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PEDRO VALLS FEU ROSA

Fuga na prisão

Prisões inesperadas: quando a reclusão vira solução para problemas da vida real

Pedro Valls Feu Rosa, Colunista de A Tribuna | 06/10/2025, 12:40 h | Atualizado em 06/10/2025, 12:40
Pedro Valls Feu Rosa

Pedro Valls Feu Rosa



          Imagem ilustrativa da imagem Fuga na prisão
Pedro Valls Feu Rosa é desembargador do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. |  Foto: Arquivo/AT

A vida estava difícil para o norte-americano Lance Brown – não tinha uma casa para morar e passava fome. Desesperado, vislumbrou uma saída: a prisão. E foi assim que ele passou a atirar pedras em prédios públicos até ser preso – e ver-se livre da fome e do abandono.

Há também o caso de Frank Morrocco, um outro norte-americano, gravemente doente. Sofrendo de leucemia, não conseguia tratamento. A solução? Ser preso, claro! Ei-lo, pois, furtando produtos em lojas até conseguir ser condenado e encaminhado para uma penitenciária – na qual, finalmente, conseguiu os medicamentos de que necessitava.

E o que dizer de Dillon Stames, também dos Estados Unidos? O dito cujo buscava, desesperadamente, livrar-se do vício em heroína – mas não conseguia ajuda para tal. Também aqui a providência encontrada foi ir para a prisão – afinal, lá os meios de recuperação são maiores.

Idêntica saída foi adotada pelo brasileiro Vanderlei Morais, o qual declarou que “só poderia ser liberto do seu vício caso ficasse por um bom tempo encarcerado”.

Problema parecido enfrentava Etta Mae Lopez, moradora da California, nos Estados Unidos. Viciada em nicotina, buscou ajuda a torto e a direito – sem sucesso. Desesperada, dirigiu-se à porta de uma prisão e deu uns tabefes no primeiro policial que viu. Foi assim, presa, que ela conseguiu tratamento.

Mas vamos a outro episódio: um certo Richard James, 69 anos de idade, se arrastava pelas ruas dos Estados Unidos carregando um tumor no peito e duas lesões graves na coluna. Não conseguindo tratamento médico, buscou socorro junto ao mundo penitenciário: dirigiu-se a um banco, falou que estava armado, exigiu que a caixa lhe desse US$ 1, sentou-se em uma cadeira e aguardou até ser preso – para, finalmente, ser tratado.

Longe dali, na Itália, tudo que um cidadão queria era distância da esposa. Como não conseguia, foi a uma loja, anunciou um assalto e ficou esperando ser preso. Caso similar aconteceu aqui no Brasil – onde, inclusive, a polícia encontrou o candidato a presidiário na porta de casa com a mala ao lado.

Não menos impressionante foi o caso de um alemão condenado por pedofilia. Após cumprir nove anos e meio de reclusão, foi liberado pelo tribunal de Mönchengladbach contra a sua vontade – argumentava que ainda não havia concluído seus tratamento e processo de ressocialização, ou seja, que continuava a ser uma ameaça à sociedade.

Diante da insistência do judiciário alemão em soltá-lo, o dito cujo fincou o pé, declarou-se perigoso e acabou sendo aceito de volta na prisão.

Enquanto isso, aqui no Brasil, um menor de Nazarezinho também procurou a polícia buscando libertar-se do mundo do crime dentro do cárcere, já que, pelas ruas, não encontrara apoio algum.

Encerro com o caso do brasileiro que agrediu policiais até ser preso, a fim de que pudesse zelar pela vida do filho, condenado, que estaria sofrendo ameaças dentro da penitenciária local.

Diante desses exemplos, fiquei a pensar na genial frase de Stendhal: “quando se está preso o pior é não poder fechar-se a porta”.

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