Futuro do Ecoparque Peixe-Boi: concessão pode reviver um espaço único em Itamaracá
Mais do que oceanários e museus, o Ecoparque é um lugar onde histórias de resgate e reabilitação emocionam
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Na tarde desta segunda-feira (18), os olhares da Ilha de Itamaracá se voltaram para um ponto de encontro entre natureza, ciência e sociedade. Na paisagem de uma das mais exuberantes praias de Pernambuco, o Ecoparque Peixe-Boi, que há quase uma década está fechado para visitação, tornou-se palco de uma audiência pública decisiva para o seu futuro. O evento está acontecendo neste momento.
A promessa de renascimento
O ritmo das ondas servirá de pano de fundo para as discussões que traçam os caminhos de um novo modelo de gestão para o espaço, lar de um dos mais emblemáticos símbolos da conservação ambiental no Brasil: o peixe-boi-marinho.
O evento, organizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conta com a presença de autoridades como Mauro Pires, presidente do Instituto Chico Mendes, e Eduardo Loyo, presidente da Empetur.
O objetivo da concessão é aliar conservação ambiental e desenvolvimento social, modernizando a estrutura do Ecoparque e ampliando o acesso a programas de educação ambiental e ecoturismo.
Para Mauro Pires, o modelo de concessão pode transformar o local em um “espaço sustentável, que promove a preservação da biodiversidade ao mesmo tempo em que fortalece a economia local”.
Histórias que inspiram
Mais do que oceanários e museus, o Ecoparque é um lugar onde histórias de resgate e reabilitação emocionam.
Desde a sua criação, dezenas de peixes-boi já foram devolvidos à natureza após cuidados intensivos, resultado de um trabalho apaixonado de pesquisadores e ambientalistas. Hoje, cerca de 20 animais vivem na base, incluindo adultos que, por razões de saúde, não podem mais ser soltos.
Com a reabertura, a ideia é que visitantes voltem a conhecer de perto essas histórias, como a de um filhote resgatado em 2010 após se perder da mãe e que hoje é símbolo da luta pela preservação da espécie.
Ponto de visitação moderno
Segundo Mauro Pires, a concessão promete transformar o Ecoparque em um ponto de visitação moderno, com infraestrutura renovada para atender a escolas, turistas e comunidades locais.
Oceanários com janelas de observação, um auditório em formato de peixe-boi e um museu que conta a trajetória dessa espécie ameaçada estão entre as atrações que voltarão a ser acessíveis ao público.
Desde 2014, o parque está fechado por problemas operacionais, mas o novo modelo de gestão traz esperança de que o espaço volte a cumprir seu papel de educar e sensibilizar.
“A educação ambiental será o coração do projeto, mostrando que a preservação pode caminhar lado a lado com o desenvolvimento sustentável”, afirmou Eduardo Loyo.
Cenário promissor
Com o apoio da sociedade civil, que está participando ativamente da audiência, e das parcerias que se desenham, o Ecoparque pode se tornar novamente uma referência nacional em conservação e ecoturismo.
A concessão não apenas possibilitará o retorno das visitas, mas também garantirá recursos para a continuidade do trabalho com o peixe-boi-marinho, uma das espécies mais ameaçadas do país.
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