Ao fazer uma curva bastante fechada, só senti o impacto, e o carro balançando. Quando olhei pelo retrovisor, só vi o mesmo deitado no chão já. Parei o carro no meio da rua. Eu não vi o momento que o rapaz subiu. Até porque, se tivesse visto, eu teria parado e aberto a porta para ele subir como semopre eu faço. Eu não carrego ninguém surfando ou pendurado na porta, até porque é uma orientação da empresa. Há mais de três anos que eu sou rodoviário e isso nunca me aconteceu", afirmou o motorista.
APEDREJAMENTO
Ele citou ainda que desceu do carro bastante nervoso. Abriu a porta do coletivo para os passageiros dembarcarem e ligou para a empresa e para a polícia, na busca de algum socorro. "Eu não tinha intenção de deixar o lugar, mas chegaram os parentes da vítima, bastante nervosos e começaram a ficar agressivos. Os populares que estavam lá me apoiando me aconselheram a não ficar lá próximo. Começaram a apedrejar o ônibus e eu tive que me afastar. Não era o que eu queria fazer mas no momento foi o que eu tive de fazer até chegar o carro da polícia", finalizou o motorista.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil para apuração das responsabilidades.
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