Israel cobra evacuação de população equivalente a do Recife
Prazo dado por exército israelita para retirada de civis do Norte de Gaza terminou às 18h

Às 18h desta sexta-feira (13), o prazo de 24h dado por Israel para palestinos deixarem o Norte de Gaza terminou. O ultimato deve intensificar os confrontos militares na região, especialmente a ofensiva terrestre israelense. O grupo islamita Hamas rejeitou, contudo, a ordem de evacuação dada pelo exército israelense. Pediu que os civis ficassem em suas casas.
A ordem dada por Israel implica no deslocamento de metade dos 2,3 milhões de pessoas que moram na região. Ou seja, 1,1 milhão de pessoas.
O Norte de Gaza é extremamente povoado, com uma população quase equivalente à população do Recife (1,4 milhão, segundo o IBGE). Já a Faixa de Gaza tem um território de cerca de 360 km² de extensão, sendo 41 km de comprimento e 6 a 12 km de largura.
A largura, por exemplo, é aproximadamente o dobro da Avenida Caxangá, localizada na capital, famosa por ter sido a maior em linha reta por anos a fio.
Apesar da rejeição ao ultimato, um grande êxodo ocorreu no Norte de Gaza, com milhares de famílias deixando a área a pé, de carro, em motos e caminhões, muitas delas acompanhadas por seus rebanhos de vacas e camelos.
O movimento em larga escala de civis se revelou caótico e perigoso, uma vez que ocorreu em uma única estrada, em uma das áreas mais densamente povoadas da Cidade de Gaza. A Agência de refugiados palestinos da Organização das Nações Unidas tratou o prazo de 24 horas como “horrendo”.
Para se ter uma ideia, chegou ao Recife hoje 69 pessoas repatriadas de Israel para o Brasil, cinco delas pernambucanas e 64 se deslocaram com o destino de São Paulo. Foi um esforço grande trazer esse pessoal, com apoio da Força Aérea Brasileira. Imagine evacuar 1,1 milhão de uma hora para outra, como exige Israel.
A sexta-feira 13 parece não terminar. A Área próxima à escola na cidade de Gaza onde estão 19 brasileiros foi bombardeada. O grupo aguarda a ação do governo brasileiro para retirá-los do local, que não é considerado seguro desde que Israel deu ultimato de evacuação da região norte de Faixa de Gaza. Dos 19, dez querem voltar ao Brasil.
De acordo com a embaixada brasileira em Ramala, na Cisjordânia, o ônibus demorou a chegar “porque a via principal da cidade de Gaza foi bombardeada durante o trajeto, o veículo chegou bem tarde. Como já é noite, a viagem de Gaza a Khan Younis ficou perigosa. Os brasileiros passarão a noite na escola e viajarão amanhã cedo”.
Também nesta sexta-feira, um cinegrafista da Reuters morreu na fronteira entre o Líbano, enquanto trabalhava, durante bombardeio. Nove jornalistas haviam morrido até o meio dia desta quinta-feira (12). As pessoas estão aterrorizadas.
A guerra começou após o grupo palestino Hamas promover um ataque contra Israel no último sábado (7), deixando milhares de mortos. Foi ai que iniciou mais um capítulo de um conflito que se arrasta há décadas.
"O que acontecerá com nossos pacientes? Temos feridos, temos idosos, temos crianças que estão em hospitais", disse o porta-voz da Cruz Vermelha.
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