O leite que emociona
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Tem coisa, caro leitor, que a gente só entende de verdade quando vive de perto. Foi assim comigo essa semana, nos bastidores de um concurso leiteiro, em Presidente Kennedy, no sul do Espírito Santo. Não era só uma disputa entre vacas — era uma coreografia de precisão, cuidado e muita paixão pelo que se faz no campo.
Imagina só: seis ordenhas em quatro dias, sempre nos mesmos horários. Cada gota contada. Cada passo da vaca monitorado por técnicos atentos. E no meio disso tudo, produtores de olhos marejados, torcendo como se estivessem vendo o filho jogar final de campeonato. Um deles até me disse: “a gente vive por esse momento”. E eu entendi o porquê.
Antes mesmo da primeira ordenha, as vacas já estavam ali, imponentes, com o nome no painel eletrônico, como se estivessem prestes a entrar em campo. Elas são avaliadas por categoria e por metas de produção. Não vence quem produz mais, mas quem se aproxima com exatidão da meta. Um desafio que exige mais do que genética boa: exige manejo impecável, alimentação equilibrada e, acima de tudo, respeito com o animal.
E sabe o que me chamou atenção? A sensibilidade por trás de toda essa técnica. Tinha música no pavilhão, silêncio durante a ordenha e até cama para descanso para as vacas. Os animais são tratados como atletas de elite, e com razão. Elas precisam estar calmas, confortáveis, seguras. Só assim o leite flui.
O concurso, que parece algo simples à primeira vista, é, na verdade, um termômetro da eficiência e da sustentabilidade no campo. Ali se mede tudo: o volume, a regularidade, o bem-estar animal. E os produtores aproveitam pra trocar experiências, melhorar práticas, inovar. É uma vitrine do que o agro capixaba tem de melhor.
Entre uma ordenha e outra, vi famílias inteiras acompanhando o concurso, gente explicando pro vizinho o que é score de condição corporal. É esse tipo de cena que faz a gente lembrar que o agro, mais do que números e tecnologia, é feito de gente. Gente que cuida, que acredita, que se emociona com cada resultado.
Neste domingo (20), a gente leva essa história linda pro ar. No Negócio Rural, às 10 horas, na TV Tribuna/Band. Se eu fosse você, não perdia. Vai ter leite, emoção e uma boa dose de orgulho do nosso interior.
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