Apevisa emite alerta e orienta hospitais a notificar intoxicação por metanol
O documento também orienta a busca ativa de pessoas que possam ter consumido bebidas da mesma origem

A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) publicou, nesta quarta-feira (1º/10), uma nota técnica que reforça a necessidade de os serviços de saúde notificarem imediatamente todos os casos suspeitos de intoxicação por metanol. As ocorrências devem ser registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e no Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/PE).
O documento também orienta a busca ativa de pessoas que possam ter consumido bebidas da mesma origem e recomenda a capacitação das equipes médicas para o manejo clínico adequado.
Reforço na fiscalização
No campo da vigilância sanitária, a determinação é intensificar inspeções em estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas, coletar amostras suspeitas para análise laboratorial e interditar preventivamente lotes suspeitos. As ações devem ser realizadas em articulação com o Procon, Ministério Público e forças de segurança pública.
Cuidado na compra de bebidas
A Apevisa também faz um alerta à população para redobrar a atenção na compra de bebidas alcoólicas. Entre os sinais de adulteração estão: ausência de registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), rótulo incompleto, lacres ou tampas danificados, erros ortográficos e alterações em logotipos. A recomendação é adquirir apenas em locais confiáveis e desconfiar de preços muito abaixo do mercado.
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Casos notificados em Pernambuco
O alerta ocorre após a notificação de três casos suspeitos em Pernambuco, na terça-feira (30/09). Dois homens de Lajedo e um de João Alfredo, no Agreste, foram atendidos no Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. Dois deles morreram, enquanto o terceiro recebeu alta hospitalar com perda de visão bilateral como sequela. A Polícia Civil investiga uma suposta terceira morte, de um homem que teria adquirido uma bebida destilada em um caminhão. A Prefeitura de Lajedo, por sua vez, divulgou nota nesta tarde de quarta-feira (1) dizendo que há outro caso suspeito, além dos que foram divulgados. Seria o caso do óbtito de Jonas da Silva Filho.
Segundo a SES-PE, os hospitais são responsáveis por notificar quadros suspeitos e registrar as informações coletadas durante a anamnese. A investigação cabe às vigilâncias em saúde. Em casos de morte, os corpos são encaminhados ao Instituto de Medicina Legal (IML), que realiza exames complementares.
A partir das notificações, a Apevisa iniciou fiscalizações em distribuidoras e pontos de venda de bebidas alcoólicas. A Secretaria de Saúde também orientou as vigilâncias municipais a reforçar as vistorias.
Sintomas da intoxicação
Os sintomas iniciais de intoxicação por metanol podem se confundir com os da ingestão de álcool comum — náuseas, vômitos, dor abdominal, tontura e sonolência. Entre 6 e 24 horas após o consumo, podem surgir sinais graves, como visão turva, fotofobia, cegueira, convulsões, coma e acidose metabólica.
Canais de apoio e denúncia
O Estado conta com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Pernambuco (CIATox-PE), que funciona 24 horas pelo número 0800 722 6001. Denúncias podem ser encaminhadas à Ouvidoria da SES-PE (136 / [email protected]), ao Procon-PE (0800 282 1512 / (81) 3181-7000 / [email protected]) e à Delegacia de Crimes contra o Consumidor – Decon ((81) 3184-3835 / [email protected]).
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