Combate à criminalidade ambiental: Recife desmonta 15 construções ilegais
Área ocupada por empresas de forma irregular equivale a dois campos de futebol
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Dez pessoas foram presas em flagrante pela Polícia Civil por erguer construções em terrenos aterrados no bairro do Jiquiá, na Zona Oeste do Recife, numa área cercada por mangue, às margens do Rio Jequiá.
Após a detenção, foram demolidas cerca de 15 construções que feriam a legislação ambiental e foram retiradas cerca de 190 toneladas de entulhos do local, semelhante ao peso de 475 hipopótamos adultos de quatro toneladas.
A área aterrada de forma irregular tem o tamanho, aproximadamente, de dois campos de futebol. Entre as pessoas presas em flagrante, estavam funcionários de construtoras que não tinham alvará de funcionamento, nem licença ambiental.
Todos foram indiciados por crime ambiental. E as empresas irregulares, que estavam erguendo as casas em áreas de mangue também serão enquadradas na legislação de crime ambiental. O nome das pessoas e das empresas criminosas não foram revelados à imprensa até o fechamento desta matéria.
O caso foi denunciado à Delegacia de Meio Ambiente pela Secretaria de Meio Ambiente da capital, comandada por Oscar Barreto, e pelo Ministério Público.
Segundo o secretário, as construções irregulares prejudicam o fluxo das águas e também são responsáveis pelos alagamentos constantes da cidade. “As construções demolidas ainda não estavam habitadas”, disse Oscar.
O delegado Ademar Cândido falou sobre o cenário que a polícia encontrou ao chegar no local. “Foram dez pessoas investigadas inicialmente. Nós atuamos, juntamente, com as informações da Secretaria do Meio Ambiente do município. Estivemos no local e identificamos os infratores e levamos para a delegacia”.
De acordo com o delegado, além das pessoas detidas em flagrante por crime ambiental, as empresas estão sendo identificadas.
“Estamos identificando essas empresas que levam esse entulho para colocar no mangue, estreitando o mangue, estreitando o rio. Quando chove, a área fica um caos. Então, é preciso que haja essas providências enérgicas e a prefeitura está agindo nesse sentido com os órgãos repressivos ", destacou. “Duas empresas, até o momento, foram autuadas. Nós estamos na busca de identificar outras”.
Ademar Cândido disse que as construções foram erguidas de forma “quase meteórica”. “Essas pessoas que construíram foram levadas para a delegacia e foram destruídos alguns imóveis que já estavam em construção no local”, acrescentou. “As pessoas foram liberadas em audiência de custódia e vão responder em liberdade”.;
O secretário Oscar Barreto foi indagado sobre o que a Prefeitura já sabe. “São setores que ocupam a área, a terra, constroem e vendem. Essas pessoas chegam a construir casas em 24 horas e muito rápido. São setores que não tem nada a ver com a luta de moradia, que apenas entram nas comunidades ribeirinhas”.
Oscar Barreto acrescentou, em entrevista ao Tribuna Online, que as empresas identificadas não têm sequer alvará de funcionamento. A área degradada equivale a dois campos de futebol.
De acordo com o secretário, no local, também foi encontrado lançamento de esgoto, lixo doméstico e eletrônico de forma irregular.
Veja matéria abaixo feita pelo repórter Carlos Simões e exibida na primeira edição do Jornal da Tribuna, que inicia a partir das 13h, no canal 5.1.
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