A educação brasileira adota a IA: revolução educacional ou experimento perigoso?
Desde sua popularização há alguns anos, a inteligência artificial (IA) vem gerando polêmica quando o assunto é educação. O principal argumento dos críticos é que ela impactaria negativamente na formação dos alunos. Essa, contudo, não parece ser a opinião da maioria dos professores.
Uma pesquisa recente feita pelo Instituto Semesp revelou que quase 75% dos educadores brasileiros apoiam o uso da IA como ferramenta de ensino. O estudo abrangeu profissionais de instituições públicas e privadas, desde a educação infantil até o ensino médio, em todas as regiões do país.
A mensagem é clara: a IA é bem-vinda nas salas de aula. Mas será que essa evolução ocorre sem riscos? É provável que não.
A promessa da IA na educação
A maior vantagem apontada pelos professores entrevistados foi o acesso rápido à informação. Com plataformas de IA, os alunos podem encontrar explicações, tirar dúvidas pontuais e até mesmo receber indicações de materiais didáticos complementares, tudo de forma altamente personalizada.
Além disso, essas ferramentas se alinham bem com o crescente interesse por carreiras relacionadas à tecnologia. Com áreas como ciência da computação e TI liderando a lista de programas universitários preferidos, a integração da IA na educação infantil pode preparar melhor os alunos para esses caminhos, oferecendo-lhes experiência prática com as mesmas ferramentas que podem ser usadas profissionalmente.
Nem tudo são flores
Apesar dessas vantagens, a tecnologia também apresenta algumas limitações importantes. Muitos educadores na pesquisa expressaram preocupação, por exemplo, com o fato de os alunos estarem se tornando excessivamente dependentes de respostas digitais rápidas. Em vez de desenvolver o pensamento crítico e as habilidades de resolução de problemas, alguns estudantes recorrem a ferramentas de IA para evitar qualquer esforço.
Um segundo ponto destacado foram as limitações estruturais e pedagógicas que algumas escolas enfrentam. Aproximadamente metade dos professores relatou acesso limitado ou inexistente a computadores e à internet em suas instituições. Assim, a tecnologia pode ser um agravante para uma já proeminente desigualdade educacional do país.
Problemas de cibersegurança
Fora esses aspectos socioeducativos, outro elemento que entra em debate são os riscos de cibersegurança e privacidade que a IA pode trazer para a sala de aula. Muitas das plataformas usadas coletam grandes volumes de informações pessoais, como nomes, registros de localização, históricos de navegação e, às vezes, até dados biométricos. Então, é preciso cuidado redobrado ao empregá-las nas escolas.
De fato, para conciliar as vantagens da tecnologia com esses desafios, o ideal é ensinar os alunos (e professores) a adotarem práticas básicas de segurança digital, como usar redes virtuais privadas (VPN), criar senhas fortes e se proteger com programas antimalware.
Ao usar a melhor VPN Brasil, por exemplo, os alunos podem criptografar seus dados de navegação e impedir que esses sejam interceptados ao acessarem plataformas de IA. O emprego de senhas robustas, por sua vez, previne a violação dos históricos de buscas e perguntas nesses serviços, garantindo maior privacidade dos estudantes.
Por fim, os programas antimalware oferecem uma solução complementar de defesa, essencial para proteger os dispositivos de potenciais ameaças que venham de serviços de IA pouco confiáveis.
Equilibrando inovação e cautela
A posição entusiasta dos educadores brasileiros é um reflexo da tendência global na qual a tecnologia se coloca como um pilar central no processo de aprendizagem. Isso não quer dizer, no entanto, que ela deva ser adotada às cegas. Acima de tudo, é necessário buscar o equilíbrio entre seu emprego e os cuidados com seus possíveis inconvenientes.
O treinamento de professores em práticas e protocolos de cibersegurança, nesse sentido, é tão indispensável quanto o investimento em infraestrutura e políticas de desenvolvimento para coibir a desigualdade.
A inteligência artificial tem um potencial enorme de transformar a educação para melhor. Mas, para tal, ela precisa ser integrada aos sistemas educativos de forma ponderada, ética e segura. E, apesar do entusiasmo dos professores, é preciso reconhecer que o trajeto para conseguir isso, no Brasil, pode ser longo.
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