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Cidades

Número de grávidas aumentou na pandemia?


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Imagem ilustrativa da imagem Número de grávidas aumentou na pandemia?
Médica faz ultrassonografia em gestante: exame identifica também anatomia do feto e até más-formações |  Foto: Divulgação

Você já deve ter ouvido ou participado desde o início da pandemia de alguma conversa entre amigos ou parentes sobre alguém que engravidou... E a sensação é que o número de mulheres grávidas aumentou nesse período.

Será que essa percepção é de fato o retrato de dados reais? O Tribuna Online ouviu médicos para falar sobre o assunto e, realmente, eles sentiram um aumento de gestantes neste período, mas um leve aumento. 

O médico ginecologista e obstetra Paulo Batistuta Novaes conta que houve um pequeno aumento no número de grávidas durante a pandemia em seu consultório. "Até este momento, tenho sete pacientes gestantes que vão ganhar bebê em janeiro. Geralmente, aqui na clínica, essa quantidade surge no mês de outubro", diz o obstetra.

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Médico ginecologista e obstetra, Paulo Batistuta Novaes |  Foto: Divulgação

"A gravidez é um momento especial, cheio de emoção e antecipação. Mas, para as gestantes que enfrentam o surto da doença do novo coronavírus o medo, a ansiedade e a incerteza podem afetar de alguma forma. Por isso é essencial que elas tomem os cuidados necessários, mas também, tornem ao máximo a fase da gestação um período leve no qual os pais curtam os momentos da gravidez", explica Batistuta.

Esta sensação de aumento também foi notada pela Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia do Espírito Santo (SOGOES). É o que afirma a vice-presidente da Sogoes, Thaissa Tinoco de Oliveira Sassine.

"Não foi apenas uma percepção, o crescimento aconteceu realmente. Não temos um número exato, mas existe um leve aumento no número de grávidas no Estado", afirma Thaissa.

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Vice presidente da Sogoes, Thaissa Tinoco de Oliveira Sassine |  Foto: Divulgação/Sogoes

O cenário de pandemia, as medidas de proteção, higienização e distanciamento social, e todas as consequências deste período, como o desemprego e os impactos na economia, fizeram com que os planos comuns para uma gestação já não sejam mais os mesmos.

A possibilidade de se infectar durante a gestação se tornou mais um medo para a já extensa lista das gestantes, na qual a preocupação é dupla. Com isso, muitas mulheres encaram medos e dúvidas em relação ao coronavírus em grupos de redes sociais de grávidas.

"Sabemos que o dia a dia das gestantes sofreu impactos por todas essas mudanças, por isso é preciso que os pais tomem todos os cuidados necessários, mas que haja um equilíbrio. Têm gestantes vivendo nos dois extremos. Algumas estão muito isoladas e isso não é bom. Outras estão saindo demais, e isso também não é o indicado", aconselha o médico. 

Segundo Batistuta, o medo da infecção tem causado sérios equívocos. "Muitas grávidas abandonaram seus pré-natais ou não procuram mais os hospitais quando precisam porque têm medo de ir às consultas enquanto tomam precauções, como ficar em casa e praticar distanciamento social. E isso é sério. Não é motivo para pânico", ressalta. 

"A recomendação é manter o pré-natal, ir na maternidade para ter seu parto. Na eventualidade de ter algum problema antes ou depois do parto, deve tentar entrar em contato com o posto de saúde ou seu médico por telefone para ser orientada. O pré-natal é um acompanhamento primordial e não deve ser interrompido durante a quarentena. Além disso, a gestante deve realizar os cuidados básicos: higienizar as mãos com frequência e usar máscara cobrindo o nariz e a boca”, salienta o obstetra.

O profissional ainda lembra que a grávida não precisa ir a exames repetidas vezes, se não for necessário. E ele completa:

"Depois que seu bebê nascer, também é importante continuar recebendo apoio e orientação profissional, incluindo imunizações de rotina. Os serviços de saúde estão se adequando e cumprindo todas as normas de segurança, para evitar ao máximo o risco de contaminação da covid-19 das grávidas. Além disso, a consulta de pré-natal e o parto no hospital reduzem os riscos para a mãe e filho. O parto dentro do hospital, ainda é o mais seguro mesmo nesse momento da pandemia", explica Batistuta.

Carinho dos pais

Apesar de todas as incertezas do momento e aquelas que são inerentes a própria maternidade, o  cuidado com a saúde mental também deve ser foco das gestantes nesta fase.

"Uma das orientações é tentar uma convivência saudável em casa em tempos de isolamento social. Como, por exemplo, tentar encontrar uma atividade prazerosa que possa ser feita, e melhor ainda, em família”, recomenda o especialista.

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Gestante poderá optar pelo tipo de parto |  Foto: Arquivo / A Tribuna

Outra dica do profissional, é para que os pais procurem criar vínculos com o bebê.

"Os pais devem cantar para aquele bebê, fazer carinho na barriga da gestante para que a criança sinta todo o amor que o espera aqui. É importante que aquela criança se sinta amada", acrescenta Batistuta. 

O médico obstetra frisa que é importante manter contato telefônico ou por ligações de vídeo com parentes e amigos, já que ter uma rede de apoio é importante nesta fase.

"É de suma importância que a futura mamãe escute palavras de carinho, amor e afeto como por exemplo, 'você é importante pra nós, você está linda, seu filho ou filha nascerá com muita saúde'. Isso transforma de uma forma muito positiva o psicológico daquela gestante", aconselha ele.

Outra importante orientação do médico, é que os pais procurem não assistir com frequência noticiários sobre a pandemia.

"Eu sempre alerto minhas pacientes para terem cuidado ao assistir muitas notícias sobre a pandemia e tragédias. Já estamos todos sensíveis com este período imagina para uma grávida? Também peço que fiquem atentas com as fake news. Nem tudo é verdade. O novo coronavírus ainda é algo novo e muita coisa está sendo estudada. Então, até o momento, não houve detecção do coronavírus no cordão umbilical, placenta, líquido amniótico ou secreção vaginal de grávidas infectadas Mantenha a calma, tire suas dúvidas somente com o médico (a) que acompanha sua gravidez e adote as recomendações do Ministério da Saúde", finaliza Batistuta.

Cuidados no período da gestação:

> Seguir uma alimentação balanceada, rica em verduras e legumes , frutas e proteínas. Dar preferência para alimentos orgânicos e da estação;
> Evitar a ingestão de açúcar, frituras e alimentos industrializados, o que é chamado de caloria vazia;
> Não interromper o acompanhamento médico durante a gestação;
> Usar máscara inclusive em ambientes como o elevador, ao sair de casa, etc.
> Evitar tocar os olhos, nariz e boca;
> Lavar bem as mãos com água e sabão ou álcool em gel;
> Manter o corpo em movimento: praticar atividade física de baixo impacto como pilates, hidroginástica ou natação;
> Cuidar da pele com ingestão de pelo menos 2 litros de água por dia e não esquecer o filtro solar;
> Manter uma boa condição imunológica: fazer exames para a checagem do zinco e da vitamina D que são substâncias que ativam a imunidade;
> Quando estiver fazendo os preparativos para o bebê, evitar lugares com muita gente e dar preferência para compras pela internet.

Dicas para diminuir ansiedade e tensão no período da gestação:

> Cultivar os valores sagrados para a gestante (religião, oração, assistir palestras que agregam conhecimento, praticar yoga, meditação);
> Conectar-se com a maternidade e com o bebê;
> Manter contato com as pessoas da família ou amigos por meio de aplicativos de vídeo (zoom, WhatsApp, Google Meet, dentre outros);
> Procurar fontes de entretenimento positivo como, por exemplo: pintura, leituras de livros, costura, música, dentre outras;
> Dosar o acesso ao noticiário sobre a pandemia; 
> Fazer massagens e banhos relaxantes.
 

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