Demolir ou restaurar? Qual será o futuro do Edifício Holiday?
Prédio icônico da Zona Sul do Recife teve seus dias de glória mas foi desocupado em 2019 por decisão da justiça por conta da situação de risco
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O Edifício Holiday, ícone da arquitetura nos anos 50 e um dos edifícios mais conhecidos do Bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, passou por uma vistoria técnica neste sábado (14), feita por uma equipe especializada designada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco.
A vistoria, a primeira feita após a desocupação por ordem judicial, em 2019, vai ajudar a determinar as reais condições do prédio de 17 andares e 476 apartamentos, e o valor inicial do leilão, previsto para acontecer nos dias 22 e 23 de maio próximo, na modalidade online.
Depois da desocupação, e a saída dos cerca de 3 mil moradores pelo alto risco que a edificação apresentava, o prédio que já sofria seriamente com a falta de manutenção estrutural, foi quase que completamente depredado. Vândalos roubaram janelas, esquadrias, portas, fiação elétrica e sistema hidráulico.
O laudo emitido pela equipe técnica responsável pela vistoria vai ajudar a definir o futuro do Edifício Holiday. Será possível ter uma ideia do grau de degradação das estruturas e se é viável a restauração, tipo retrofit, ou, como melhor opção, a demolição e o aproveitamento do terreno para a construção de um novo prédio. Quem adquirir o imóvel irá decidir.
O local onde o Edifício Holiday está localizado é bastante valorizado no setor imobiliário, na Rua Salgueiro, entre a Avenida Conselheiro Aguiar e a Rua dos Navegantes, a poucos metros da Avenida Beira-Mar. Dos andares mais altos do Holiday se tem uma vista privilegiada da Praia de Boa Viagem.
INDENIZAÇÃO
A prefeitura do Recife recomendou, preferencialmente, e se possível, a preservação dos elementos originais do desenho do Holiday, O secretário de Habitação do município, Ermes Costa chegou a defender no final do ano passado, logo após o anúncio do leilão, que o prédio fosse recuperado e os antigos moradores pudessem readquirir seus apartamentos através de financiamento pela Caixa, que pagaria pela reforma. Essa ideia não prosperou.
Como o prédio tem um passivo elevado com dívidas trabalhistas, IPTU e outras taxas e impostos, o valor arrecadado no leilão servirá, principalmente, para sanar essas dívidas, e só então serão discutidos valores de indenização para os antigos proprietários. Muitos sequer tem a escritura de seus apartamentos e são considerados ocupantes. A identificação e indenização desse moradores será outro capítulo da história do Holiday, tão tortuoso quanto a sua arquitetura.
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