Consumo crescente de ultraprocessados aumenta o risco de morte prematura no Brasil
Os itens mais consumidos incluem biscoitos, pães industrializados, carnes processadas, refrigerantes, bolos prontos e sanduíches
O consumo crescente de alimentos ultraprocessados no Brasil tem gerado grande preocupação. Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em oito países , revelou que a cada 10% de aumento na ingestão desses alimentos, o risco de morte prematura sobe 3%. No Brasil, as mortes precoces atribuíveis a esses alimentos podem variar de 4% a cerca de 14%.
O médico clínico do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), Igor Melo, explica as consequências: “Esse consumo em excesso está associado a riscos aumentados de obesidade, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, depressão, mortalidade precoce e diversos tipos de câncer, especialmente colorretal, de mama e de pâncreas. Além disso, dietas ricas em ultraprocessados apresentam maior densidade energética, mais açúcares livres, gorduras saturadas e trans, e menos fibras, proteínas e micronutrientes, deteriorando a qualidade nutricional”.
Os itens mais consumidos incluem biscoitos, pães industrializados, carnes processadas, refrigerantes, bolos prontos e sanduíches, que figuram entre os 20 alimentos mais presentes na dieta nacional, conforme estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e USP.
A solução, segundo Melo, está na troca inteligente. “Incluir frutas, verduras, legumes, feijões, grãos integrais, ovos, carnes frescas e laticínios não adoçados mostram que é viável, sem aumento de custo, uma maior ingestão de fibras, potássio, magnésio e vitaminas, reduzindo consideravelmente o consumo de açúcares e gorduras prejudiciais”, orientou.
A substituição por alimentos in natura ou minimamente processados é um cuidado indispensável para a saúde.
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