CTTU e Governo do Estado se comprometem com construção de ciclofaixas em Audiência
Audiência solicitada pela deputada Rosa Amorim reuniu cicloativistas, rodoviários e órgãos públicos para debater mortes de ciclistas
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A Assembleia Legislativa de Pernambuco debateu as mortes de ciclistas no trânsito da Região Metropolitana em uma audiência pública realizada pela Comissão de Assuntos Municipais. Solicitada pela deputada estadual Rosa Amorim (PT), a audiência abordou o “Os Desafios na Implementação da Mobilidade Urbana, Segura e Sustentável na Região Metropolitana do Recife”.
Para a parlamentar, o problema da mobilidade é também por negligência do poder público.“Em setembro e outubro, tragédias evitáveis ceifaram as vidas de Val, Sandro e Ana Gabriela e Seu Nelson. Todos ciclistas e vítimas de atropelamento. Eles foram vítimas da violência no trânsito e suas mortes poderiam ser evitadas, caso houvesse ciclovias nesses locais.”, destacou Rosa. “É urgente que medidas e ações sejam tomadas! Entre elas, a adoção de limites de velocidade adequados e manter uma fiscalização ativa. As multas, afinal, têm um papel educativo indispensável para o cumprimento da lei.”
O coordenador da Ameciclo, Daniel Valença, reforça que a luta da associação pela segurança no trânsito não é de hoje. “Desde 2018, a gente está discutindo essas políticas de segurança. Desde 2021, o Recife tem um plano de mobilidade que obriga a redução das velocidades máximas, que obriga a inversão total das prioridades. É inadmissível eu ter que vir em uma plenária falar que obedeçam a lei que a gente acordou juntos - sociedade civil, poder público, movimentos, empresariado. Essa lei não é só para garantir a segurança de quem pedala, mas de todo mundo”, apontou.
AÇÕES
A Secretária de Mobilidade e Infraestrutura do Estado de Pernambuco, Cristina Aroucha, destacou que o Governo de Pernambuco tem colocado ciclofaixas nas BR-232 e na PE-15 e busca alcançar as metas previstas no Plano Diretor Cicloviário. “A gente tem conversado bastante sobre o assunto com a CTTU, a Ameciclo e outras entidades. Há a necessidade de implementar o Plano, que está aí desde 2014, ou fazer uma revisão. Eu coloco a secretaria e o Detran à disposição para o debate”, destacou.
O evento reuniu também o gerente de projetos cicloviários da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU), Antônio Henrique Cavalcanti; Daniel Valença, da Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo), o presidente do Sindicato dos Rodoviários do Recife e RMR, Aldo Lima, além da sociedade civil que lotou o auditório Ênio Guerra.
A partir do debate, a audiência chegou aos seguintes encaminhamentos: a construção de Grupo de Trabalho (GT) com as prefeituras e o Governo do Estado; a implementação de ciclovias e ciclofaixas com proteção adequada nos municípios pelas prefeituras; a implementação de ciclovias e ciclofaixas com proteção adequada na BR-232 e na BR-101 pelo Governo do Estado; a proibição de desligar a fiscalização eletrônica nos finais de semana e feriados; a redução da velocidades máximas em todos os municípios para de 30 a 40 km/h; destinar 85% dos recursos de mobilidade no PAA e na LOA para o Plano Diretor Cicloviário; a criação de novas faixas exclusivas para os ônibus; a redução do preço de passagem de ônibus; lutar pela dignidade do trabalhador que utiliza a bicicleta como meio de transporte para trabalhar; fiscalização rigorosa da velocidade máxima nas cidades; a execução de ações de educação no trânsito com ênfase no Modal Bicicleta para profissionais do trânsito, auto escolas, escolas redes sociais, empresas; e a instalação de bicicletários e vestiários na Alepe.
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