Audiência sobre estupro de paciente em clínica de saúde mental é adiada para abril
O adiamento ocorreu devido a problemas de conexão com a internet, impossibilitando a participação virtual do promotor de Justiça
Escute essa reportagem
A audiência de instrução e julgamento do vigilante acusado de estuprar uma paciente internada em uma clínica de saúde mental em Camaragibe,, município da Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco, foi adiada para o dia 29 de abril.
O adiamento ocorreu devido a problemas de conexão com a internet, impossibilitando a participação virtual do promotor de Justiça. A sessão deveria ouvir 11 testemunhas, sendo seis de defesa, quatro de acusação e a própria vítima.
A família da vítima demonstrou indignação com a demora no julgamento. A mãe da jovem, que terá o nome preservado nesta matéria, expressou sua revolta:
“Estamos muito ansiosos para que isto acabe. As provas estão aí em vídeo. Não tem como negar que ele a estuprou. Minha filha estava cheia de remédios e, quando percebeu o que estava acontecendo, viu um homem armado com revólver e cacetete. Ficou com medo de agir, com medo de ser morta”.
Segundo a mãe, a clínica teria falhado ao permitir que o acusado deixasse o local sem acionar a polícia. “O corpo dela foi invadido por aquele monstro”, acrescentou, dizendo que querem culpar a vítima.
COMO ESTÁ A PACIENTE
A vítima, que tem diagnóstico de Síndrome de Borderline, está atualmente internada em outra clínica, exclusivamente feminina. Sua mãe destacou o impacto emocional do crime:
“Ela tem medo, tem nojo do próprio corpo. Isso está sendo acompanhado por psicólogos, mas é algo muito difícil para ela”.
Já a advogada da família da vítima, Eduarda Albuquerque, explicou que a audiência de abril será essencial para a formação do convencimento do juiz:
“No dia 29 acontece efetivamente a audiência de instrução e julgamento. Serão ouvidas as testemunhas, o que é fundamental para o processo”. Ela também comentou sobre a possibilidade de prisão do acusado após a audiência: “Existe a possibilidade, mas é algo que dependerá da avaliação do juiz”. Ela acrescentou que o vigilante responde ao processo em liberdade por decisão do Ministério Público.
VIGILANTE ALEGA INOCÊNCIA

Por outro lado, a defesa do vigilante sustenta sua inocência. O advogado Renato Godoy afirmou que seu cliente nunca respondeu a um processo criminal e questionou a interpretação das imagens que compõem as provas.
Godoy destacou que não é possível ver nada comprometedor pelas imagens, porque a jovem estava coberta por um lençol. Ele pediu cautela, uma vez que uma acusação deste tipo é muito grave.
“O que temos em inquérito policial são elementos de informação. As provas serão discutidas no âmbito da justiça, e temos a certeza de que a inocência dele será comprovada”, declarou.
Segundo Godoy, o vigilante teria se aproximado da paciente porque ela se queixava de dores abdominais, e não havia profissionais de saúde no momento para prestar atendimento.
Ao ser indagado porque o vigilante não chamou um profissional médico, já que alegou que a mulher estava sentindo dores de estômago e foi ajudar, o advogado informou que não havia ninguém na clínica naquele momento.
“Não havia no momento profissional para se chamar e ele estava sozinho cuidando de todos os pacientes”.
O caso segue em tramitação, e a audiência de abril será decisiva para o andamento do processo e a possível responsabilização do acusado.
Comentários