10 crianças morrem com SRAG e quase 90 precisam de leitos de UTIs
A SES-PE ressaltou que a Central de Regulação está acompanhando as demandas
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Dez crianças de até 9 anos morreram com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Pernambuco, até 18 de maio passado, e 87 precisam de leitos de UTIs pediátricas e neonatal. Os dados foram confirmados pela Secretaria de Saúde de Pernambuco nesta quarta-feira (22).
A SES-PE ressaltou que a Central de Regulação está acompanhando, com constância, o sistema informatizado das demandas por solicitação de leitos, o que permite que a lista de espera oscile mediante a necessidade.
Segundo a SES-PE, em abril, Pernambuco decretou situação de emergência justamente por causa da superlotação de UTIs neonatais e pediátrica. Válido por 90 dias, o decreto autoriza, de forma célere, a adoção de todas as medidas administrativas necessárias ao atendimento da situação emergencial.
Críticos acusam governo de falta de diálogo
De acordo com o vereador e diretor do Sindicato dos Médicos, Tadeu Calheiros (MDB), o cenário está sendo provocado não só pela sazonalidade, mas por falta de diálogo da gestão.
Calheiros disse que os locais precisam ser abastecidos com equipamentos e insumos e citou o caso de uma ação ajuizada pelo Conselho Regional de Medicina contra o estado para que o Barão de Lucena fosse reabastecido e equipado.
Entre as críticas,Tadeu Calheiros disse que os leitos precisam ser preenchidos por meio de concurso público. Ele ainda comentou que o estado falhou na questão educativa, no tocante à educação para a vacinação contra a influenza. E destacou ser necessário aumentar o número de profissionais nas emergências para descentralizar o atendimento.
A dona de casa Werika Dias, moradora de Goiana, na Mata Norte, contou à repórter Carol Guibu, da TV Tribuna PE, que a falta de consenso entre médicos sobre UTI causou a morte da sua bebê Sandy. Segundo ela, havia uma vaga na UTI, mas houve discordância se a criança deveria ou não ser encaminhada. “Se ela tivesse sido levada para a UTI, estaria viva”. Veja a matéria completa aqui.
Em reação, a SES responde às crítiacas feitas por vereador e diretor sindical
Com relação a dados de Srag, da Semana Epidemiológica 01 até a Semana Epidemiológica 20 (de 31 de dezembro até 18 de maio) foram registrados 2.613 casos de Srag Pernambuco.
Segundo a secretaria, a sazonalidade da circulação dos vírus respiratórios vai de março a agosto. Em 2023, no mesmo período, Pernambuco havia registrado 48 mortes em decorrência da Srag, além de 2.030 casos.
A SES-PE informou ter lançado, ainda em fevereiro deste ano, o Plano de Contingência das Doenças Respiratórias Sazonais na Infância, que vem servindo como diretriz para os serviços da rede de atenção.
“Foram abertos, apenas neste ano, até o momento, 188 novos leitos assistenciais, voltados para o acompanhamento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave em crianças”.
Estratégia para guiar manejo clínico de pacientes
Desde o dia 15 de abril, continuou o comunicado, secretaria também efetivou o serviço de Teleinterconsulta Pediátrica, serviço com pediatras 24h por dia, que atendem a profissionais na linha de frente da assistência, orientando e encaminhando cuidados propícios no período da sazonalidade.
“Durante o atendimento, feito de forma remota, é realizada a discussão dos casos. A estratégia é um guia das equipes no manejo clínico de pacientes em situações de emergência ou internação, com intuito de orientar sobre as condições dos pacientes, aperfeiçoar e dar maior assertividade ao atendimento e prevenir agravamento dos casos. As teleinterconsultas ocorrem entre grupos de profissionais para todo o Estado de Pernambuco”.
A SES-PE garantiu que também foram chamados todos os médicos das seleções simplificadas – Portaria Conjunta SAD/SES Nº 16 de 2 de fevereiro e Portaria Conjunta SAD/SES nº 16 de 28 de março –, dando mais suporte ao serviço, e as Unidades de Pronto Atendimento também foram equipadas para este período.
“Além disso, no dia 26 de abril, foi publicado o decreto de emergência em saúde pública, pelo Governo do Estado, pela elevada taxa de ocupação de leitos em Unidades de Terapia Intensiva neonatal e pediátrica, em decorrência do aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave”.
O decreto estadual é válido por 90 dias e autoriza, de forma célere, a adoção de todas as medidas administrativas necessárias ao atendimento da situação emergencial.
Sobre estoque de materiais em unidades de saúde, a Secretaria Estadual de Saúde informa que atua estrategicamente, rotineiramente, no incremento dos estoques de insumos.
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