Avenidas do Recife viram playground para corridas de alta velocidade
Entenda mais sobre o perfil psicológico dos infratores
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Pessoas morrem e outras vítimas escapam com sequelas físicas e emocionais, mas a prática não muda: alguns motoristas continuam usando vias públicas do Recife como playground e de forma repetitiva. Nesta quinta-feira (28), a Polícia Civil registrou, por meio da Delegacia de Boa Viagem, ocorrência de novo episódio de “direção perigosa e desobediência” às leis de trânsito vigentes no Brasil.
O registro ocorreu depois que policiais militares do BPtran prenderam seis suspeitos e apreenderam, na noite da quarta-feira (27), dois veículos que estavam praticando “racha” na avenida mais famosa da Zona Sul. Este é o palco de luxo preferido, na maioria das vezes.
A equipe do BPtran fez a ocorrência enquanto patrulhava a via e percebeu dois carros realizando manobras perigosas. Dois motoristas foram autuados, um homem de 26 anos e outro de 24. Os companheiros (mais quatro pessoas) não foram penalizados, segundo informações dadas pela Polícia Civil.
Fuga durante abordagem
O pega ocorreu na noite de quarta-feira (27). Os policiais acompanharam os veículos e deram ordem de parada, mas os motoristas desobedeceram e aumentaram a velocidade, tentando fugir.
O efetivo, contudo, conseguiu abordá-los no Polo Pina. Os veículos e os envolvidos foram conduzidos à delegacia de Boa Viagem para serem adotadas as medidas cabíveis.
As placas não foram divulgadas pela Polícia Civil, nem os nomes. Desta vez, não houve mortos, nem feridos. Desta vez, ressalta-se.
Leis desrespeitadas
Pelo Código de Trânsito Brasileiro, realizar "racha" não é permitido porque põe em risco a segurança de todo mundo que está transitando pela via – motoristas, pedestres e ciclistas. Um dos artigos é bem explícito.
O artigo 173 do CTB diz que disputar corrida em via pública é infração gravíssima (7 pontos na carteira), com penalidade de multa (R$ 2.934,70), suspensão do direito de dirigir, apreensão do veículo e recolhimento do documento de habilitação.
Exemplos que não transformam a realidade
No ano passado, três mulheres estavam voltando do Arcádia de Boa Viagem, em um veículo, quando um carro em alta velocidade que fazia pega chocou-se com o automóvel.
Há um mês, a Polícia Rodoviária Federal flagrou um racha na BR-101, onde houve uma colisão que tirou a vida de um motoqueiro, nas imediações do KM 61.
Qual o perfil de quem faz pega?
O comportamento de participar de "pegas" ou "rachas" em vias públicas é altamente arriscado e ilegal. A avaliação é feita por psicólogas que pediram reserva nos nomes.
De imediato, não existe um perfil psicológico único que se aplique a todas as pessoas envolvidas nesse tipo de atividade, já que os indivíduos envolvidos podem variar amplamente em termos de personalidade e motivação.
No entanto, existem algumas características e fatores que podem ser comuns em algumas pessoas envolvidas em corridas ilegais:
Falta de consciência das consequências: alguns indivíduos podem não estar plenamente conscientes dos riscos e das consequências graves associadas a corridas ilegais. Eles podem subestimar o perigo envolvido, também podem achar que a lei não os alcança.
Atração por adrenalina: algumas pessoas que participam de "pegas" são atraídas pela sensação de adrenalina e emoção que essas atividades oferecem. Elas buscam experiências emocionais intensas e podem ter uma tendência a buscar situações de risco.
Comportamento impulsivo: indivíduos que participam de corridas ilegais podem ter uma tendência a agir de forma impulsiva, sem considerar completamente as consequências de suas ações. Eles podem estar dispostos a assumir riscos significativos sem pensar nas implicações.
Busca por reconhecimento: algumas pessoas envolvidas em "pegas" podem fazê-lo para buscar reconhecimento, status ou aceitação por parte de um grupo social específico. A cultura das corridas ilegais pode atrair aqueles que procuram pertencer a um certo grupo.
Pressão do grupo: a pressão de amigos ou de grupos sociais pode influenciar o envolvimento em "pegas". Os indivíduos podem sentir-se pressionados a participar para manter sua aceitação em determinados círculos sociais.
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