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Cidades

Fotógrafo vítima de racismo, em Olinda, poderia ter sido morto, diz entidade negra

Delegacia foi peticionada para dar punição maior ao turista denunciado


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Imagem ilustrativa da imagem Fotógrafo vítima de racismo, em Olinda, poderia ter sido morto, diz entidade negra
Movimentos se reuniram para prestar solidariedade ao fotógrafo e cobrar medidas dos governos municipal e estadual |  Foto: Divulgação

A Delegacia de Olinda recebeu, nesta quinta-feira (1), uma petição assinada pelo fotógrafo Ricardo Oliveira, 53 anos, para que seja modificada a tipificação do crime pelo qual o turista acusado de racismo foi autuado. 

O homem apontou o dedo para Ricardo, que é negro, e começou a gritar ‘é ladrão, assalto, assalto, ladrão’. O caso gerou revoltas e críticas.

A agressão aconteceu na noite da terça-feira (30), quando o fotógrafo passava fazendo exercícios, correndo com seu grupo, nas imediações dos Quatro Cantos, no Sítio Histórico da cidade.

Segundo Ricardo, várias pessoas passaram correndo, como ele, na frente do turista, que estava em um bar e não num veículo, como foi divulgado anteriormente.

Mas o homem teria reagiado diferente porque eram brancos e mulheres. "A gente quer efetividade para que esses crimes não aconteçam", falou, dizendo-se muito abatido.

O turista, que mora num dos estados do Norte do país, foi indiciado por “injúria” e logo em seguida solto. Pelo artigo 140 do Código Penal, injúria” é bem diferente do crime de injúria racial, equiparada ao crime de racismo, cuja pena é mais severa desde a mudança da lei, no ano passado.

Portanto, o fotógrafo exige uma punição mais rigorosa do suspeito, que seja indiciado por injúria racial. O turista disse na delegacia que estava brincando. Uma brincadeira sem graça alguma.

“Esse tipo de brincadeira, que incita o linchamento, que pode levar à morte de uma pessoa, a gente não aceita não. O turista incentivou populares a ir para cima do fotógrafo, a atirar e, para mim, isso foi incitação à prática de homicídio”, disse Igor Prazeres, da Coordenação Nacional de Entidades Negras.

No início desta tarde, Ricardo seguiu para a Prefeitura de Olinda, acompanhado de vários movimentos sociais, para cobrar ações do município no combate ao racismo durante o Carnaval e na educação das crianças.

A manifestação levou vários pedidos para a prefeitura. “Há uma preocupação com o Carnaval e queremos saber quais tipos de ações vão coibir a prática do racismo, qual o tipo de acolhimento é oferecido”, acrescentou Igor.

“As pessoas estão muito tensionadas, querendo fazer Justiça com as próprias mãos, poderiam ter atirado em Ricardo. Teve uma mulher que acompanhava o turista que ainda mencionou que Ricardo estava perseguindo outra mulher. Se ele não fosse instruído, talvez não estivesse aqui a contar a história. Imagina o que acontece com os nossos irmãos pobres e periféricos? Imagina isso no meio de um Carnaval”, falou Igor Prazeres.

Estiveram presentes na reunião a Coordenação Nacional de Entidades Negras, o Movimento Negro Unificado, o Sindicato dos Professores da Rede Municipal dos Professores. Eles seguiram para a Prefeitura de Olinda.

Entre outros pontos, o grupo também defende que o Governo do Estado crie políticas claras que cheguem às delegacias de combate ao racismo.

Atualmente, pela Lei 14.532/2023, crimes de racismo são inafiançáveis e não prescrevem. Desde o ano passado, a injúria racial se equipara ao crime de racismo. A pena tornou-se mais severa com reclusão de dois a cinco anos, além de multa. Não cabe mais fiança e o crime é imprescritível.

A Polícia Civil foi procurada para falar sobre o caso e a reportagem aguarda esclarecimentos. 

A história de Ricardo Oliveira foi contada nesta quarta-feira, em primeira mão, na primeira edição do Jornal da Tribuna (canal 4), comandado por Moab Augusto, com reportagem de Marwyn Barbosa.



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