Associação evita punir barraqueiros e diz não ser órgão julgador em Porto
Entidade afirma que aguarda desfecho de investigações; governadora Raquel Lyra já confirmou identificação de 14 suspeitos
A Associação dos Barraqueiros do Litoral de Ipojuca quebrou o silêncio nesta segunda-feira (29) sobre o violento ataque sofrido por um casal de turistas de Mato Grosso no último fim de semana. Em nota oficial, a entidade evitou medidas administrativas imediatas contra os associados envolvidos, limitando-se a declarar que atua apenas na representatividade da categoria e que o papel de punição cabe exclusivamente ao estado.
O posicionamento da associação ocorre em um momento de forte pressão pública e política. O episódio, que começou com uma divergência sobre o valor do aluguel de cadeiras de praia — que teria saltado de R$ 50 para R$ 80 sem aviso prévio, na versão dos turistas —, escalou para um espancamento coletivo. O casal de empresários relatou ter sido alvo de cadeiradas, socos e ofensas homofóbicas por um grupo de mais de 15 pessoas.
A postura da ABLI e o conflito de atribuições
Na nota divulgada, a ABLI buscou distanciar sua imagem da conduta dos agressores. a entidade ressaltou que não possui competência jurídica para condenar os envolvidos antes do término do inquérito policial.
"No tocante ao ocorrido no último sábado, dia 27/12/2025, envolvendo turistas do Mato Grosso, a Associação dos Barraqueiros de Porto de Galinhas vem a público informar que atua como órgão de representatividade da categoria, e não como órgão julgador, cabendo, neste momento, a esta entidade apenas aguardar os desfechos das investigações", diz trecho do comunicado. A associação finalizou afirmando que repudia "veementemente todo tipo de violência".
Resposta do governo e identificação de agressores
Enquanto a associação adota cautela, a governadora Raquel Lyra subiu o tom contra a violência no principal destino turístico do estado. Em entrevista à Rádio Jornal, publicada nas redes sociais, a gestora foi enfática ao classificar o episódio como um "crime grave" e revelou avanços significativos no trabalho da polícia civil.
Segundo Raquel, 14 pessoas já foram devidamente identificadas e qualificadas como participantes da agressão. A governadora também pediu desculpas formais às vítimas e prometeu um reordenamento rigoroso do comércio na orla de Porto de Galinhas, visando coibir práticas abusivas de preços e garantir a segurança dos visitantes.
Impacto no turismo e próximos passos
O caso gerou indignação nacional e levanta o debate sobre a fiscalização nas praias pernambucanas. As vítimas, que precisaram de atendimento médico e foram retiradas do local sob escolta de salva-vidas civis, informaram que pretendem processar o estado e o município de Ipojuca. Não é de hoje que se cobram preços exorbitantes para ter o direito de sentar ao sol na praia de Porto.
A Secretaria de Defesa Social (SDS) mantém o caso como prioridade, enquanto o setor hoteleiro teme os impactos negativos da imagem de insegurança às vésperas das festas de Réveillon.
Veja nota na íntegra da associação
“No tocante ao ocorrido no último sábado, dia 27/12/2025, envolvendo turistas do MS, a Associação dos Barraqueiros de Porto de Galinhas vem a público informar que atua como órgão de representatividade da categoria, e não como órgão julgador, cabendo, neste momento, a esta entidade apenas aguardar os desfechos das investigações por parte das autoridades competentes para só então poder se manifestar quanto ao caso. Na oportunidade, ressalta que repudia veementemente todo tipo de violência por parte de qualquer pessoa e/ou categoria”. Associação de Barraqueiros do Litoral de Ipojuca,
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