Metade das praias pode desaparecer até 2100
A erosão de praias por todo o mundo levará a desastres naturais que provocarão efeitos mesmo que haja esforços em contrariá-los, de acordo com cientistas.
Novo estudo publicado na revista Nature Climate Change chegou à conclusão de que “as tendências ambientais na dinâmica costeira” e “a recessão costeira impulsionada pela subida do nível do mar” podem arrasar metade das praias do mundo até o final do século XXI.
Segundo o estudo, o nível do mar tem subido ao longo dos últimos 25 anos, e mesmo que ocorra uma mitigação moderada das emissões de gases de efeito estufa, mais de um terço das costas do planeta poderá desaparecer até o final do século, prejudicando fortemente a indústria do turismo costeiro em muitos países.
“Além do turismo, as praias arenosas muitas vezes atuam como a primeira linha de defesa contra tempestades e inundações costeiras, e sem elas os impactos de eventos climáticos extremos serão provavelmente maiores”, disse à AFP o autor principal da pesquisa Michalis Vousdoukas, que também é pesquisador do Centro Comum de Pesquisas da Comissão Europeia. “Temos que nos preparar.”
A concentração econômica e de infraestruturas como função da alta densidade populacional nas áreas costeiras à volta do mundo agrava o impacto das mudanças climáticas, indicam os cientistas.
Um relatório publicado pelo Painel de Segurança Nacional, Militar e de Inteligência do Centro de Clima e Segurança também descobriu que as mudanças climáticas podem representar graves ameaças aos “ambientes, infraestruturas e instituições de segurança.”
Brasil seria um dos mais afetados
O estudo concluiu que o México, China, Rússia, Argentina, Índia, Canadá, Chile, EUA, e também o Brasil, seriam fortemente afetados pela recessão da linha costeira devido à elevação do nível do mar, tempestades resultantes de furacões e tufões e diminuição do sedimento dos rios represados.
A Austrália seria a mais afetada, com os pesquisadores estimando que cerca de 14.500 quilômetros da costa do país poderiam desaparecer nos próximos 80 anos.
O estudo também apela à “projeção e implementação de medidas de adaptação eficazes” para evitar a erosão da linha costeira.
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