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Ciência e Tecnologia

Nave Space X será lançada ao espaço nesta quarta. Assista ao vivo


Após um hiato de mais de nove anos, astronautas voltarão a realizar voos à órbita terrestre a partir dos Estados Unidos. Se a meteorologia permitir, deve partir nesta quarta-feira (27), às 17h33 (de Brasília), a primeira missão tripulada da cápsula Crew Dragon, da SpaceX, do empresário Elon Musk. A bordo, dois astronautas da Nasa: Doug Hurley e Bob Behnken.

Veja abaixo a transmissão ao vivo


O voo é histórico por duas razões. Não só será o primeiro lançamento espacial tripulado (excluindo-se os pequenos "saltos ao espaço", suborbitais, do veículo suborbital VSS Unity, da Virgin Galactic) desde a aposentadoria dos ônibus espaciais da agência espacial americana, em 2011, como também se configura como o primeiro voo orbital com tripulação a ser realizado por uma empresa privada.

A Nasa está nesta missão como contratante/passageira. Ela é parceira, colaboradora e financiadora, mas a operação do voo, bem como a propriedade do veículo lançador Falcon 9 e da cápsula Crew Dragon, é da empresa SpaceX. Os astronautas serão "entregues" à companhia pouco mais de duas horas antes da decolagem e voam como pilotos de teste, na missão Demo-2 (a Demo-1 foi em 2019, sem tripulação), rumo à Estação Espacial Internacional (ISS).

Se tudo der certo, será o início de uma mudança sem precedentes na exploração espacial. Basta lembrar que, além da Nasa, a SpaceX já tem voos contratados com a iniciativa privada.

A companhia Axiom pretende realizar dois voos tripulados anuais à ISS a partir de 2021. O bilionário japonês Yusaku Maezawa, que pagou uma fortuna para dar uma volta ao redor da Lua num futuro veículo Starship, da SpaceX, deve antes fazer um passeio orbital terrestre. A empresa de turismo espacial Space Adventures também vende assentos em futuros voos.

Imagem ilustrativa da imagem Nave Space X será lançada ao espaço nesta quarta. Assista ao vivo
Nave Space X |  Foto: Reprodução / Twitter

Tudo isso, naturalmente, começa nesta quarta-feira, se o tempo ajudar. A previsão meteorológica não enseja muito otimismo. Em boletim emitido nesta terça, fala-se em 60% de chance de boas condições para o voo. Caso não seja possível lançar, as datas de reserva são os dias 30 e 31.

É irônico que a mais bem-sucedida empreitada da agência espacial americana nos últimos dez anos tenha sido passar a bola à iniciativa privada. Mas foi o que aconteceu, numa longa gestação.

O primeiro investimento em desenvolvimento de transporte privado de tripulação veio em 2010, no governo Obama. O plano do presidente era derrubar o desenvolvimento direto de veículos espaciais pela Nasa e fomentar a concorrência entre empresas para prestar esses serviços à agência.

No bojo dessa iniciativa, a Casa Branca havia proposto o cancelamento sumário do projeto Constellation, criado pelo governo Bush para levar astronautas de volta à Lua. O Congresso americano, contudo, impediu o corte, e tanto a cápsula Orion quanto um foguete de alta capacidade (que só mudou de nome, de Ares V para SLS) continuaram sendo desenvolvidos, sob a gestão da Nasa, tendo como contratantes principais a Lockheed Martin (no caso da Orion) e a Boeing (no caso do SLS).

Era defensável; até então, ninguém tinha clareza que empresas privadas, com contratos de preço fixo, sem a gestão especializada da Nasa, poderiam atingir os padrões de segurança e confiabilidade exigidos para voos tripulados. Na verdade, o grande teste dessa premissa ainda está adiante.

Mas o fato é que, enquanto Orion e SLS receberam recursos muito mais vistosos (cerca de US$ 37 bilhões e contando), e ainda seguem distantes do primeiro voo tripulado (no mínimo 2022, provavelmente 2023), o programa de tripulação comercial custou menos de US$ 8 bilhões. E o que ele gerou foram não uma, mas duas cápsulas capazes de voo tripulado.

A que vai voar primeiro com tripulação foi a mais barata delas. No fechamento do contrato com a SpaceX, em 2014, a Nasa pagou pelo desenvolvimento da Crew Dragon e por pelo menos um voo tripulado de teste US$ 2,6 bilhões. Acerto similar foi feito com a Boeing, que construiria sua própria cápsula, CST-100 Starliner, e faria ao menos um voo tripulado de teste, por US$ 4,2 bilhões.

A primeira a chegar à reta de chegada venceria uma corrida simbólica. A bordo da Estação Espacial Internacional, em 2011, foi deixada pela tripulação do ônibus espacial Atlantis uma pequena bandeira americana. Seu destino era voltar à Terra na primeira missão tripulada lançada de solo americano após a aposentadoria dos ônibus espaciais.

Um dos tripulantes da missão do Atlantis foi Doug Hurley, que agora comanda a missão Demo-2 da SpaceX e poderá voltar à ISS para buscar a bandeira que ele mesmo deixou lá.

Embora esteja fazendo publicidade do voo histórico, a Nasa tem pedido ao público que evite aglomerações próximo ao Centro Espacial Kennedy, na Flórida, de onde partirá o voo. A preocupação é o contágio pelo novo coronavírus.

Os próprios astronautas tiveram de passar por uma quarentena mais longa que o usual antes do voo, mas, em termos médicos, não sofreram escrutínio muito maior. "Fora os testes de coronavírus, não tivemos muitas mudanças de procedimento. Estamos acostumados a sermos extensivamente examinados", disse Hurley, em videoconferência com a imprensa.

Seguindo a tradição, os astronautas pretendem batizar sua cápsula, mas guardam o segredo até o lançamento.

O voo em si segue o roteiro tradicional de lançamentos da SpaceX, envolvendo inclusive algo inédito em voos tripulados: o foguete será abastecido enquanto os astronautas já estão a bordo da cápsula.

A ascensão à órbita, impulsionada pelos dois estágios do foguete Falcon 9, deve demorar cerca de 12 minutos, até que a cápsula Crew Dragon inicie seu voo autônomo. Começa então uma série de manobras e testes do veículo, com chegada prevista à ISS aproximadamente 19 horas depois.

A Roscosmos, agência espacial russa, naturalmente olha com alguma desconfiança para os novos veículos americanos. Até porque, com sua entrada em operação, a Nasa deixa de ser a galinha dos ovos de ouro de seu programa espacial, contratando a preços exorbitantes assentos para seus astronautas a bordo das cápsulas Soyuz –único meio de acesso à ISS desde a aposentadoria dos ônibus espaciais.

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