X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Livro mapeia práticas educativas em museus comunitários

Espaços usam trilhas, contação de histórias e oficinas de artes para partilhar saberes


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Livro mapeia práticas educativas em museus comunitários
O lançamento será no próximo sábado (14), na sede do Museu do Mamulengo, em Glória do Goitá, com distribuição gratuita do livro, seguido de debate |  Foto: Divulgação

Museu da Beira da Linha do Coque, Memorial Severina Paraíso da Silva, Museu do Mamulengo, Museu do Cavalo Marinho, Museu do Cangaço, Casa de Memória Tronco Velho Pankararu.

Além de dedicados à preservação da memória, esses seis espaços, têm em comum a preocupação com a educação e fazem parte da vida comunitária dos territórios em que se situam.

Os pesquisadores Marcela Lins e Guilherme Benzaquen percorreram durante dois anos cada um desses locais para um “mergulho na surpresa”, como dizem, para conhecer suas origens, o que motivou a criação e como cada um exerce a educação no dia a dia de suas comunidades. O resultado está na publicação “Práticas Educativas em museus comunitários".

O lançamento será no próximo sábado (14), na sede do Museu do Mamulengo, em Glória do Goitá, com distribuição gratuita do livro, seguido de debate. A atividade terá acessibilidade em Libras.

Em 93 páginas, Práticas Educativas em museus comunitários é composto de entrevistas com as gestoras e gestores dos museus, um ensaio analítico, fotografias e ilustrações do artista Chacha Barja.

“Com esse formato, pretendemos que as falas de nossos interlocutores assumam o protagonismo na descrição de suas práticas. Como quem passeia, é possível encontrar em cada uma das entrevistas experiências plurais”, destacam.

A pesquisa teve início em 2021 e foi realizada graças ao financiamento do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura | FUNCULTURA PE.

Os museus pesquisados foram escolhidos de modo a abranger três macrorregiões de Pernambuco: Zona da Mata, onde estão localizados o Museu do Mamulengo e o Museu do Cavalo Marinho; Sertão, onde estão as sedes do Museu do Cangaço e a Casa de Memória Tronco Velho Pankararu e Região Metropolitana do Recife, onde temos o Museu da Beira da Linha do Coque e o Memorial Severina Paraíso da Silva.

As entrevistas foram concedidas, respectivamente, por Edjane Lima (Mestra Titinha), José Evangelista de Carvalho (Mestre Zé de Bibi), Anildomá Willians de Souza, Sarapó Pankararu, Rildo Fernandes e Marileide Alves.

EDUCAÇÃO - Mas afinal, quais são as práticas educativas dos museus comunitários pernambucanos? Esta inquietação foi o ponto de partida da pesquisa de campo, que focou na “compreensão das práticas de acolhimento ao público realizadas por esses espaços e na relação que estabelecem com a vizinhança”, como está dito na apresentação da publicação.

O objetivo principal da pesquisa foi pensar os museus como processos continuados de encontros.

“Nosso interesse foi de estabelecer relações face a face nesses espaços, aprendemos a ver como a educação é múltipla quando é relação que transforma”, afirma Marcela. A ideia de museu comunitário que norteou a pesquisa também foi ampla pois, em seu processo, os pesquisadores aprenderam que a comunidade se faz presente nesses espaços como relação, atividade, sentimento e modo de existência.

Assim como as comunidades, cada museu tem sua particularidade. No Recife, o Museu da Beira da Linha do Coque, por exemplo, é itinerante, não tem acervo físico, ele interage com a cidade por meio do audiovisual, tendo como suporte uma bicicleta equipada com som e projetor.

Na tela, as histórias contadas pelos próprios moradores em sessões ao ar livre. A gestão é do Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque. Em Olinda, o Memorial Severina Paraíso da Silva integra o complexo do terreiro de Xambá, o primeiro quilombo urbano do Norte e Nordeste. Seu nome homenageia a principal líder da história do povo Xambá em Recife, Severina Paraíso da Silva, também conhecida como Mãe Biu.

A gestão é coletiva sob a liderança de Pai Ivo da Xambá e as práticas educativas são realizadas por meio de visitas, trilha na comunidade e contação de histórias. Em Glória do Goitá, o Museu do Mamulengo oferece a possibilidade aos visitantes de colocar a “mão na massa” nas oficinas para confecção de bonecos e a oportunidade de sentar e conversar com os mestres.

Desde 2020 funciona no local a Escola Pernambucana de Mamulengo, voltada para crianças. É também em Glória que funciona o Museu do Cavalo Marinho, onde as visitas são recebidas pelo Mestre Zé de Bibi, que partilha seus saberes.

Também é possível conhecer a biblioteca comunitária, a casa de farinha e, se for dia de sambada, ainda são convidadas a vivenciar o brinquedo.

No Sertão, o Museu do Cangaço tem um acervo grande em exposição no local onde um dia funcionou a estação do trem em Serra Talhada, mas a prática educativa é complementada com as artes influenciadas pelo cangaço, como xaxado, música, canto, poesia, gastronomia e também pela medicina natural.

Também no Sertão, em Tacaratu, a Casa de Memória Tronco Velho Pankararu investe no diálogo, sobretudo com os mais jovens, para manter viva a história de lutas do povo Pankararu e homenagear os mais velhos.

Equipe - Marcela Lins já trabalhou como arte/educadora, é atualmente doutoranda no Programa de Pós-Graduação em comunicação social na UFMG e tem por questões centrais, em sua trajetória de pesquisa, temas referentes à memória, à história e às fabulações. Guilherme Benzaquen é fotógrafo e sociólogo, doutor em sociologia pela UFPE e tem se centrado em questões referentes à sociologia política.

A orientadora do projeto é Lúcia Padilha, professora de arquitetura e arte/educadora. Atualmente desenvolve projetos culturais e educativos, como Acervo Educativo e Recife Arte Pública, que envolvem conteúdos de artes visuais, arte pública, arte educação e educação patrimonial.

“Desejamos que a publicação e o relatório que produzimos contribuam para a promoção de diálogos entre essas práticas”, definem. “Iniciamos com a intenção de entender, mas no percurso decidimos mergulhar na surpresa. Tivemos que questionar nosso olhar que tentava domesticar os museus comunitários àquilo que conhecíamos. Diante desse desencaixe, adotamos a sugestão de Tim Ingold: olhar não para aquilo que se sabe, mas para aquilo que se vê”, contam no livro.

O projeto Práticas Educativas em Museus Comunitários é composto também de um relatório de pesquisa, com detalhes do levantamento uma página de Instagram, assim como a versão virtual da publicação.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: