Meu filho não enxerga bem, o que fazer agora?
Acho que meu bebê não enxerga bem. E agora? A pergunta é de uma mãe que sonhava com um filho saudável, mas que recebeu um diagnóstico de que sua criança tem baixa visão.
“Existe no imaginário dos pais o desejo lícito de uma criança saudável. Mas a vida tem seus próprios caminhos. Filhos são filhos, doentes ou saudáveis”, argumenta a médica oftalmologista Suzana Vereza, especialista em baixa visão.
Ela vive esta realidade todos os dias em seu consultório ao consultar bebês que nascem com infecção neonatal no Hospital das Clínicas (Hucam).
Pais preocupados procuram ajuda especializada após o resultado do teste do olhinho, também chamado de teste do reflexo vermelho. Este exame deve ser feito por um médico, antes da alta hospitalar, e é responsável por fazer uma triagem das doenças oculares neonatais.
No Brasil, segundo o último Censo do IBGE, há 324 crianças deficientes visuais para cada 1 milhão de habitantes. “Bebês portadores de baixa visão são aqueles que possuem doenças oculares associadas ou não a altos graus, mas que não atingem a visão prevista para sua faixa etária quando usam sua melhor correção óptica”, explicou Suzana Vereza.
E quanto antes começar o tratamento, melhor. Muitos destes bebês, para não sofrerem atrasos em seu desenvolvimento neuropsicomotor, são submetidos a um trabalho de intervenção precoce, conduzido por equipe multidisciplinar com terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e pedagogos.
“O luto dos pais será uma parte do processo. Será necessário elaborar a perda do bebê sonhado para receber de braços abertos e ‘adotar’ o que chegou. A ‘adoção’ do filho especial será necessária para o enfrentamento saudável da realidade e para iniciar os cuidados necessários”, orienta a especialista.
Outro enfrentamento necessário aos portadores de baixa visão é a chegada da idade escolar. Nesta etapa os pais devem garantir junto à instituição de ensino, pública ou privada, a inclusão do aluno com o devido suporte e reforço. Mas o diagnóstico de baixa visão não deve ser encarado com pessimismo.
A oftalmologista Suzana Vereza esclarece com otimismo: “As crianças com baixa visão ou cegas, desde que adequadamente estimuladas e tratadas com os recursos do século XXI, serão pessoas plenas e cidadãos comprometidos com nossa sociedade e nosso planeta”, afirmou.
Para garantir a saúde dos pequenos, é importante consultar regularmente um médico oftalmologista.