Coqueluche em alta no Brasil: Pernambuco mantém controle, mas alerta para vacinação
A doença respiratória é altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis
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Embora o Brasil tenha registrado um aumento expressivo nos casos de coqueluche em 2024, com crescimento superior a 1000% em relação a 2023, Pernambuco se manteve fora da lista dos estados mais afetados. Apesar disso, especialistas alertam para a necessidade de reforço na vacinação, já que a cobertura vacinal no estado está abaixo do ideal.
De acordo com o epidemiologista George de Dimech, da Secretaria Estadual de Saúde, Pernambuco registrou em 2024 cerca de 70 casos, número semelhante ao de 2023, sem óbitos ou casos gravíssimos.
“Os casos mais graves foram registrados em estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Distrito Federal e Minas Gerais. No Nordeste, não houve situações alarmantes. Aqui em Pernambuco, não há motivo para pânico, mas há, sim, preocupação, pois nossa cobertura vacinal está em torno de 80%, quando o ideal seria acima de 90%”, explica.
O que é a coqueluche?
A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela pode ser especialmente perigosa em crianças pequenas, gestantes e idosos.
O principal sintoma é uma tosse persistente, que pode durar semanas, causando muito desconforto e, em casos graves, evoluir para complicações como pneumonia. “Em crianças menores, a tosse pode vir acompanhada de guincho (semelhante a um apito) e falta de ar, representando um grande sofrimento”, detalha Dimech.
Calendário de vacinação
A imunização contra a coqueluche está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) e faz parte do calendário básico de vacinação:
Crianças: devem receber três doses da vacina pentavalente (aos 2, 4 e 6 meses de idade), seguidas de reforços entre 15 meses e 4 anos.
Gestantes: precisam tomar a vacina contra coqueluche entre a 20ª e a 36ª semana de gestação. Isso protege o bebê, que não pode ser vacinado nos primeiros meses de vida.
Adultos: também podem se vacinar, especialmente aqueles que convivem com bebês e pessoas com imunidade comprometida.
Dimech reforça a importância de manter o calendário em dia. “O calendário de vacinação é contínuo, então não há desculpa para não vacinar”, alerta.
Atenção aos sintomas e prevenção
Além da vacinação, é essencial estar atento aos sinais da doença. “Se a tosse persistir por mais de duas semanas, é crucial buscar atendimento médico. O diagnóstico precoce ajuda a evitar complicações graves”, orienta o epidemiologista.
Embora o cenário atual em Pernambuco seja estável, a população deve permanecer vigilante. “Os surtos podem surgir de forma abrupta. A melhor prevenção é a imunização, seguindo as recomendações do calendário vacinal”, conclui Dimech.
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