X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Polícia

Milena Gottardi escreveu carta com relatos de agressões verbais


Um dos documentos anexados ao processo do júri popular do assassinato da médica Milena Tonini Gottardi é uma carta escrita pela vítima onde ela relata agressões verbais e medo do ex-marido e apontado como mandante do crime, o ex-policial civil Hilário Frasson. A carta foi registrada em cartório pela médica meses antes de ser morta. 

No texto, Milena relata que tem duas filhas e estava em um relacionamento com o acusado há 20 anos, sendo 13 deles de casamento e o restante de namoro. 

"Por várias vezes, ele demonstrou um temperamento difícil com mudanças de humor frequentes durante o dia", escreveu Milena. "Reage com agressividade em alguma situações, porém sem agressões físicas", continua ela. 

A médica descreve que a agressividade de Hilário se dava em forma de palavras e que orientou o marido a procurar tratamento psiquiátrico por algumas vezes por notar que ele apresentava manias de limpeza excessiva que, ao ver dela, sugeria ser transtorno obsessivo compulsivo. "Mas ele nunca levou a sério. Ia ao psiquiatra, mas não seguia o tratamento proposto", informa ela.

De acordo com Milena, em outro trecho da carta, a situação ficou mais grave a partir do momento em que o alcoolismo começou a se tornar algo real na vida da família. 

Em relação as duas filhas, a médica diz que Hilário sempre foi um bom cuidador, porém, com uma das filhas, "usava também de palavras agressivas e de castigos físicos para corrigi-la". 

Em outro trecho, a médica relata que sairá de casa com as filhas  por determinação judicial e que estava tentando convencer o ex-policial a sair de casa desde 5 de março de 2017, mas não conseguiu que ele aceitasse a separação de forma pacífica. 

"As (sic) conversas ele sempre partia para o lado das ameaças. Falava que não sairia de casa, nem deixaria as meninas, que se eu me separasse, ele declararia guerra, que se mataria", escreveu a médica, relatando que isso foi dito perto de uma das filhas. 

"Me sinto uma refém dentro da minha própria casa. Está insuportável!", desabafou ela em outro trecho. 

Milena ainda destaca que não queria brigar com Hilário, que uma das filhas fazia acompanhamento psicológico e que os dois foi orientado a poupar a filha das divergências de casal. "Mas ele grita e fala coisas terríveis perto dela", relatou a médica. 

Por não aguentar mais essa situação, ela informa que pediu ao juiz a autorização para sair de casa com as filhas.

"No entanto, não sei qual será a reação dele. Tenho medo de que essa agressividade verbal se concretiza (sic) em atitudes. Temo em ele tirar sua própria vida e, como vemos em muitos casos, tirar a minha vida também", informou ela na carta. 

Já perto do fim do documento, que possui quatro páginas, Milena expressa a vontade de que se acontecesse algo a ela, que as filhas ficassem sob a guarda do irmão da médica. 

Imagem ilustrativa da imagem Milena Gottardi escreveu carta com relatos de agressões verbais
Médica assassinada |  Foto: Reprodução/Facebook

Advogado da família de Milena espera condenação

O advogado da família de Milena Tonini Gottardi, Renan Sales, que no júri popular será o assistente de acusação junto ao Ministério Público do Estado, afirmou, por meio de nota, que pelas provas produzidas durante todo o procedimento penal, não tem dúvidas de que os seis réus são, de fato, os responsáveis pelo feminicídio que vitimou a médica.

"Esperamos um julgamento sereno e tranquilo, sendo, ao final, todos os acusados devidamente condenados. Não esperamos nada menos do que 30 anos de reclusão", afirmou.

Sales ainda analisou que, em todo esse período que precedeu o julgamento, foram vivenciadas várias tentativas dos réus em tumultuar o processo.

"Tentou-se afastar o juiz, deslocar o processo para outra comarca diante de uma alegação, completamente infundada, de parcialidade dos jurados de Vitória, dentre outras medidas meramente protelatórias. Felizmente, tudo negado pelo Poder Judiciário capixaba que, diga-se de passagem, deu exemplo".

A condenação, trará um pouco de alento para família e fará justiça no caso concreto, segundo ele. "Além disto, servirá como medida pedagógica para desestimular outros crimes contra mulher. Necessário que fique claro que atos covardes não compensam", finalizou.

Relembre

A médica Milena Tonini Gottardi foi morta a tiros na noite de 14 de setembro de 2017. Ela deixava o Hospital das Clínicas, em Vitória, após um dia de plantão e seguia para o carro acompanhada de uma amiga, quando foi assassinada no estacionamento. Ela foi atingida com dois tiros na cabeça e um na perna.

As investigações mostraram que seis pessoas teriam envolvimento no crime. O ex-policial civil Hilário Frasson era marido de Milena Gottardi e é apontado como um dos mandantes do crime, tramado dois meses antes de ser executado. Os dois estavam juntos há 20 anos.

O outro mandante seria Esperidião Carlos Frasson, pai de Hilário. Segundo a polícia, ele cobrava dos intermediários que o crime fosse concretizado.

Hilário foi preso uma semana após o crime. As investigações apontaram algumas contradições nos depoimentos dos acusados e também alguns fatos, como uma carta escrita por Milena, na qual ela diz se sentir medo pelo pedido de separação. O documento foi registrado em cartório por ela.

Hilário também foi alvo de processo na Corregedoria da Polícia Civil e acabou expulso da corporação por conta do assassinato de Milena.

Entenda a participação de cada um

Imagem ilustrativa da imagem Milena Gottardi escreveu carta com relatos de agressões verbais
|  Foto: Reprodução

O inquérito policial aponta Hilário e o pai, Esperidião, como os mandantes do assassinato da médica Milena Tonini Gottardi. Para executar o crime, Hilário teria entrado em contato com Valcir da Silva.

As investigações apontam que Valcir como um dos intermediários responsável pela contratação de Dionathas. Ele estava dentro do Gol cinza, que era dele, no local do crime, juntamente com Hermenegildo Palauro Filho, o Judinho.

Segundo a polícia, Judinho também estaria dentro de um Gol cinza no local do crime e teria escondido, antes e depois, a moto usada pelo executor Dionathas Alves Vieira.

Dionathas é carpinteiro e segundo a polícia, atirou em Milena. Em
depoimento, Dionathas diz que receberia R$ 2 mil pelo “serviço”. A testemunha que estava com Milena no momento reconheceu Dionathas como atirador.

O último réu no caso é Bruno Broetto. Segundo a políca, ele “conseguiu” a moto para ser usada por Dionathas Alves no dia do crime. Ao adolescente que roubou a moto, ele teria prometido R$ 1.500. Bruno sabia que a moto seria usada em um homicídio, diz o inquérito.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: