Cerca de 80% das escolas da Rede Estadual aderiram à paralisação
A estimativa é do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação de Pernambuco
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Cerca de 80% das escolas da Rede Estadual tiveram algum tipo de paralisação nesta quinta-feira (18). A estimativa parcial foi apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Educação de Pernambuco (SINTEPE). A mobilização tem duração de apenas um dia.
Os dados da adesão da categoria consideram se a escola parou totalmente, parou acima de 50% ou abaixo de 50%. O balanço mais aprofundado será divulgado nesta noite ou amanhã, com base em pesquisa realizada em 13 subsedes no interior de pernambucano e 15 representantes setoriais da Região Metropolitana do Recife.
Entre os objetivos da parada, os professores reivindicaram que a valorização profissional seja incluída na pauta de negociação com o Governo do Estado. O principal local de mobilização foi na Praça do Derby, na região central do Recife.
De acordo com a organização, cerca de mil pessoas fizeram panfletagem, em dois sinais da Avenida Agamenon Magalhães e na praça. Os profissionais da área também fizeram alusão ao Dia Nacional de Luta pelo Piso Salarial, Carreira e Defesa do Ensino Médio.
“A paralisação de hoje defendeu as pautas colocadas na mesa de negociação: o piso salarial do magistério, com repercussão na carreira, é importante porque hoje temos professores com nível médio, com licenciatura plena, com especialização e mestrado ganhando o mesmo salário. Isso é um absurdo, a negociação deste ano precisa resolver este problema”, disse a presidente do Sintepe, Ivete Caetano, na Praça do Derby.
Segundo Ivete Caetano, o Sintepe também defende o chamamento imediato de todos os concursados.
“A governadora (Raquel Lyra) tem que cumprir a Constituição: a forma de acesso ao serviço público é com concurso público. Também estamos defendendo eleição direta porque não dá para prefeito e deputado ficarem indicando o diretor e diretora das nossas escolas”, protestou.
De acordo com Ivete, na última seleção para direção de escola, realizada no final do ano passado, o edital teve 11 erratas, o que tornou o processo “desmoralizado diante da categoria”.
Outros dois argumentos levantados pela sindicalista dizem respeito ao calor nas salas de aula, que está prejudicando os alunos e os professores, e a melhorias na merenda escolar. Ela frisou que atualmente, um aluno do ensino médio recebe apenas um pedaço de carne na hora do almoço, não chega a 200 gramas.
O que diz o Governo do Estado?
Ao ser procurado pela reportagem, o Governo do Estado se posicionou por meio da Secretaria de Administração, dizendo que já realizou duas reuniões de Mesa Específica de Negociação Coletiva Permanente com a categoria, além de diversas reuniões sobre a pauta de reivindicações, no âmbito da Secretaria de Educação, referente aos temas pertinentes.
A SAD não antecipou quais os itens o governo está disposto a acatar, mas a gestão estadual ainda está dentro do prazo para responder.
“Na pauta desses encontros estão também, entre outros temas, a questão salarial e o Plano de Cargos e Salários e o Piso da categoria. A SAD comunica, ainda, que haverá nova rodada de negociação no próximo dia 25”, disse um trecho da nota enviada à Tribuna Online.
Confira a pauta dos professores na íntegra
Valorização profissional, com a repercussão do piso salarial do magistério em toda a carreira da educação, recuperação das perdas salariais de 2023 e a reformulação do Plano de Cargos e Carreiras;
Imediata convocação dos aprovados no concurso público para professores, analistas e administrativos;
Democracia nas Escolas: eleições para diretor e diretora das escolas estaduais, para a comunidade escolar participar das decisões dentro das escolas;
Melhora urgente na infraestrutura, com instalação de ar-condicionado em todas as salas de aula da rede estadual de ensino;
Fornecimento de merenda de qualidade, com a compra de frutas e legumes da agricultura familiar, construindo e reformando refeitórios nas unidades educacionais.
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